Uma horta de felicidade

Projeto sustentável muda o olhar dos alunos da Comunidade do Sapo II


Na novela Amor de Mãe, da Rede Globo, o personagem Davi é um ativista preocupado em preservar a natureza e ampliar a consciência ambiental entre os estudantes do bairro. Na vida real, o projeto desenvolvido com os alunos da Escola Municipal Professora Ivone Nunes Ferreira, localizada em Senador Camará, Zona Oeste do Rio de Janeiro, não é muito diferente.

Há cerca de sete anos o terreno onde está situada a instituição, hoje considerada uma Escola Olímpica Carioca, era o espaço de uma fábrica de telhas que produzia ali derivados da indústria da construção civil, utilizando insumos nocivos à saúde na elaboração de seus produtos. Entretanto, o que antes era um solo de qualidade duvidosa foi transformado em um belo projeto de horta sustentável.

De acordo com a Coordenadora Tatiana Dias de Moura, desde a inauguração da escola sempre houve um empenho em incluir ações pedagógicas sustentáveis no cotidiano dos alunos. E a horta foi uma dessas iniciativas. “Ela funciona como material didático pedagógico, corrobora a aprendizagem dos conteúdos curriculares, além de despertar nos estudantes o senso de responsabilidade e aproximá-los na formação de hábitos saudáveis”, relata.

O projeto somou outras oportunidade de aprendizagens ao alunos

 

Construindo pontes de saber

Desde a preparação da terra, os alunos mostraram-se altamente atuantes: plantaram sementes e mudas de hortaliças, regaram, colheram e participaram do preparo da salada. Acompanhar e atuar nessa dinâmica gerou muito entusiasmo entre os pequenos. É o que conta a aluna Lara Gomes da Silva, de 9 anos. “Na outra escola em que eu estudava não tinha horta. Aqui eu pude plantar e colher depois. Foi legal regar também. A tia Sheila fez chafariz com a mangueira e a gente se molhou. Foi divertido!”, diz Lara com um sorriso contagiante.

Mais do que plantar e colher, as crianças tornaram-se multiplicadores da importância de uma alimentação saudável

Entre o plantar e o colher, existe o regar, o cuidar e o esperar. E todo esse processo foi acompanhado de perto pelos alunos. É gratificante perceber a satisfação das crianças em cada descoberta, seja pela percepção do crescimento das mudas plantadas, na transformação das sementes, numa minhoca encontrada no solo ou mesmo numa casca de banana servindo de adubo orgânico. São muitas as curiosidades surgidas que se transformam em matéria e pesquisa na sala de aula, explica a coordenadora. Tais experiências indicam que a educação, numa abordagem transdisciplinar, é um meio eficaz de formar indivíduos aptos a escolhas mais adequadas.

A criança, permanecendo grande parte da sua vida na escola, sofrerá consequentemente influências desse meio na constituição de seus hábitos alimentares. Provavelmente, serão mais importantes, nesse aspecto, vivências significativas na relação com o alimento, do que discursos e conceitos sobre seus nutrientes.

 

Rendendo bons frutos

Para o diretor-geral José Marcos de Assis Couto Júnior, vivenciar a realidade de ver os alunos da escola pública comerem do seu próprio plantio e retirarem alimento de um terreno do qual antes só se extraía amianto traz a lógica da sustentabilidade como ideia e como ação se concretizando. “Esse é o nosso objetivo enquanto formadores, aliar o conteúdo das matérias disciplinares a práticas prazerosas num território educativo, participativo e sustentável”, comemora. Para os alunos a experiência também rendeu bons frutos, ou melhor, excelente “safra”. “Nós colhemos alface e coentro, lavamos e cortamos para comer na salada. Ficou muito gostosa! Agora eu peço para minha mãe colocar sempre esses produtos na minha comida”, afirma Ana Beatriz Machado de oliveira, 9 anos, toda orgulhosa do bom exemplo, lembrando que todo o preparo das hortaliças contou com a ajuda das turmas de séries mais adiantadas, que participaram lavando e cortando as verduras para a produção da salada, consumida por todos no almoço da escola.

 

Horta vertical na escola

Nesse ano de 2020, além da horta comum, um dos nossos objetivos é preparar uma vertical no lado de fora dos portões da escola para uso da própria comunidade escolar, conta o diretor adjunto Paulo Vitor Faustino Marinho. Já na primeira reunião, os responsáveis presentes participaram do plantio de sementes de alguns temperos. “Agora é só esperar brotar para colocarmos em prática e colher os frutos dessa proposta”, ressalta. A equipe diretiva da escola foi categórica em afirmar que o plantio vai além das sementes. A inserção de práticas cotidianas sustentáveis, a competência dos professores e a participação ativa das famílias são ferramentas que fazem brotar o sentimento de pertencimento e de identidade numa comunidade que se constrói junto com a escola, e que leva as crianças a se perceberem como seres sociais que atuam e transformam. “Estamos formando um aluno ativo-cidadão, conceito esse de uma Escola Olímpica Carioca, como a E. M. Professora Ivone Nunes Ferreira”, relata a coordenadora Tatiana.

A equipe diretiva da escola foi categórica em afirmar que o plantio vai além das sementes. A inserção de práticas cotidianas sustentáveis, a competência dos professores e a participação ativa das famílias são ferramentas que fazem brotar o sentimento de pertencimento e de identidade numa comunidade que se constrói junto com a escola, e que leva as crianças a se perceberem como seres sociais que atuam e transformam. “Estamos formando um aluno ativo-cidadão, conceito esse de uma Escola Olímpica Carioca, como a E. M. Professora Ivone Nunes Ferreira”, relata a coordenadora Tatiana.


Por Antônia Lúcia
Escola Municipal Olímpica Carioca Professora Ivone Nunes Ferreira
Rua Pery Ribeiro, s/nº – Senador Camará – Rio de Janeiro/RJ
CEP: 21830-490
Diretor-geral: José Marcos de Assis Couto Júnior
Diretor adjunto: Paulo Vitor Faustino Marinho
Coordenadora pedagógica: Tatiana Dias de Moura


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