Correndo por eles

Associados e funcionários da Appai participam de projeto que promove inclusão social através das corridas de rua


O associado José Carlos Nunes integrante do Correndo por eles

“Pai, quando estou correndo, parece que não sou deficiente”. E foi com essa frase emblemática que a família Hoyt inspirou um grupo de amigos a criar um projeto voluntário que promove a inclusão social através do esporte. E é nas provas do Benefício Caminhadas e Corridas que essa turminha é presença garantida. Vem conhecer um pouco dessa história!

Antes de começar a contar mais sobre esse projeto incrível é importante perguntar: você já conhece a família Hoyt? De forma bem resumida, eles tiveram um filho com deficiência intelectual condenado a uma cama e descobriram que o estado físico/mental dele melhorava constantemente durante as provas de corrida. E foi com essa inspiração que nasceu o Correndo por Eles.

Altino Mourão, mais conhecido como Tino, é um dos idealizadores do projeto e corredor amador. Ele conta que foi no final de 2017 que as ideias começaram a sair do papel. “Como amante das corridas sempre quis que todos – sem exceção – participassem desse esporte simples e democrático”, lembra. Foi assim que ele e alguns amigos tiveram a ideia de estimular outras famílias de PCDs (pessoa com deficiência) a saírem do sedentarismo e participarem das corridas.

Em junho de 2018 foi dado o pontapé inicial em uma corrida de 4 km na Barra da Tijuca, com apoio de famílias já engajadas e muitas pessoas ligadas ao esporte, como Lars Grael. “Também tive o privilégio de conhecer os grandes amigos Peterson Rodrigues e seu filho Manu. Ao mencionar que eu tinha vontade de montar o projeto, ele me apoiou desde o início, se prontificou a ajudar e ajuda até hoje”, garante Altino.

E por falar em correr em família, não podemos deixar de lembrar de Rafael Rocha, que leva o filho Matheus em triciclo adaptado durante as provas. E a criança de sete anos, que nasceu com microcefalia, não esconde a alegria de participar das competições. Veja essa matéria emocionante do Globo Esporte.

Matheus e seu pai: o feito de correr a Maratona do Rio abaixo de 3 horas

Quem também faz parte desse time é Daniel Sandy, Cadu Menezes, Carol Motta, Jefferson Lages, Walter Martins, Renata Mendes, Adriana Fortino, Lucia Pinho. Os dois primeiros já apareceram por aqui, contando mais sobre o projeto em uma Transmissão Ao Vivo no Facebook da Appai, durante a Meia Maratona Internacional do Rio.

Daniel e Cadu foram com Tino, o “front” desse projeto incrível.

O associado Cadu Menezes à frente do Correndo Por Eles

 

Como funciona o projeto?

O Correndo por Eles é um projeto sem fins lucrativos, porém há alguns custos para fazê-lo funcionar. Uma das maneiras de arrecadar fundos é com a venda das camisas, que são revertidas para compra de novos triciclos e doados aos pais corredores, através de critérios específicos.

Outra forma de ajudar a causa é doando lacres de latinhas ou tampinhas de garrafas pet. O valor é direcionado para a aquisição dos triciclos para o projeto. Se quiser conhecer mais ou ajudar, acesse o site, redes sociais ou visite os espaços do Correndo por Eles nas provas de que participam.

Circuito das Estações – Verão: a maior participação do projeto em um evento de corrida de rua

Altino ressalta também que não tem o número exato de famílias de PCDs que já participaram, mas acredita em algo em torno de 200 famílias. “Para os eventos e provas acontecerem, é fundamental a colaboração dos nossos voluntários, sem os quais nada seria possível. Eles estão sempre bem dispostos e conscientes das responsabilidades que o projeto traz”, garante. Atualmente, existem pais que já correm os 42 km com seus filhos, enquanto outros participam de Meias Maratonas ou de provas mais curtas, como 5 e 10 km. E, na maioria das vezes, acompanhados de voluntários corredores experientes.

Ele explica que os voluntários de todas as áreas – saúde, educação física, corredores, psicologia, fisioterapia – são bem-vindos. “Cada um com a sua vocação, na montagem dos triciclos, nas corridas, nas nossas tendas ou simplesmente uma palavra amiga às famílias. Qualquer ajuda é importante”, completa.

Altino conta também que a agenda para 2020 já está sendo estudada com muito carinho, cuidado e sensibilidade. E que, em breve, será anunciada no site do Correndo por Eles. “As experiências são indescritíveis. A cada prova, muitas emoções. Vejo o brilho nos olhos das famílias, em especial nas crianças. Eles contam os dias para as corridas chegarem, não querem ir embora e depois as mensagens de agradecimento não param”, se emociona.

 

Voluntário da Appai

O time Appai mais uma vez marca presença. São muitos associados e funcionários que já participaram do projeto, como é o caso de Fagner Lara, que esteve pela primeira vez no Correndo por Eles e conta que foi uma experiência única. “Saber que você está ali ajudando e praticando o bem é gratificante. A gente vê nos olhos das crianças e adultos a satisfação em participar da corrida, de estar sentindo aquela energia boa, que vem dos outros participantes que vão aplaudindo, elogiando, incentivando. Fica um ambiente leve e descontraído. Recomendo e incentivo a todos que tiverem interesse em participar. Vai ser uma experiência que a pessoa vai querer repetir sempre. Se eu tiver oportunidade, vou querer estar lá novamente”, finaliza.

O voluntário, Fagner Lara, vivendo a experiência de conduzir um PCD

Por Jéssica Almeida

Crédito das fotos: Carolina Salermo / Divulgação


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