Aprendizagem significativa, o segredo do conhecimento duradouro


Na área da educação, é comum e já se tornou um jargão a denominação “processo ensino-aprendizagem”. Quem já não falou ou ouviu isso? Muito comum entre nós professores, psicopedagogos e pedagogos, a expressão se tornou tão corriqueira que por vezes não paramos para pensar em cada um dos termos de forma distinta, separada.

Hoje vamos fazer esse exercício, dissociar e diferenciar os termos “ensino” e “aprendizagem”, para então abordar o conceito ilustrativo de aprendizagem significativa, que é bem diferente da aprendizagem mecânica. A ideia é desenrolar… Vamos lá?

  1. A diferença entre “ensinar” e “aprender”

ENSINAR significa transmitir um conhecimento, é uma ação externa. Um pai ou mesmo um professor de educação física podem ensinar a uma criança o que é necessário para que ela consiga andar de bicicleta. Pode-se informar que é preciso equilíbrio, que deve olhar para a frente, controlar o freio e pedalar. Mas, para que haja aprendizagem, será fundamental que o aprendiz viva a experiência.

APRENDER traz o sentido do pegar, de “levar para junto de si”, e no caso da aprendizagem significa “levar para junto da memória”, um processo interno. Assim, o aprender modifica o comportamento da pessoa em função da experiência. Como exemplo disso, podemos imaginar a criança que foi ensinada a andar de bicicleta. Ela se apropriou do que foi ensinado, mas só aprendeu efetivamente quando passou pela experiência de conjugar, na prática, tudo aquilo que era necessário para que pudesse andar de bicicleta.

Portanto, é fundamental que AQUELE QUE ENSINA PARTA DA PERCEPÇÃO DAS NECESSIDADES DE QUEM APRENDE, estabelecendo prioridades ao ensinar. Que evite a aprendizagem mecânica e dê lugar àquela de alto valor qualitativo, a aprendizagem significativa.

  1. Aprendizagem significativa, definindo e exemplificando…

Como a palavra ensina, mas o exemplo arrasta, vamos a uma comparação para que você entenda como a aprendizagem significativa ocorre.

Imagine que você é o CONHECIMENTO NOVO que chega a uma casa, que nesse caso representa A SUA MEMÓRIA. Você entra na sala da casa e é recebido por uma pessoa conhecida (simbolizando os CONHECIMENTOS PRÉVIOS, que estão na sua estrutura cognitiva), que lhe mostra muitas outras pessoas que você também conhece, e vocês se integram completamente. Você se sente bem em casa e não tem vontade de ir embora. Pronto, ocorreu a APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.

Então, um conhecimento novo entra pela sua memória de trabalho e encontra lá conhecimentos prévios, que são conhecimentos relacionados com aquele novo conhecimento. Há uma interação entre esses dois conhecimentos (os novos e os prévios) e, como houve essa interação, o novo conhecimento vai se ancorar na memória de longo prazo, permanecendo ali para todo o sempre, segundo os especialistas. Ocorreu a tão sonhada Aprendizagem Significativa.

O contrário também é verdadeiro, uma INFORMAÇÃO NOVA chega até a MEMÓRIA e lá NÃO ENCONTRA CONHECIMENTOS PRÉVIOS PARA SE LIGAR OU INTERAGIR. Logo, aquela NOVA INFORMAÇÃO É VARRIDA DA NOSSA MEMÓRIA e não é apreendida.

Fica claro então que, para que a aprendizagem significativa ocorra, é preciso saber COMO ATIVAR OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DE NOSSOS ALUNOS.

  1. O que podemos fazer para gerar as aprendizagens significativas?

O método é o caminho que se escolhe para se alcançar um fim. Muitos professores usam o diálogo, as situações-problema (problematizar) para conduzir os alunos à reflexão. Eles estimulam as perguntas, as discussões, abrindo interações para que cada aluno participe com a sua opinião. Emitir opiniões ativa as experiências prévias (aquelas que já existem na memória do aluno), abrindo ao professor uma oportunidade de estabelecer “ganchos” para relacionar as informações, e assim fazer os conhecimentos interagirem de forma significativa.

E, para fechar a nossa conversa de hoje, e inspirá-lo a gerar aprendizagens significativas, apresento a pirâmide de aprendizagem de Willian Glasser, que foi um psiquiatra norte-americano, criador da Teoria da Escolha. A pirâmide formulada por ele apresenta como e quanto aprendemos (em percentuais), com foco de maior aprendizado para as metodologias ativas (de 70% ou mais), que são aquelas que colocam o aluno como agente principal do processo de aprendizagem.

Combinando atividades próprias das metodologias ativas com a escuta, o diálogo e a abertura para perguntas, o professor conseguirá orientar o aluno por rotas de muitas e significativas aprendizagens. Esse é o segredo!


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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