Ponte Verde

Segurança e a preservação da fauna


As estradas são fontes de poluição, barulho e impacto socioambiental. Elas atravessam e dividem florestas, vales, cidades e povoados, colocando em risco as populações locais e os animais. Para reduzir esse problema, a BR-101, uma das mais extensas e mais importantes rodovias do país, recebeu uma série de ações mitigadoras no trecho que corta o norte do estado do Rio de Janeiro. 

Desde 2020, foram implantadas ações para aumentar a segurança e a preservação da fauna em parte do perímetro fluminense. Nesses três anos, foram registradas as passagens de 4.046 animais, incluindo primatas, marsupiais e roedores. No entorno, foram observadas 48 diferentes espécies.  O corredor protegido é composto por 10 estruturas superiores, 26 inferiores e um viaduto vegetado, além de 46 quilômetros de cercas que conduzem os animais para uma travessia segura distribuídos por 72 quilômetros entre os municípios de Casimiro de Abreu e Rio Bonito.  

Mico-Leão

É uma das espécies mais beneficiadas, que teve um aumento de 29,7% na sua população. Segundo a Associação Mico-Leão-Dourado, grande parte desse crescimento se deve ao trânsito livre entre as duas margens separadas pela rodovia. Além de reduzir atropelamentos, evita a endogamia, que é o enfraquecimento genético pela reprodução entre parentes. Para os micos-leões-dourados, foi construída uma passagem superior, com a travessia de copa a copa com ligação com o topo das próprias árvores nativas. 

Travessia Vegetal

E ainda foi implantado, em 2020, o primeiro viaduto vegetado em rodovia federal do país, onde foram plantadas mudas de vegetação nativa. “Este estudo é único, porque atende a biodiversidade do Brasil. Deve estabelecer as bases de novas passagens de fauna a serem instaladas nas rodovias brasileiras”, explica Marcello Guerreiro, coordenador de Meio Ambientes da Concessionária Arteris Fluminense. 

Comunidade Local

Os moradores do entorno também foram envolvidos com ações de conscientização. E mais de 30 escolas da região participam de sessões de observação dos animais nos mirantes das estruturas, com os alunos obtendo um importante aprendizado sobre a preservação da natureza. “Estamos adquirindo um importante conhecimento científico que deve beneficiar gerações futuras, além de evitar acidentes de trânsito que podem custar vidas de animais e pessoas”, finaliza Guerreiro. 


*Luiz André Ferreira é Professor e Mestre em Projetos Socioambientais.

Obs.: Toda a informação contida no artigo é de responsabilidade do autor. 


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