Através de projeto pedagógico, crianças têm oportunidade de conhecer espaços culturais e aprender a partir dessas vivências

AquaRio, Bondinho, Parque Lage, Maracanã, Museu do Samba, Quinta da Boa Vista, Feira do Livro e muitos outros pontos turísticos e culturais da cidade fizeram parte do projeto idealizado pela professora Cirlene Marques. Intitulada de Cidadão do mundo, nosso mundo em olhares, a iniciativa oferece oportunidades de explorar outras realidades dos pequenos da Creche Municipal Nação Mangueirense, localizada na Mangueira, Zona Norte do Rio de Janeiro.

A ideia surgiu através da educadora, que morou na comunidade e conta que não teve a oportunidade de conhecer espaços de lazer e cultura, por conta da falta de recursos financeiros da família. “Então, quando cresci, comecei a levar as crianças da comunidade por conta própria, junto com meu filho para passear pela nossa cidade. E, a partir da elaboração do Projeto Pedagógico Anual de nossa Unidade Escolar, em discussão com a equipe pedagógica, resolvi apresentar o projeto e viabilizar o seu desenvolvimento com nossa comunidade escolar, o que foi muito bem acolhido pela direção”, relembra Cirlene.

A educadora ressalta que o projeto foi idealizado pelo seu grau de relevância socioeducacional, já que possibilita a aprendizagem ativa e permite aos pequenos acessarem canais culturais, de lazer e entretenimentos, o que estimula uma diversidade de possibilidades em seus processos de ensino e aprendizagem. “O acesso à educação, dessa forma, faz de nossos alunos sujeitos ativos na construção de aprendizagem, elaborando, assim, saberes e conhecimentos com criticidade.  Promovendo também a inclusão social, a igualdade, o protagonismo educacional e pessoal”, afirma.

Para colocar em prática o projeto, a equipe da escola realizou aulas passeios em instituições culturais e de lazer, como: museus, circos, parques, pontos turísticos, centros culturais, cinemas e teatros. Por lá, os alunos puderam aprender ativamente, confrontando realidades desconhecidas até então. “Realizamos atividades de pintura e criatividade num geral, contação de histórias focando os locais visitados e o que foi visto, atividades coletivas e individuais, além de oficinas com as crianças e seus parentes, no intuito de fortalecimento do vínculo entre família e escola”, explica Cirlene.

Os pequenos tiveram a oportunidade de conhecer diversos espaços culturais, entre eles o AquaRio

Além disso, foi realizada uma série de atividades ao longo do projeto, entre elas a roda de conversas sobre o que foi visto nas saídas, com troca de experiências e relatos dos alunos. A educadora ressalta que essas atividades aconteceram entre 2018 e 2019.  Elizangela, mãe do pequeno Heitor, conta que a palavra que resume o seu sentimento em relação ao projeto é gratidão. “Meu pequeno não teria essa oportunidade fora daqui”, garante.

Eles conheceram também museus, centros culturais, cinemas e teatros e por lá tiveram acesso a realidades ignoradas até então

Segundo a educadora, após essas atividades foram observadas diversas mudanças positivas nos estudantes, como o desenvolvimento nas diversas linguagens, autonomia, coordenação locomotora, observação, reflexão crítica, interesse pelas atividades e histórias contadas. Além do aumento de participação, ressaltando a importância de ter o aluno como protagonista do processo de ensino e aprendizagem. “Construímos memorias afetivas oriundas de nossa afrodescendência e a prática das relações étnico-raciais entre os pequenos, responsáveis e equipe escolar. Foi além de nossas expectativas, diante da satisfação estampada nos rostinhos deles e de suas famílias”, garante Cirlene.

Passeios virtuais

Quer fazer algo parecido com seus alunos e não sabe como? Com o ensino remoto ou híbrido, você pode realizar esse tipo de atividade através de passeios virtuais, que já mostramos na Revista Appai Educar e em nosso site. Para saber como funciona, acesse os links abaixo e leia as matérias completas.

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Por Jéssica Almeida
Fotos cedidas pela escola e banco de imagens gratuitas do Freepik.