Brinquedoteca virtual

Professor reinventa o brincar na quarentena e auxilia pais e educadores no ensino remoto


“O brincar expressa a forma com que a criança pensa e constrói a realidade. É experimentar o novo, criar a partir da experiência adquirida e ampliar essa experiência através de novas aprendizagens”. Foi com esse pensamento que o educador Glaucio Bandeira reinventou o brincar na quarentena, reforçando essa atividade cotidiana como algo fundamental à vida dos pequenos.

Glaucio atua na Brinquedoteca da Universidade Estácio (Campi Niterói e Alcântara) e conta que o intuito do espaço é possibilitar que crianças e adultos exercitem sua cidadania através de brinquedos, livros e brincadeiras, “auxiliando na construção de conceitos, ideias e valores sobre seu universo cultural”, garante. Com uma abordagem participativa, o espaço funciona a partir de um cronograma de atividades elaboradas por ele e pelos alunos responsáveis pelo projeto.

Antes da pandemia, o espaço atendia os filhos das estudantes de pedagogia que não tinham com quem deixar os pequenos e os levavam para a universidade. Porém, com a chegada da pandemia, os educadores tiveram que se reinventar, transformando esse espaço lúdico em um lugar do brincar virtual através de uma página do Instagram (@estabrincando) e da plataforma Teams.

No Instagram, são postadas atividades, dicas de filmes, links, jogos, livros e lives. “Esse espaço se configura como uma importante ferramenta trazendo subsídios teóricos e práticos para o brincar”, garante Glaucio. Sobre o conteúdo compartilhado na rede social, ele conta que está recebendo feedbacks positivos de pais e professores que reproduzem as atividades através do ensino remoto e estão adorando os resultados.

O professor destaca ainda a produção de um livro “Mariana e suas tranças”, que foi distribuído gratuitamente. A obra surgiu a partir da ideia da abordagem sobre a consciência negra no mês de novembro “e foi muito divulgada e usada entre alunos e professores como uma forma de trazer visibilidade e representatividade para o Movimento Negro”, afirma Glaucio.

Já na plataforma Teams, são realizados encontros com professores e alunos graduandos com sessões de estudos teóricos, oficinas de brinquedos¸ rodas de leitura, promoção de eventos como oficinas, minicursos e vídeos-debate. O educador afirma que o ano de 2020 foi desafiador. “Mas ainda assim foi possível vivenciar experiências incríveis nesses espaços virtuais do brincar, resgatamos brincadeiras antigas, cantamos, dançamos, jogamos, sorrimos e sonhamos juntos! Distantes fisicamente, mas conectados!”, garante.

No comando do projeto estão Glaucio – que é professor orientador –, a coordenadora do curso de Pedagogia Rozani Marins, a professora colaboradora Beatriz Helena Souza da Cruz e as monitoras Benedicta Simões, Jéssica Beatriz, Laura Ferreira e Milena Camilo. Para ele, atividades como essas criam a oportunidade de a criança experimentar, conhecer, explorar e manipular objetos, vivendo, assim, experiências diferentes, resgatando o direito à infância e contribuindo para a construção de uma visão de mundo mais abrangente.


Por Jéssica Almeida
Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik.


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