Ensino e aprendizagem cooperativa

Totalmente versátil, a temática “Copa do Mundo” abraça as matérias de forma interdisciplinar e se torna grande aliada nos projetos pedagógicos. Veja como professores a estão utilizando e inspire-se para sua aula!


No Brasil, a paixão pelo futebol vai além das quatro linhas, dos milhares de torcedores acompanhando as transmissões nos estádios, na TV, no rádio ou pela internet. Como diria o cronista Nelson Rodrigues, é “A pátria de chuteiras”. E em tempos de Copa do Mundo todo esse patriotismo ganha reforço do marketing de conteúdo com o frisson causado pelo vai e vem das trocas e o preenchimento das páginas dos álbuns de figurinhas e toda sorte de suvenir que faz alusão ao evento. Que vão desde o lançamento da camisa oficial da seleção àquela pequena bandeirinha que flamula na mão das crianças. 

Este ano 32 seleções, incluído o Brasil, farão acontecer esse grande show no Catar,, no período de 20 de novembro a 18 de dezembro de 2022, num total de 64 partidas disputadas em 28 dias.  Toda essa motivação só reforça a importância desse tema mundial em todas as áreas do conhecimento. Então por que não abordar em sala de aula temas ligados a Artes, Educação Física, Matemática, Educação Infantil, línguas Inglesa e Portuguesa, Geografia, Ciências, Física, entre outros, de acordo com a faixa etária e a série de cada aluno de forma interdisciplinar? Nessa edição a Revista Appai Educar vai ajudar você, professor, a realizar essas e outras jogadas no campo dos saberes.  

Escola cria o seu próprio álbum de figurinhas 

Inspirada pela Copa do Mundo, os alunos do Colégio Estadual Cívico-Militar Subtenente Cláudio Hentzy Ferreira, localizado em Santo Antônio de Pádua, elaborou um álbum de figurinhas da instituição, com os alunos que são atletas amadores de diversas modalidades esportivas. 

Idealizador do projeto, o professor de Educação Física Zecrildo Ibraim conta que sempre foi um apaixonado por colecionar cards de futebol. Aliado a esse hobby de coleção de cromos da copa, veio a ideia de usar as figurinhas não apenas como algo para entretenimento e integração, mas sobretudo como um viés de incentivo às práticas esportivas aos adolescentes e jovens da escola. O próximo passo era contextualizar a temática junto aos alunos, a fim de que não houvesse apenas a adesão, mas, acima de tudo, o entendimento da importância do projeto na complementação da aquisição do conhecimento.  

De acordo com o professor Ibraim, o alto custo dos pacotinhos de figurinhas a princípio poderia ser um entrave no desenrolar da proposta. Foi então que o docente teve a ideia de usar os próprios alunos como personagens. “Além de ser totalmente ilustrado pelos estudantes da unidade, o nosso álbum tem um design único e autêntico para cada figurinha”, destaca o professor. 

Projeto interdisciplinar

A ocasião não poderia ser mais apropriada, relembra o idealizador do projeto. “Estávamos em meio aos Jogos Estudantis de Santo Antônio de Pádua (Jesap), então por que não usar os nossos próprios alunos-atletas de todas as modalidades que disputavam a competição?”. Ideia amadurecida, faltava agora definir os ilustradores. A partir daí o que era um projeto apenas de Educação Física tornou-se interdisciplinar. Pois o professor contou com a ajuda de alguns alunos que sempre demonstraram habilidades para ilustração e desenho nas aulas de Artes e os convidou para serem os “artistas” oficiais do projeto. 

Uma das ilustradoras, a aluna Giovana Pimentel, disse ter ficado muito honrada com o convite e de cara já disse sim. “Eu achei incrível participar e fiquei bastante orgulhosa de mim e de meus colegas”, afirma a jovem desenhista do álbum.  

Bom desempenho vale cromos personalizados

O álbum do Colégio, assim como o oficial da Copa do Mundo, começa com um breve histórico da escola e depois as páginas são divididas pelas modalidades esportivas, como queimada masculino/feminino, vôlei masculino/feminino e futsal masculino. Com a total participação e envolvimento de todos os alunos da escola, a equipe pedagógica precisou criar uma regra para a distribuição das figurinhas. Segundo a direção, os alunos ganham os pacotes mediante o desempenho escolar. Em cada aula, os professores levam uma quantidade e os alunos recebem após o cumprimento de tarefas pedagógicas. Além dos cromos dourados, uma das figuras mais difíceis é a do professor Zecrildo Ibraim, mas já houve três alunos que conseguiram completar suas edições. 

Um álbum de bons resultados pedagógicos

Para a direção do Colégio Estadual Cívico-Militar Subtenente Cláudio Hentzy Ferreira, o empenho dos alunos em completarem o álbum mostra também o bom resultado pedagógico que o projeto vem tendo entre os educandos. Mas nem tudo é só seriedade! Na hora do intervalo a brincadeira mais esperada pelos alunos é o jogo recreativo do bafo, conhecido também como bafo-bafo. Muito comum entre os colecionadores de figurinhas, que, a cada batida com as mãos, têm a chance de virar e ganhar aquele tão desejado exemplar faltante. 

Geografia de boas ideias

Um outro bom exemplo de como o tema perpassa pelas disciplinas nos foi dado pelo professor de Geografia Robson Paulino da Silva. O docente destaca que também há muito conteúdo a ser desenvolvido em sala de aula, como por exemplo preparar uma feira cultural com toda a escola, de forma interdisciplinar, utilizando-se do tema Copa do Mundo. “Pedir, por exemplo, que cada turma discorra sobre os hábitos, costumes, a cultura e o lazer, as comidas típicas, músicas mais comuns, bem como a economia daquele determinado país, e tudo isso ser apresentado em um evento cultural como resultado de uma grande pesquisa”, esclarece o docente. 

Um outro ponto bastante interessante na disciplina de Geografia é o estudo dos significados e cores das bandeiras. Com relação à do Brasil, lembra o professor, o verde remete às matas, já o amarelo ao ouro, às riquezas. O branco, a paz, o espírito pacífico; o azul representa o céu, e por fim as estrelas que fazem menção aos estados da federação. “A criação de gráfico falando sobre os últimos vencedores das copas, quem tem maior número de vitórias, quem mais chegou às finais, quais os continentes que já tiveram finalistas, quantidade de edições da copa por continente, enfim, são subtemas que funcionam muito entre os alunos, além de envolver também a disciplina de Matemática”, frisa Robson. 

Música na Copa é parte do show

Sempre presente na vida das pessoas, a música é um repertório de aprendizagens. Que o diga o professor Leonardo, de Geografia, que usa essa arte em sala de aula como metodologia de aprendizagem para falar de vários temas entre seus alunos. Chamado carinhosamente MC Fessor por seus alunos, e com mais de 1,50 mil seguidores, o docente compôs a canção e trabalhou o tema Copa do Mundo no Catar em ritmo de música em sala de aula.  

De acordo com o MC Fessor, os benefícios que a música traz vão muito além da integração e da felicidade, pois, segundo o dito popular, quem canta seus males espanta. E não apenas espanta, mas ajuda a ativar o cérebro, facilitando o processo de aprendizagem, potencializando a memória, desenvolvendo a atenção e criando um ambiente em que sobretudo os jovens se familiarizam através da música e de seus variados ritmos. Conheça a música inspirado no tema Copa do Mundo, criada pelo MC Fessor.  

Infinitas possibilidades em sala de aula

A Copa do Mundo é um dos maiores eventos esportivos do planeta e o futebol desempenha um enorme papel cultural no Brasil. A historiadora e professora de Sociologia e Filosofia Alice dos Reis explica que esse esporte faz parte de alguns dos momentos mais importantes da história, como a trégua de Natal da Primeira Guerra Mundial, onde os lados inimigos deixaram as desavenças de lado para acompanhar uma partida. Nos dias atuais, a Copa do Mundo veio como forma de unir pessoas de todas as idades, dentro e fora das escolas, resgatando alguns laços que estavam apagados.  

A historiadora exemplifica essa questão com a troca de figurinhas, a emoção em conseguir aquelas lendárias e a competição saudável para ver quem completa o álbum primeiro. “Esses momentos despertam uma sensação de bem-estar que eu, como professora, estou amando acompanhar. Sem contar que várias escolas estão montando álbuns com os próprios alunos como jogadores, e todos se engajam nas atividades que valem exemplares para atingir o intento”, pontua Alice. 

Para ela, o jeito mais clássico de trabalhar o tema em sala de aula é abordando o histórico dos países na Copa do Mundo, que consiste em um trabalho de pesquisa sobre a trajetória dos locais participantes em outras edições da competição. Além de dados da Copa, onde os alunos acabam descobrindo outras informações sobre momentos históricos importantes que se fundem com a data das edições do mundial.  

Uma atividade que pode ser aplicada de forma interdisciplinar é a “Feira de Países da Copa”. As turmas são divididas em grupos que realizam um grande evento cultural apresentando os principais aspectos de cada país, como danças, comidas, história, cultura, folclore e idioma. “Toda a escola pode participar, e assim abranger todas as nações participantes. A atividade pode ser aberta à comunidade escolar, para que pais e familiares possam prestigiar”, sugere Alice. 

Conteúdo da disciplina e BNCC

A pedagoga Tatiana Barradas ressalta que o tema “Copa do Mundo” pode ser um excelente recurso pedagógico e uma oportunidade de propor experiências de aprendizagem mais significativas. “São infinitas possibilidades em todas as disciplinas do currículo comum. O professor só precisa alinhar a sua intencionalidade pedagógica para abordar o tema em cada segmento/ano escolar organizando em cada proposta uma competência e/ou habilidade a ser desenvolvida”, explica. 

Para isso, a pedagoga sugere começar fazendo um levantamento das possibilidades de temas relacionados ao Mundial e correlacionar com os conteúdos já previstos na disciplina. Depois disso consultar a BNCC, destacando as habilidades conforme o segmento/ano escolar. E, por fim, definir o cronograma de execução e a divulgação dos critérios avaliativos.  

Para o educador que atua em diversas turmas de diferentes segmentos/anos, Tatiana sugere dividir os grupos obedecendo as orientações previstas na BNCC, que propõem apresentações utilizando diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 

O que levar na mala?

A pedagoga sugere uma atividade para desafiar os alunos a montarem uma mala para viajar ao Catar, país sede da Copa do Mundo de 2022. Nessa situação o estudante é convidado a pesquisar o que necessita levar nessa bagagem e buscar informações sobre o processo de solicitação de passaporte, como os custos burocráticos e agendamentos, como funciona o pedido de visto no consulado, além dos valores dos trâmites e possíveis entraves.  

A pedagoga ressalta que o professor deve orientar o aluno a pensar nos aspectos culturais que também levará nessa viagem. “Assim eles poderão analisar e criar um desenho do perfil cultural do brasileiro, comumente associado a festas, à musicalidade, e a importância das torcidas e das comemorações no Brasil. Uma oportunidade para trazer exemplos de países como o Japão, que a cada término de partida nas Olimpíadas recolhia todo o lixo que estava presente na arquibancada independente se eram deles ou não”, destaca Tatiana. 

Os alunos devem ser instigados a pensar sobre as legislações locais: o que é proibido e o que é permitido no país sede. Uma oportunidade para abordar as leis que inibem o consumo de bebidas alcoólicas, fotografar ou filmar em espaços públicos, demonstração de afeto em público etc. Os estudantes também podem pesquisar os preços dos ingressos para assistir o evento, assim como o valor das estadias e transportes públicos para chegar nos estádios. Nessa pesquisa é possível orientá-los quanto à escolha assertiva das fontes de busca, bem como a conversão da moeda local para o real.   

Ao final das pesquisas, o professor deve orientar os alunos a apresentarem todo o conteúdo e pesquisa para as demais turmas, incentivando sempre a criatividade e o compartilhamento de informações e dados assim como o respeito a cada abordagem cultural.  “Nesse caso eles são orientados a materializar a mala de viagem com todas as pesquisas e informações relevantes para atender o desafio colocado na situação de aprendizagem”, afirma Tatiana.  

Localização dos países, diversidade cultural e muito mais!

Para a professora de línguas Portuguesa e Inglesa Sandra Siliprandi, o interesse dos alunos pela Copa Mundo é um facilitador para que os professores possam trabalhar em conjunto. “Todas as disciplinas podem abordar o tema. Além da prática do esporte, há muitos aprendizados envolvidos. Podemos falar sobre a localização geográfica dos países que estão participando, idiomas falados em cada lugar, diversidade cultural, a história da própria Copa do Mundo, número de gols, saldo de faltas, porcentagens, placares e distância de um país para outro, por exemplo”, sugere Sandra. 

Durante as aulas de Inglês, a educadora levou um álbum de figurinhas da Copa do Mundo e deixou que os alunos observassem todos os países participantes. A partir daí pediu para que eles averiguassem quais deles tinham o inglês como primeira ou segunda língua oficial. Depois da pesquisa, a turma foi dividida em grupos e cada um ficou responsável por confeccionar a bandeira de uma nação selecionada, pesquisar a razão de ser do idioma oficial e apresentar para a turma o trabalho localizando o seu país no mapa projetado no quadro.  

Segundo a docente, durante a pesquisa alguns alunos ficaram admirados ao descobrir que o inglês não é falado apenas na Inglaterra e nos Estados Unidos. Países como Gana, Austrália, Canadá e até a Nigéria e a Jamaica, que não foram classificados, possuem esse idioma como oficial. Sandra conta que, ao final do trabalho, os estudantes compreenderam o valor de aprender o idioma. “Alguns me procuraram para dizer que gostariam de aprender mais e se interessaram em fazer um curso de inglês. Ver os alunos querendo progredir é revigorante”, afirma.  

Decorando o ambiente escolar

E por falar em inspirar os alunos, a professora de Artes Thaís Barbosa acredita que a Copa do Mundo pode ser um ótimo momento para trabalhar o lado criativo das turmas, solicitando que elas enfeitassem a escola, a sala de aula e até a casa dos estudantes. No 6º ano, por exemplo, ela sugere um quebra-cabeça com a bandeira do Brasil. “Num primeiro momento apresentar esse símbolo, explicar sobre o significado das cores e das estrelas, depois exibir o quebra-cabeça, que eles têm que montar corretamente”, explica. 

Com as turmas do 8º ano, a professora sugere uma roda de conversa sobre a localização do Brasil no mapa e a realização de uma caricatura de cada aluno com a roupa da seleção. Já com o 2º ano do Ensino Médio, a sugestão de Thaís é realizar uma pesquisa sobre a localidade, bandeira, idioma e cultura das nações participantes. Além de um debate sobre os times do grupo G (Brasil, Sérvia, Camarões e Suíça). Após isso pode ser realizado um quiz e atividades envolvendo danças típicas dos países.  

Releitura de obras de arte e desenhos

Seguindo esse conceito de estudar a cultura dos países, o professor de Artes Geilson Almeida sugere trabalhar conteúdos mais artísticos com os estudantes, como as releituras com obras de Romero Brito dentro dos efeitos cromáticos das bandeiras mundiais. Ou então abordar as pinturas de telas e reprodução da obra “Futebol em Brodósqui”, de Cândido Portinari. Nessa atividade, o aluno pode conhecer a representação artística do que ele percebe em seu país.  

Já o professor de Artes Visuais e História Eduardo Madeiro sugere usar a perspectiva do aluno para criar uma arte de um jogador da seleção brasileira. O primeiro passo é buscar uma boa pose de um atleta de futebol, que servirá de referência para a execução do desenho. Depois disso pesquisar algumas características pessoais para introduzir na produção da obra e construir um esboço do corpo com proporções (forma harmônica) que fiquem bem distribuídas na folha A4. O aluno também pode pintar o desenho e criar um cenário. 

A química por trás da Copa

Desde a tecnologia de fabricação da bola até a cobertura de estádios, a Química é essencial para que tudo funcione bem. E a motivação para a realização deste projeto no Colégio Estadual Raymundo Correa, em Queimados/RJ, foi o grande entusiasmo dos alunos pelo futebol. Ao notarem interesse pelo assunto, os professores do Ensino Médio propuseram o projeto A química por trás da Copa, que reuniu 139 alunos dos três anos finais. 

A metodologia abordou conceitos da Química, utilizando a Copa como tema gerador de conhecimento. Essa estratégia permitiu chamar a atenção dos alunos e incitar a curiosidade deles sobre a influência da disciplina no evento a ser realizado no Catar. 

Cada ano trouxe um contexto diferenciado que complementou as outras séries. Por exemplo: o 1º ano trabalhou a tabela periódica e suas propriedades e os elementos químicos e suas utilidades; o 2º ano abordou soluções e concentrações; já o 3º ano ficou com compostos orgânicos, estrutura das moléculas e identificação de funções orgânicas. 

O projeto foi muito bem aceito pelos alunos, que participaram e aprenderam mais de Química com um tema gerador, compreendendo como a disciplina tem importância para a sociedade e em grandes eventos como o Mundial. De acordo com os professores Thais Dionísio, Felipe da Silva e Dillyane Petizero, a avaliação foi realizada de maneira qualitativa durante os momentos de orientação das pesquisas e por meio da apresentação dos trabalhos, pelo domínio de conteúdo e exposição do tema. 

Os alunos do 1º ano, que estavam começando a aprender sobre tabela periódica no bimestre, puderam se familiarizar mais rapidamente, conhecendo os símbolos dos elementos, suas propriedades, sua localização e suas utilidades no dia a dia. “A turma 1.004 pôde aprender não só os conhecimentos químicos, mas também um pouco da cultura de alguns países participantes da Copa por meio da pesquisa realizada”, disse Thais. 

As turmas de 2º ano, que ficaram com a parte dos exames realizados pelos atletas, compreenderam a importância da disciplina para a garantia de uma partida justa e saudável entre os jogadores, podendo desvendar se o atleta consumiu alguma substância proibida ou ilegal, como narcótico, esteroides anabolizantes, estimulantes ou diuréticos para melhorar seu desempenho ou mesmo se fez o uso de drogas ilícitas durante os jogos. 

Já o terceiro ano abordou os aspectos químicos das sensações, pesquisando substâncias neurotransmissoras que têm total influência sobre nossas ansiedades, medos, alegrias etc. e até sobre materiais como o náilon, composto utilizado na confecção da rede do gol. 

Gol de Placa

O futebol pode ser uma ferramenta para promover as competências gerais previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no que diz respeito à Educação Física. De acordo com Verônica Fonseca, coordenadora pedagógica do Impulsiona, é possível colocar em prática um projeto sobre a Copa do Mundo 2022 que seja divertido, educativo e que estimule, por meio do esporte, o desenvolvimento integral dos alunos. “O objetivo é ir além das quatro linhas e fortalecer o desenvolvimento físico, social, emocional e cognitivo das crianças e adolescentes utilizando a competição como base”, explica Verônica. 

O projeto Gol de Placa, por exemplo, é um jogo de tabuleiro para alunos do Fundamental II e Ensino Médio. “Ele pode ser impresso em folhas A4 colorido ou preto e branco, em qualquer impressora. É muito fácil e divertido de jogar! Seus alunos vão tentar adivinhar cartas relacionadas à Copa do Mundo e avançar casas até marcar um golaço”, explica Verônica. 

O material pode ser adquirido gratuitamente através de login no site do Impulsiona. Conheça: Copa do Mundo | Impulsiona.

Geometria da seleção e dos monumentos catarenses

Ao observar o modelo e a dinâmica dos jogos, é possível tomar como base o desempenho da seleção do Brasil aplicando o estudo de estatística ou, ainda, observar a presença de aspectos da geometria na construção dos estádios, aliado às peculiaridades culturais do país sede da competição. 

A professora de Matemática do Ensino Fundamental II e colunista da Nova Escola Rosiane Prates diz que o esquema tático é uma das atividades que mais se adequam à Copa do Mundo. “Uma prática que pode usar o Mundial como gancho é a de utilizar a malha quadriculada em tamanho que desejar (1×1 ou 2×2…) e, a partir daí, apresentar o esquema tático da seleção brasileira para a competição e fazer o aluno identificar os pontos conforme orientado para, depois, reconhecer possíveis figuras geométricas e suas características”, explica Rosiane. 

 

Conforme a imagem do campo de futebol, os atletas são ajustados de acordo com a escolha do técnico. O ex-futebolista brasileiro que atuava como volante, Tite, agora técnico da seleção brasileira, costuma organizar os jogadores dessa forma em campo. De acordo com Rosiane, a partir dessa análise, é possível desafiar a turma. 

“Por exemplo, o ponto 1B na malha quadriculada representa o jogador Alex Telles, enquanto o ponto 1H representa o atleta Vinícius Junior. Já o ponto no centro das demarcações entre 4H e 4I representa o atacante Richarlison. Encontrar os jogadores conforme as coordenadas pode servir de desafio para a turma”, ratifica a professora. 

Outra sugestão é evidenciar os padrões geométricos por meio da arquitetura das sedes da competição e o contexto cultural da história do Catar, já que cada estádio tem um formato arquitetônico exclusivo. “O projeto do Al Bayt, que será palco para o jogo de abertura da Copa entre Catar e Equador, tem inspiração nas tendas nômades e seu design externo possui padrão geométrico característico da cultura local. Por isso, uma alternativa é desenvolver atividade a partir desse aspecto, considerando a técnica Girih, presente nas ornamentações islâmicas, que consiste em desenhos geométricos formados geralmente por estrelas e polígonos”, exemplifica a professora de Matemática. 

O termo Girih significa em persa e refere-se a um conjunto de 5 peças que podem ser combinadas de diferentes maneiras para gerar padrões geométricos geralmente observados nas construções da arquitetura islâmica. 

Bandeiras em branco

Se há uma coisa que os pequenos adoram fazer é deixar a critividade fluir com lápis, canetinhas e giz de cera. Colorir é um ótimo exercício para estimular a coordenação motora, o reconhecimento de cores e a criatividade. As crianças mais novas podem usar giz de cera grosso para treinar a preensão ou mergulhar os dedinhos na tinta para usá-los como pincel. As mais velhas podem usar lápis de cor e canetinhas. 

Para a pedagoga Alinne Paz, de Porto Alegre, ao envolver a Copa do Mundo nesse tipo de atividade, o professor pode mostrar alguns símbolos dos países participantes dos jogos e explorar o assunto com a turma. “Essa é também uma oportunidade para contar algumas curiosidades sobre as outras nações. Depois, pode pedir para cada aluno reproduzir a bandeira de que mais gostou”, sugere Alinne. 

De acordo com a pedagoga, a atividade vai ao encontro da BNCC, da qual a habilidade EI03TS02 consiste em expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bi e tridimensionais. 

“Aos alunos mais íntimos da informática, uma ideia bem divertida é pintar de forma digital através do site Colorir Online, onde as bandeiras de todos os países do mundo estão disponíveis numa plataforma superintuitiva”, recomenda a pedagoga Alinne. 

Conheça o site Colorir-Online!

 

Contatos 🙂

Alice dos Reis: alicereisdavid@outlook.com / @euprofealice 

Eduardo Madeiro: eduardomadeiro7@gmail.com / @edumadeiro 

Geilson Almeida: gealmeida14@yahoo.com.br 

Leonardo Freitas: www.youtube.com/channel/UCOEj4YqzPC0qKhedq8-B2sw 

Robson Paulino: instagram.com/c.e.republica

Sandra Siliprandi: sandrasiliprandi@hotmail.com 

Tatiana Barradas: @professoratatianabarradas 

Thaís Barbosa: saladearterj@gmail.com / @saladeartes 

 

Colégio Estadual Cívico-Militar Subtenente Cláudio Hentzy Ferreira
Santo Antônio de Pádua, RJ 
CEP:  28470-000
Rede Social: www.facebook.com/CESubtenentePMClaudioHentzyFerreira


Por Antônia Figueiredo, Jéssica Almeida e Richard Günter 

Fotos: cedidas pelos professores e banco de imagens gratuitas do Freepik. 


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