Neuroeducação rima com inovação


Uma introdução ao assunto

Há muitos anos venho estudando três diferentes áreas do conhecimento – Psicologia, Educação e Neurociência –, que, juntas, oferecem subsídios essenciais a qualquer professor, mas em especial ao educador que atua da creche ao ensino fundamental. Fazendo uso de conteúdos próprios dessas três áreas, nasce um campo interdisciplinar chamado Neuroeducação.

A área de educação, em sua essência, busca o desenvolvimento de pessoas via aprendizagem. Mas, para que haja aprendizagem, é preciso um cérebro que aprenda. Além disso, aquele que educa deve entender a forma como o outro aprende. Por aí você começa a compreender que, trazendo subsídios da Psicologia (sobre estados/processos mentais e comportamentos), da Educação (como se dá o processo de ensino/aprendizagem) e da Neurociência (com os estudos sobre o sistema nervoso e as suas funcionalidades), o professor tem à sua disposição uma grande aliada de aplicação ao processo educativo: a Neuroeducação.

 

OBJETIVOS DA NEUROEDUCAÇÃO

O principal objetivo da Neuroeducação é aproximar os conhecimentos sobre o cérebro e o seu funcionamento, da aplicabilidade em sala de aula, isto é, da prática educativa.

Os educadores buscam, cada vez mais, formas mais efetivas de estimular os estudantes dentro e fora da escola. O objetivo maior é transformar o cérebro ampliando a base de conhecimentos, para tornar mais eficaz o funcionamento mental.

A união dessas três áreas objetivando contribuir para o processo de educação plena da pessoa é relativamente nova, data de 1980, mundialmente. No Brasil, tem pouco mais de 10 anos. E é exatamente aí que entendemos como as inovações vindas das novas tecnologias e do digital abriram caminhos para estudos e novas possibilidades de ampliação, via neuroeducação, antes tão restritos.

A abertura e a rápida disseminação de informações nos últimos anos se devem às inovações da tecnologia disponível, abrindo acesso aos estudos com vídeos, simulações e aplicações práticas que mostram claramente como o cérebro absorve conhecimentos.

Mais que isso, surgiram, também, novos métodos científicos e ferramentas com tecnologia para acessar o funcionamento do cérebro em condições naturais, tais como a Ressonância Magnética Funcional, a Estimulação Magnética Transcraniana e a Magnetoencefalografia. Todo esse arsenal de informações e de métodos nos permite estudar desde os processos mais simples do cérebro até os mais elaborados, e entender como ele executa as tarefas, como resolve problemas, como faz o processamento da leitura, como funciona a memória ou até mesmo como ele realiza a rota fonológica para a aprendizagem da escrita das palavras. É um mundo fantástico e ilimitado.

Há, também, outra importante contribuição da Neuroeducação para o processo de educação; uma abordagem que estuda como os transtornos e as dificuldades de aprendizagem podem afetar o aprendizado do aluno, e como os professores podem contribuir nesse processo, trabalhando em parceria com outros profissionais, contribuindo por meio da prática educativa para a inclusão dos alunos.

Hoje temos ao nosso dispor as oportunidades de estudar os processos cerebrais e mentais mais relevantes para o processo de educação, de desenvolvimento via aprendizagem, em um nível e com possibilidades jamais antes imaginados. Temos muito o que aprender, mas, mesmo não tendo todas as respostas, vislumbramos um belo caminho de descobertas que nos permite rever a prática educativa; e a cada dia as descobertas se ampliam, a ponto de pensarmos: que novas descobertas sobre o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso haverá dentro de cinco anos?


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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