Desenvolvimento socioemocional na prática


Ninguém duvida da importância da educação socioemocional para a vida de uma criança, mas, por vezes, temos dúvida de como colocá-la em prática. Por isso, preparamos algumas sugestões e dicas a serem aplicadas para o desenvolvimento de habilidades e atitudes próprias do socioemocional. Vamos a elas:

Incentive a criança a dizer, a dar nome ao que de fato está sentindo. Se a criança estiver triste, diga-lhe que ela pode chamar o que está sentindo de tristeza, e assim também será com a raiva, o ciúme, a alegria, a satisfação, o medo, e os demais sentimentos que fazem parte de cada um de nós.

Quando as crianças aprendem a identificar e nomear claramente o que sentem, começam a expressar o que se passa com elas, facilitando assim a comunicação e a forma de lidar com aquele sentimento.

É importante não julgar os sentimentos da criança, cada um tem uma história que precisa ser respeitada; por isso, evite dizer coisas do tipo: “Nossa, você parece um bebezinho, só fica chorando”, ou “Você já é grande e sente medo?”, ou “Que coisa feia sentir ciúmes.” Os sentimentos devem ser acolhidos para então serem trabalhados, é preciso compreender o sentimento para poder ajudar a criança a se desenvolver.

Incentive a criança a resolver os problemas que surgirem, entre elas mesmas, de forma justa, controlada e segura. Oriente-a a evitar a violência, pois, nesse caso, um abismo induz a outro abismo. Ninguém age violentamente de forma gratuita, em geral há sempre uma situação de dificuldade que a criança está enfrentando e por isso age com hostilidade, chegando muitas vezes à agressão física e/ou verbal.

Por isso, evite dizer que “quem não bate é maricas ou frangote”. Isso é um estímulo à violência, e só causa mais dor.

Quando você for retomar algum comportamento inadequado da criança, foque na atitude, no problema em si, separe o amor que você sente pela criança do que aconteceu naquela situação específica.

Exemplo: Numa determinada situação, Maria estava com raiva e bateu a porta. Sua mãe retomou a situação com ela dizendo: “Como você é feia, Maria. Criança que bate a porta é feia.” A atitude da mãe foi equivocada. Ela poderia dizer que o que Maria fez não foi bom, aquela atitude de “bater a porta” foi feia, e nunca que a criança é feia.

Por outro lado, mostre à criança que as atitudes têm consequências, se eu tirei do lugar, devo devolver ao lugar; se quebrei, devo repor; se espalhei os brinquedos, devo juntá-los. Faça combinados para ajustar essas situações, de forma que ela perceba que todos temos direitos e deveres.

Incentive a criança a fazer amizades, a conviver com diferentes colegas e amigos, estimule a compreender que as pessoas são diferentes entre si, e ajude-a a se colocar no lugar do outro, a respeitar as opiniões de cada um. Um gosta de verde, o outro, de azul; um de mandioca, o outro, de farofa; um tem determinada crença, o outro tem outra, e podemos conviver sem preconceitos e julgamentos. Respeito é fundamental e tem um lugar fantástico na convivência entre humanos.

Para concluir, lembre-se: “Muitas coisas de que temos necessidade podem esperar. A criança não pode esperar! Agora mesmo ela cresce, consolida seus ossos, cria seu sangue e ensaia seus sentidos. Não se lhe pode responder ‘Amanhã’. Ela se chama ‘Agora’” (Gabriela Mistral).


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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