Lições sobre internet e educação


A internet é uma das mídias mais poderosas que surgiram, um verdadeiro fenômeno que superou em muito as marcas deixadas pela implantação da televisão, e pode ser uma poderosa aliada da educação se compreendermos as possibilidades advindas dessa fantástica rede que nos conecta e aproxima.

Educação sem distâncias

Vivemos em plena era da “Educação sem Distâncias”, em que definições como “educação presencial” ou “educação a distância” já estão começando a cair em desuso, pois, com o advento da internet e a abertura para a comunicação suportada por computadores, essas expressões perdem, pouco a pouco, o sentido. Escolarizar, educar e desenvolver pessoas são ações que não estão mais restritas à distância geográfica e nem temporal. Nesses novos tempos de conexões, as barreiras se desfazem e as paredes da escola e da universidade se abrem, surgindo uma nova maneira de comunicação, de troca de informações, que favorece, em muito, o processo ensino-aprendizagem.

Mas, para além de rompermos os limites das distâncias física e temporal, existe um tipo que nos interessa sobremaneira: a distância que a mente pode estar da possibilidade de mudança nos processos educativos.

 

Mudando o mindset

Educação e internet formam um par eficaz se estiverem mergulhadas num cenário em que a mudança se faça presente e envolva, diretamente, os atores do processo ensino-aprendizagem. Caso contrário, a internet será apenas mais uma tecnologia, e seu uso poderá ser equivocado.

E, para que não haja equívocos num processo de mudança, é preciso consultar se a mais perfeita tecnologia de todas, a nossa mente, está aberta à mudança. O nosso intelecto (mente) é a melhor tecnologia que existe, muito superior a qualquer sistema de computador, pois executamos funções superiores das mais complexas, como o pensar, o sentir e o agir. Porém essa mesma mente potente pode escolher diferentes caminhos a seguir, a favor ou não da mudança. ¹Moran ilustra bem essa ideia quando alerta que:

Faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos conosco, com os outros, com a vida. Se somos pessoas abertas, nós as utilizaremos para nos comunicar mais, para interagir melhor. Se somos pessoas fechadas, desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial. Se somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para aumentar o nosso poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas tecnologias, mas nas nossas mentes.

A grande lição que tiramos dessa história toda é que não basta ter todo um arsenal de computadores de última geração, conectados à internet com farta banda e muita velocidade, se o nosso principal ativo nesse processo, a nossa mentalidade, caminhar no sentido inverso, resistente e pessimista. Educação e internet juntas podem fazer uma verdadeira revolução na forma de ensinar e na maneira de aprender, mas, para que isso ocorra, os nossos paradigmas precisam ser repensados e alterados.

¹MORAN, José Manuel. Como utilizar a Internet na educação. Ciência da informação, Brasília, v. 26, n. 2, maio/ago. 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0100-19651997000200006&script=sci_arttext>.


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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