Antecipamos as nossas comemorações pelo DIA INTERNACIONAL DA MULHER (8 de março), e a nossa homenagem aqui vai para todas as profissionais que, de alguma forma, dedicam seu tempo e trabalho à área da educação. São professoras, gestoras, secretárias, merendeiras, inspetoras, MULHERES que se dedicam aos serviços gerais e até mesmo voluntárias que vivem e convivem no ambiente educacional. Esse trabalho é fundamental e faz a diferença para a educação brasileira.

POR QUE AINDA COMEMORAMOS ESSE DIA?

Se ainda temos um dia especial dedicado a essa causa, significa que temos muitas conquistas pela frente. Por isso, para além de reconhecer o valor da mulher, queremos fazer desta semana, destes dias, datas para lembrarmos do papel da mulher e lutarmos a favor de nossos direitos. Muitas ainda sofrem discriminações, violência física, violência moral, têm jornada tripla, pois, além de atuar o dia todo como profissionais, voltam para casa e assumem o terceiro turno para dar conta dos afazeres do lar, carecendo de melhores condições e qualidade de vida.

A questão é mais séria do que se pode imaginar…

Além da violência e falta de condições, lembramos que a participação política da mulher só foi conquistada no Brasil em 1932, com o direito ao voto. As pesquisas também apontam que, em pleno século XXI, as mulheres ainda recebem salários menores se comparados aos dos homens, mesmo exercendo funções iguais, tendo boa experiência e qualificação.

Como nos calarmos diante dessa realidade?

O QUE AS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PODEM FAZER?

Imagem: Biografia de Malala Yousafzai

Quero trazer aqui, de forma ilustrativa, o caso de Malala Yousafzai, uma jovem paquistanesa baleada aos 14 anos por defender a educação para meninas. Felizmente ela sobreviveu, e ainda recebeu o Nobel da Paz em 2014.

Não estamos no Paquistão, mas temos muito a fazer dentro das escolas e espaços de educação para contribuir a cada dia para a reversão desse cenário que ainda é ruim.

Os espaços de educação oferecem oportunidades ímpares para que possamos trabalhar em prol de conscientizar crianças, pais e colegas sobre os direitos da mulher. Dentro da sala de aula, discuta o tema, proponha pesquisas e elaborações, traga os pais para escola e, também, compartilhe com eles. É importante que as crianças, jovens e adultos conheçam a história, entendam de onde vem essa luta.

Uma boa estratégia para abordar o tema são os filmes. Por isso, sugerimos como recurso didático alguns que retratam a realidade histórica, que podem ser assistidos e discutidos a partir de um roteiro de perguntas. Uma boa forma de ilustrar a realidade e tornar mais rico o debate. Vamos aos filmes:

AS SUFRAGISTAS (2015)

Imagem: Chronicle.lu

Sinopse: O início da luta do movimento feminista e os métodos incomuns de batalha. A história das mulheres que enfrentaram seus limites na luta por igualdade e pelo direito de voto. Elas resistiam à opressão de forma passiva, mas, a partir do momento que começaram a sofrer crescente agressão da polícia, decidiram se rebelar publicamente.

HISTÓRIAS CRUZADAS (2011)

Imagem: Shoujo Café

Sinopse: O filme narra a luta de Eugenia Skeeter Phelan para dar voz às mulheres negras vítimas do forte racismo presente na década de 1960 nos Estados Unidos. Moradora de Jackson, uma pequena cidade no estado do Mississipi, a garota, que quer ser jornalista, decide escrever um livro sob a perspectiva das empregadas negras acostumadas a cuidar dos filhos da elite branca, da qual ela mesma faz parte. Skeeter se alia à empregada de sua melhor amiga, Aibileen Clark, e, mesmo contrariando a sociedade, juntas seguem em busca de igualdade.

O SORRISO DE MONA LISA (2003)

Imagem: Ccine 10

Sinopse: O filme conta a história de um grupo de mulheres brilhantes que estudavam em uma universidade dos anos 1950 nos Estados Unidos, mas que, mesmo com os estudos, tinham como horizonte se tornarem boas e cultas esposas. É aí que entra uma professora de artes: ampliando as possibilidades e referências das meninas, a educadora convida as estudantes a desafiarem essa situação e assumirem seu protagonismo na sociedade.

Nesses dias de comemoração pelo nosso dia, o Dia Internacional da Mulher, registramos os parabéns às sábias e admiráveis profissionais da educação, lembrando que as flores, os chocolates e os presentes são simbólicos e bem-vindos, mas, para além deles, precisamos de melhores condições, qualidade de vida e respeito aos direitos. E a educação é um dos caminhos mais relevantes para revertermos essa situação.