Filhos da Terra

Através das artes, os pequenos aprenderam sobre a preservação do Meio Ambiente e as culturas indígena e africana


“Devo estimular o desenvolvimento e as habilidades dos alunos na sua formação como cidadãos críticos e criativos, já que nós somos os mediadores, facilitadores desse universo educativo”. Com esse pensamento, a professora dos anos iniciais do Ensino Fundamental, Sheila Portella, desenvolveu o projeto Filhos da Terra na Escola Estadual Municipalizada Taciano Basílio, localizada em Itaguaí.

O intuito do projeto foi focar no desenvolvimento integral das crianças por meio de uma abordagem aberta e multidisciplinar que envolve o ensino das Artes. Além de abordar áreas como música e cultura de forma interdisciplinar, promovendo a formação integral do estudante e ampliando o repertório de experiências corporais.

Entre as temáticas abordadas no projeto estão a importância da preservação dos ecossistemas e as culturas indígena e africana. Os estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental foram estimulados a se identificar como parte integrante da natureza, percebendo os processos pessoais como elementos fundamentais para uma atuação criativa, responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente. Além disso aprenderam sobre as heranças culturais dos índios no nosso cotidiano, conheceram sua história, culinária, lendas, tradições e músicas.

A educadora ressalta que as crianças foram estimuladas ao desenvolvimento em diversas áreas: tanto na psicomotora, como na afetiva e social, através da dança, capoeira, música, oralidade, interpretação teatral, tudo implementado de acordo com o projeto pedagógico da escola. “Quando apresentamos a dança, por exemplo, pudemos enfatizar temas como tolerância em diferentes contextos, para a desconstrução do preconcei-to racial, social, de gêneros e religiosos, extirpando olhares preconceituosos em relação à diversidade. Fizemos um número incluindo apresentação teatral e leitura de poesias”, afirma Sheila.

Os alunos participaram de apresentações de dança dos povos indígenas e africanos, baseado no que foi aprendido com o projeto

 

Ela conta ainda que, aos poucos, foram introduzindo atividades lúdicas ao projeto para não ficarem “presos” somente aos conteúdos dos livros e sala de aula. “Tivemos apresentação de roda de capoeira com o cum-primento e as saudações para homenagear nossos antepassa-dos que foram escravizados e a participação de todos os alunos da unidade escolar. Preparamos também uma apresentação de dança dos povos indígenas e africanos, pois essas culturas fazem parte da nossa história”, garante a educadora.

Sheila conta que realizar projetos assim em uma escola rural é um grande desafio. “A unidade é de difícil acesso e

a quase totalidade dos alunos possui dificuldade financeira. De forma geral, eles não têm acesso a outras atividades fora do espaço escolar, seja pela questão financeira ou até mesmo por problemas de transporte. Apesar de todas as dificuldades encontradas foi possível viven-ciar situações de atividades planejadas que foram um sucesso”, relata.

A educadora ressalta que as crianças foram estimuladas ao desenvolvimento em diversas áreas, através da dança, música, entre outras atividades

 

Para a professora, entender o ambiente em que o projeto foi realizado pode realçar ainda mais a importância de se inserir a prática pedagógica, não apenas como aquele que transfere, mas que, principalmente, produz conhecimento a partir de sua prática e vivência. “A comunidade escolar en-volveu-se de maneira direta no evento. Foram per-ceptíveis a alegria, a motivação e o aproveitamento que os alunos demonstraram. Houve uma grande participação de pais e responsáveis, assim como de toda a comunidade, sem falar da integração de toda a equipe de trabalho. Muito gratificante fazer parte disso!”, finaliza Sheila.


Por Jéssica Almeida
Escola Estadual Municipalizada Taciano Basílio
Estrada Bom Jardim, 953 – Saco da Prata – Itaguaí/RJ CEP: 23815-000
E-mail: escolamunitacianobasilio@itaguai.rj.gov.br
Foto: lunetas.com.br
Imagem retirada do site Lunetas / Povos Indígenas do Brasil Mirim e fotos cedidas pela professora.


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