Soft e hard skills

Saiba diferenciar as competências e habilidades técnicas das socioemocionais


Habilidades e competências não são assuntos ou temas novos para a sociedade. Entretanto, é bem comum de tempos em tempos algumas palavras e seus significados ganharem mais projeção, a fim de explicar ou esclarecer, ainda mais, parte ou um todo de um mote ou tópico com o intuito de tornar-se muito popular entre as grandes massas. 

De acordo com a BNCC a definição de competência é “a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. E para ampliar essa contribuição acerca dessa diferenciação entre as competências e habilidades técnicas e as socioemocionais, a Revista Appai Educar convidou Gabriel Alves, CEO da Rede Decisão, para falar sobre essa temática. 

RAE – O que são as soft skills, tipos principais e como desenvolver? 

Gabriel Alves – São habilidades socioemocionais que estão relacionadas ao comportamento e à inteligência emocional de cada indivíduo. Essas competências ajudam no convívio social porque aumentam a capacidade de lidar bem com as emoções, em momentos críticos ou naqueles em que se encontra sob pressão. No trabalho, são importantes para evitar atritos, por exemplo, entre um líder e o liderado. Mas em outras esferas da vida também são fundamentais para manter a harmonia entre pares. Algumas dessas habilidades são comunicação, gestão de tempo e de recursos, autonomia para fazer escolhas mais assertivas, trabalhar bem em equipe, ter autoconfiança, mas, ao mesmo tempo, receber bem as críticas.  

RAE – Na escola quais são as soft skills e hard skills necessárias para manter um ambiente escolar mais harmônico entre os atores?  

Gabriel Alves – É importante definir as diferenças entre hard e soft skills. A primeira integra competências e habilidades técnicas que são adquiridas por meio de formação, cursos, certificados. São exemplos delas: fluência e compreensão de idiomas estrangeiros, técnicas de escrita e redação, apresentação de seminários, gestão de projetos, entre outros. Já as soft skills, como explicado acima, são questões mais subjetivas e talvez até mais difíceis de serem avaliadas. Por isso, é muito importante termos o respaldo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para que essas competências estejam, obrigatoriamente, na grade curricular. Na escola, elas são aplicadas de forma transversal e multidisciplinar, ou seja, estão presentes em todas as matérias e vão sendo desenvolvidas gradualmente a cada nova etapa do ensino.  

 

RAE – Por que só agora no Brasil estão se falando acerca dessas competências?  

Gabriel Alves – Acredito que já exista esse movimento há alguns anos. A própria BNCC, que foi homologada em 2018, já leva essas competências em consideração e recomenda que a escola adapte seu currículo para aplicar e desenvolver as habilidades dentro de diversas disciplinas. Mas o maior interesse no tema pode estar relacionado ao fato de que o mercado de trabalho exige, cada vez mais, que os candidatos tenham essas competências, por ser fundamental ao indivíduo do século XXI e que convive em um mundo globalizado, permeado pela tecnologia. 

RAE – Qual a diferença do soft e do hard skill para as competências cognitivas?  

Gabriel AlvesSofts skills, como mencionado acima, são competências socioemocionais e, portanto, estão mais ligadas à inteligência emocional e a como o indivíduo se comporta em sociedade. Exemplos dessas habilidades são: criatividade, agir bem sob pressão, ter autocontrole e autoconfiança, trabalhar bem em equipe, respeitar as diferenças e fazer uma boa gestão de recursos e tempo.   

As hard skills são habilidades conquistadas por meio de cursos e formação em geral, como, por exemplo, aprender a falar inglês ou espanhol, assim como dominar recursos do Excel, ou qualquer outro programa/software. Ou seja, podem ser facilmente observadas por meio de avaliações e provas.   

Existem alguns exemplos de competências cognitivas, como habilidades motoras e executivas, memorização, atenção e concentração, percepção. Todas elas formam um conjunto de habilidades que são absorvidas em graus diferentes à medida que o indivíduo cresce ou se desenvolve, e que são muito importantes para que ele aprenda e passe a assimilar as informações, não apenas memorizá-las.  

Professor, esperamos que as explicações acima tenham cooperado para melhorar e aperfeiçoar ainda mais sua práxis pedagógica junto a seus alunos.


Por Antônia Lúcia

 Entrevistado: Gabriel Alves, CEO da Rede Decisão. 


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