REVISTA APPAI EDUCAR - EDIÇÃO 147

ADULTIZAÇÃO INFANTIL Entendaotema,osimpactosnodesenvolvimentodeumacriança ecomopais,profesoreseescolaspodemlidarcomeseproblema Ano26–147-2023-CIRCULAÇÃO DIRIGIDA – DISTRIBUIÇÃOGRATUITA

Revista Appai Educar Conselho Editorial Julio Cesar da Costa Ednaldo Carvalho Silva Andréa Schoch Jornalista Editora Antônia Lúcia Figueiredo (M.T. RJ 22685JP) Assistentes de Editorial Jéssica Almeida Richard Günter Luiza Morato Designers Luiz Cláudio de Oliveira Yasmin Gundim Revisão Sandro Gomes Professores, enviemseus projetos para a redação da Revista Appai Educar: End.: Rua Senador Dantas, 117/229 2º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ. CEP: 20031-911 E-mail: jornaleducar@appai.org.br redacao@appai.org.br www.appai.org.br EXPE DIEN TE

Revista Appai Educar PASSEANDO PELAS ORAÇÕES SUBORDINADAS LÍNGUA PORTUGUESA POR SANDRO GOMES* Nessa primeira edição do ano, vamos abordar um assunto que tem sido objeto de muito interesse por parte dos leitores dessa coluna: as orações subordinadas. Assim, passamos agora a conhecer as suas modalidades, que são a adjetiva, a adverbial e a substantiva. Emprimeiro lugar, cabe lembrar que subordinadas são aquelas orações que atuamemfunção de uma outra, que é a principal. Vamos a umexemplo. Ele estudou mais tempo, a fim de ter certeza absoluta da questão. Repare que a primeira oração constitui uma informação autônoma, que poderia ser citada sozinha, enquanto a segunda, para formar sentido, só poderia estar articulada com a primeira. Dito isso, vamos ver os tipos de orações subordinadas. Subordinadas adjetivas Como o nome já informa, essas orações têm o valor de um adjetivo. Veja. As pessoas que pensam tendem a levar vantagem. Note que que pensam pode ser substituído, por exemplo, por pensantes, que é um adjetivo. Esse tipo de subordinada pode ser classificado em restritiva e explicativa.

Revista Appai Educar *Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa, Literaturas brasileira, portuguesa e africana de língua portuguesa, redator e revisor da Revista Appai Educar, escritor e Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj. As restritivas limitam o significado de um termo: Crianças que estudam são mais espertas. Já as explicativas revelam uma informação sobre algum termo da oração: O Brasil, que é o maior país da América do Sul, liderou o bloco. Subordinadas Substantivas Atuamcomosubstantivos realizando nasorações as várias funções sintáticas. Tenho urgência de queme contratem. (complemento nominal) Desejo que sejas muito feliz. (objeto direto) Nosso objetivo era de que nos convidassem. (predicativo do sujeito) Subordinadas Adverbiais Nesse caso, o papel desempenhado pela oração é o de advérbio. Vamos embora, já que está tão ocupado. (ideia de causa) Se se dedicar, poderá estar entre os melhores. (ideia de condição) Fiquei preocupado quando você descreveu a situação. (ideia de tempo) Há casos em que o verbo está apenas subentendido, o que não deixa de caracterizar a condição de subordinada. Veja esses exemplos. O rapaz era mais estudioso que seu amigo (era). (adverbial comparativa) Realizamos a tarefa, segundo o (que foi) especificado. (adverbial conformativa) Amigos, sobre orações subordinadas é isso. Na próxima edição voltamos commais um tópico interessante da Língua Portuguesa. Até a próxima, pessoal!

Revista Appai Educar É PRECISO ENTENDER E FALAR A LINGUAGEM DA GERAÇÃO ALPHA PARA ESTIMULAR SUA APRENDIZAGEM OPINIÃO POR REGINA SILVA* C rianças estão tão conectadas com a tecnologia que já não causa mais estranhamento a facilidade com que elas manuseiam aparelhos como tablets e celulares. Parece até que aquele pequeno dedo indicador foi programado para deslizar sobre as telas sensíveis ao toque. Essas crianças da chamada geração Alpha estão inseridas em meio à tecnologia desde o seu nascimento. Por isso, a interação delas com as telas é mais do que natural e quase instintiva. Vale lembrar que os pertencentes a uma geração não são todos iguais, mas as pessoas nascidas em uma mesma época são influenciadas por determinados fatores históricos e, por isso, apresentam comportamentos e costumes semelhantes. No caso da geração Alpha, formada por crianças nascidas a partir de 2010, a estimativa é de que haverá cerca 2,5 bilhões delas no mundo em 2025, o que faz dessa a maior geração da história. Diferentemente dos Millenials – nascidos entre 1980 e 1995 – e parte da geração Z – que veio ao mundo de 1996 a 2009, os Alphas não precisaram se adaptar às mudanças tecnológicas. Eles não conhecem o mundo sem a presença de tais inovações. Para esse grupo, usar a tecnologia já é algo intrínseco do dia a dia, assim como comer, andar e falar.

Revista Appai Educar Para esses jovens, tudo é muito rápido e perguntas são respondidas quase que instantaneamente, seja por um simples toque nas ferramentas virtuais de pesquisa ou pelo uso de assistentes virtuais. As tendências tecnológicas e as mudanças que acontecem de forma rápida e exponencial formam essa geração que é ligada diretamente a essas transformações e ditam a forma com que interagem com o mundo. Por isso, a educação para eles e a maneira com que constroem o conhecimento são diferente das demais gerações. Conforme crescem e amadurecem, essas crianças tendem a desenvolver maior senso de independência, até pela facilidade com que conseguem resolver demandas pessoais, como baixar um jogo sozinhas ou aprender algo novo. Elas são incentivadas a interagir com as inovações, e a forma com que constroem o conhecimento está baseada nessas experiências. Ou seja, elas aprendem fazendo. Como adequar o ensino para atender a esses estudantes tão ativos e conectados? As escolas precisam propor uma aprendizagem com formatos adequados à geração Alpha, falar a língua desses jovens, o que não quer dizer abandonar os cadernos, livros ou professores. Assim, práticas como a Cultura Maker, uma evolução do “faça você mesmo”, são extremamente valiosas já que tornam o ensino mais dinâmico e sensorial. Aprender fazendo permite que os alunos experimentem diferentes papéis, além de serem estimulados a pensar em soluções para desafios do dia a dia. Com as metodologias ativas, esses jovens se tornam protagonistas no desenvolvimento do seu conhecimento, reforçando o espírito autônomo dessa geração.

Revista Appai Educar “...essas crianças tendem a desenvolver maior senso de independência, até pela facilidade com que conseguem resolver demandas pessoais, como baixar um jogo sozinhas ou aprender algo novo.”

Revista Appai Educar A inclusão da tecnologia no processo de ensino também gera maior interesse por parte dos alunos, já que seu uso nas escolas aproxima a realidade dessas crianças ao que vivenciam no processo de aprendizagem, garantindo um ensino com base nos seus interesses. Mas, claro, é preciso atenção. Por outro lado, essa realidade tão conectada também pode gerar nas crianças e jovens Alpha dificuldade de concentração, ansiedade, menor tolerância à espera e frustração. É nessa esfera que o papel da escola é ainda mais importante. É preciso aproveitar o que a tecnologia tem de melhor para minimizar tais efeitos colaterais. Ao disponibilizar soluções educacionais que desenvolvam as habilidades socioemocionais, por meio do ensino interdisciplinar Steam (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática), as instituições propiciam um ambiente para o fortalecimento de importantes competências como comunicação, colaboração, criatividade, confiança e resiliência. É possível fortalecer o protagonismo dos alunos, que passam a ser autores do conhecimento, dando a oportunidade ao professor de se tornar ummediador dessa jornada, fazendo com que as crianças vivenciem e reflitam sobre o que estão aprendendo. O fato é que cada geração precisa de uma atenção específica e, por isso, é importante que as escolas estejam atentas a essas necessidades para formar os cidadãos do presente e do futuro, apoiando-os da melhor forma possível na jornada de ensino-aprendizagem. * Regina Silva, diretora pedagógica do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, área da Positivo Tecnologia para negócios de educação.

Revista Appai Educar DIA NACIONAL DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS CALENDÁRIO POR JÉSSICA ALMEIDA Aproveite a data para trabalhar esse gênero textual híbrido em sala de aula. Confira algumas dicas de atividades!

Revista Appai Educar As histórias em quadrinhos são grandes responsáveis pela evolução linguística e pelo estímulo à imaginação de milhares de crianças pelo mundo. Essa cultura que acompanha gerações se espalhou e encanta pessoas de todas as idades através de um universo totalmente diverso. Que tal aproveitar o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos para trabalhar esse gênero textual híbrido em sala de aula? As narrativas contadas a partir do desenho e discurso direto ganharam um dia especial: 30 de janeiro. Isso porque nessa mesma data, em 1869, foi publicada a primeira história em quadrinho brasileira “As Aventuras de Nhô-Quim”, de Angelo Agostini. A ideia é homenagear esse marco histórico e também valorizar, enaltecer e reconhecer as produções em quadrinhos brasileiras enquanto um gênero literário.

Revista Appai Educar Como as HQs podem ser utilizadas em sala de aula? Esse recurso didático pode ser um ótimo aliado nas escolas, já que ajuda a desenvolver seus objetivos educacionais de maneira divertida. Confira algumas dicas! Contextualização do conteúdo: é utilizada para ampliar a possibilidade de compreensão. Essa estratégia pode ser usada no intuito de quebrar o paradigma de conteúdo de difícil compreensão para a maioria dos alunos. Buscando uma abordagemmais lúdica que pode facilitar a construção de uma aprendizagem significativa.

Revista Appai Educar Recuso avaliativo: neste contexto a tirinha pode ser utilizada no enunciado da questão, para contextualizar a situação problema. Ou então nas alternativas de questões objetivas para criar diferentes respostas para a apresentação dos resultados. A avaliação pode ser feita ainda quando os alunos constroem a história em quadrinhos sobre determinado tema. Incentivo à leitura: como seu formato dinâmico, mesclando texto e desenhos, as HQs atraema atenção de todos que as leem. Podem ser utilizadas para despertar emotivar jovens no gosto pela leitura. Alémdisso, ser uma porta de entrada para omundo dos livros, quando são exploradas em função das linguagens empregadas. Incentivo à escrita: o próprio aluno pode ser levado a escrever sobre um determinado tema utilizando-se dos quadrinhos. Seja para a apresentação de um contexto ou uma situação.

Revista Appai Educar Uma seleção exclusiva Vamos relembrar algumas matérias da Revista Appai Educar sobre histórias em quadrinhos? Confira esse repertório que nós pesquisamos pra você! AULASDECIÊNCIASMAISDIVERTIDAS O professor de ciências Lucio Panza dá um show quando o assunto é criatividade em sala de aula! Entre as diversas propostas que ele desenvolve está uma mais voltada para as HQs. O intuito da atividade é propiciar novas formas de ensino e aprendizagem na sua disciplina. Para descobrir como ele fez isso, leia a matéria completa. PEQUENAS ATITUDES, GRANDES MUDANÇAS! Ao chegar na nova turma, a professora Vilma Soares identificou diversos problemas e mostrou como reverteu tudo isso através de um projeto bem estruturado. Uma das atividades foi a criação de HQs através de diálogos construídos em dupla, incluindo a temática do projeto. Veja como foi acessando a matéria completa.

Revista Appai Educar AQUI SE FAZ HISTÓRIA! Ao longo de 50 anos, o Colégio Estadual Padre Anchieta desenvolveu muitos projetos e fez história! Para comemorar essa data tão especial, foi criada uma atividade interdisciplinar, desenvolvida com toda a comunidade escolar de forma remota. E claro que as HQs não podiam ficar de fora dessa! Leia a matéria completa e conheça o projeto. Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik. Para conhecer outras atividades ligadas ao tema ou demais disciplinas, acesse a página da revista no site da Appai. E não esqueça de enviar o seu projeto para a nossa equipe através do e-mail redacao@ appai.org.br. Vamos adorar conhecer seu trabalho e quem sabe divulgar nas próximas edições da revista.

Revista Appai Educar TEMA TRANSVERSAL POR LUIZA MORATO ESCUTA CUIDADOSA Projeto valoriza conhecimentos e saberes no respeito às culturas

Revista Appai Educar A diversidade da cultura brasileira é perceptível, entre outros aspectos, na linguagem, na culinária, nas crenças, vestimentas, além das manifestações artísticas e religiosas. Essa multiplicidade, distribuída nas cinco regiões do país, serviu de inspiração para a criação do projeto Diversidade Cultural do Brasil, no Colégio Estadual Jorge Zarur, localizado em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A iniciativa foi idealizada pela diretora-geral Mara Nei Gonzaga Nunes e pelas coordenadoras Marivalda Moreira e Cristiane Cabral.

Revista Appai Educar Pensando na grande diversidade cultural do país, o projeto visa desenvolver oportunidades onde se possa reconhecer o local em que se vive. Tudo isso através do despertar na comunidade escolar da empatia, do pensamento crítico, do respeito às diferenças e com reconhecimento da identidade brasileira e da miscigenação. “O projeto traz para a comunidade, através da Unidade Escolar, um reflexo do trabalho da escola com os alunos em relação à valorização e luta para que todos possam ter os seus direitos respeitados e garantidos; como também o reconhecimento de nossa identidade miscigenada, onde o diferente é o que nos faz ser iguais”, destacou Marinalva.

Revista Appai Educar O DESENVOLVIMENTO EM SALA DE AULA A temática foi trabalhada nas disciplinas História, Geografia, Filosofia e Sociologia, Língua Portuguesa, Literatura, Artes, Educação Física, Química, Física e Biologia. Todas as turmas de Formação Integral e Regular (manhã e tarde) se envolveramcomo projeto. A professora Renata Franco, que dá aulas de Português, destacou a importância do trabalho. “O projeto envolve a comunidade escolar de forma integral. Proporciona umolhar mais atento, estimula a escuta cuidadosa, promove falas críticas e provoca empatia. São atividades capazes de propiciar transformação em todos os envolvidos”, afirmou.

Revista Appai Educar E as atividades para explorar as diversidades do Brasil foramvariadas. O 1º ano, por exemplo, trabalhou as comidas típicas. Cada turma escolheu uma região do país para apresentar a culinária, através da pesquisa da origeme, também, fazendo a degustação. Já o 2º ano desenvolveu um trabalho artístico de uma região específica, empráticas como jogral, cordel, fábulas e “causos”, xilogravura, encenação e lendas. O 3º ano foi além: exaltou a cultura indígena através de desfile comvestimentas características, danças e artesanato. Tudo foi apresentado emumevento que aconteceu na quadra da própria instituição, coma participação da direção, coordenação, professores, alunos, funcionários e pais. E o resultado não poderia ser outro: a escola como um todo participou de forma ativa nas atividades commuito aprendizado e colaboração. “O projeto alcançou o objetivo proposto de valorizar nossos conhecimentos e saberes, respeitando todas as culturas, independente de suas diferenças: crenças, símbolos, linguagem, etc. que compõem o nosso povo miscigenado”, pontuou a aluna Heshlley Gabrielly do Rego Paiva. “Os projetos do C. E. Jorge Zarur vêm diferenciar a maneira de aprender. Especialmente o Diversidade, que trouxe algo diferente para nós do 1º ano, uma forma divertida de aprender o conteúdo das matérias”, disse a também aluna Raissa Gonçalves de Oliveira. Para a professora de Educação Financeira Márcia Regina o projeto funcionou para que os alunos pudessem valorizar as diferenças culturais e peculiaridades das regiões do Brasil. “O trabalho foi de grande importância para a compreensão dos alunos do que é diversidade dentro

Revista Appai Educar do nosso país, com destaque para a representação através da culinária; possibilitou ao aluno conhecer e valorizar a história e a cultura de cada região respeitando suas diferenças e peculiaridades”, falou. A aluna Débora Tavares de Macedo rasgou elogios: “O projeto nos ajudou a entender e compreender melhor a diversidade do país em que vivemos, despertou minha visão crítica e mostrou a beleza da cultura de cada povo... E, para mim, foi um privilégio participar e aprender tanto”, comemorou. Colégio Estadual Jorge Zarur Rua Edmo Zarife, s/nº – Bangu – Vila Kennedy – Rio de Janeiro/RJ Tels.: (21) 99489-3927 / (21) 99985-7888 E-mail: lumarimoreira20@gmail.com Fotos cedidas pela escola

Revista Appai Educar TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO POR ANTÔNIA LÚCIA PRÁTICAS INOVADORAS Alunos desenvolvem aplicativos e mostram que a produção é possível

Revista Appai Educar uando unimos educação e tecnologia num mesmo local, a resposta não poderia ser outra: mais conhecimento através de práticas inovadoras. Esse foi o resultado dos projetos Orgulhe-se e Fabapp – Fábrica de aplicativos, desenvolvidos pelo professor de Geografia e Empreendedorismo Robson Paulino juntamente com as turmas de Ensino Médio da Escola Estadual República Italiana, localizada em Porto Real. De acordo com o professor Robson, em 2022 dentro da disciplina de empreendedorismo nascia o projeto Fábrica de Aplicativos. Animados e envolvidos não somente com a possibilidadedepesquisar sobretecnologiascriativas,mas, sobretudo, colocar a mão na massa – uma vez que a escola disponibiliza uma sala Maker com 16 computadores com acesso à internet banda larga –, os alunos mostraram que tecnologia é um tema a que eles estão ligados não somente pela diversão, mas acima de tudo pelo prazer de fazer parte de algo que pode lhes render uma carreira profissional no futuro com ganhos acima da média. Q

Revista Appai Educar INTERNET, UM DIREITO HUMANO Mesmo sendo um assunto tão familiar a essa geração, isso não impediu que tivessem algumas dificuldades no desenrolar do projeto. “É sabido que, desde 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) considera o acesso à internet como um direito humano. No entanto, no Brasil, essa ainda é uma realidade bem distante para boa parte da população. E para os alunos não foi diferente, explica Robson. “A falta de internet (pacote de dados) para muitos alunos em seus smartphones e wi-fi em suas residências, por questão dos altos custos, acaba não fomentando a possibilidade de continuarem a dar prosseguimento a esse tipo de aprendizagem em seus lares”. Vencidas essas e outras etapas, no segundo semestre foi lançado o aplicativo Fabapp, idealizado e concebido pelos alunos do Ensino Médio do professor Robson. No dia a dia, diz o dito popular que coisa boa chama outra coisa melhor ainda. E parece que, entre essas turmas, tecnologia evocou mais tecnologia, commais engajamento, criatividade e conhecimento.

Revista Appai Educar ORGULHE-SE DE SER QUEM É Com a proximidade das comemorações do Dia da Consciência Negra, os estudantes iniciaram em sala de aula, como parte do conteúdo de Geografia, uma pesquisa sobre a história do povo negro no Brasil desde suas origens africanas. Em debate com os estudantes foi observada a necessidade de compartilharem as informações por eles levantadas com outros alunos das redes. “Pois acreditamos que poucos detêm este conhecimento e somente tendo a aprendizagem de toda a riqueza da história dos povos africanos podemos desenvolver o orgulho de sermos parte dessa história, minimizando os casos de racismo”, revela Robson, garantindo que muitos só conhecem a parte da história em que eram escravos, desconhecendo outros fatores que têm relação com seu desenvolvimento como povo.

Revista Appai Educar Com os primeiros passos de desenvolvimento dados com sucesso na concepção do primeiro aplicativo, o Fabapp, os alunos confiantes partiram para um segundo desafio. Criar um novo produto, sendo que dessa vez com os conteúdos e informações pesquisados por eles em sala de aula. Os dados coletados perpassaram não só pela representatividade da data, bem como sobre a origem do povo africano, suas histórias, lutas, vitórias e conquistas. TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: REVOLUÇÃO NA APRENDIZAGEM De posse desse rico conteúdo os alunos criaram um aplicativo com acesso gratuito, que hospedasse essas e outras informações, a fim de contribuírem na disseminação e valorização da cultura africana, e que, sobretudo, se sentissem pertencentes. Assim nasceu o aplicativo Orgulhe-se (clique aqui para conhecer).

Revista Appai Educar Para Robson e seus alunos a inovação tecnológica não está apenas revolucionando a educação. Mas está dando esperança acadêmica e profissional para jovens e adolescentes que talvez por algum instante não acreditassem que seriam capazes. “Com a internet e suas plataformas os alunos têm acesso a informações que não seriam possíveis caso não tivessem acesso à rede mundial de computadores. E um outro ponto importante é que a produção de aplicativos os incentivou à busca de conhecimentos pelo prazer de poderem fazer parte da divulgação daquilo que nos orgulha em sermos negros e brasileiros”, finaliza o professor. Escola Estadual República Italiana Av. Dom Pedro II, 3.353 – Centro Porto Real/RJ CEP: 27570-000 Tel.: (24) 3353-1808 Redesocial:instagram.com/c.e.republica Fotos cedidas pela escola Baixe o app – através do linkhttps:// pwa.fabapp.com/orgulhe-

Revista Appai Educar ADULTIZAÇÃO INFANTIL MATÉRIA DE CAPA POR ANTÔNIA FIGUEIREDO E JÉSSICA ALMEIDA Entenda o tema, os impactos no desenvolvimento de uma criança e como pais, professores e escolas podem lidar com esse problema

Revista Appai Educar Cresce cada vez mais o número de crianças que estão deixando de serem tratadas ou vistas como realmente são, para assumirem uma identidade de miniadultos com agendas lotadas, centenas de seguidores ou, ao contrário disso, acompanhando e tentando imitar os adultos nas redes sociais, nas telas da TV ou em casa, seja na maneira de vestir, maquiar, falar, se comportar ou opinar sobre assuntos ligados à família e à sociedade. Mas como se relacionar com essa pluralidade social, seus impactos e os reflexos que ajudam a desencadear vários processos de adultização infantil na vida dessa garotada?

Revista Appai Educar A Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade e especialista em Neurociência Cristiane Guedes explica que a adultização infantil consiste em experiências inadequadas para o desenvolvimento da criança, que estão diretamente relacionadas com o processo de aceleração da infância e da pré-adolescência. “São estímulos a comportamentos que destoam da sua idade cronológica e emocional, promovendo a aceleração das fases do desenvolvimento infantil, sem que se tenha a vivência, por falta de estimulações adequadas para a idade. O que leva as crianças a entrarem na realidade dos mais velhos sem reservas emocionais ou sem o preparo físico e psicológico adequados para viver essas experiências que não são reais, pois são do mundo do adulto”, afirma. A especialista aponta ainda que a adultização infantil está diretamente relacionada à vida proposta à criança, que não auxilia o seu desenvolvimento natural. Os pequenos passam a imitar atividades sugeridas pelos adultos sem terem recursos emocionais, criatividade ou mesmo planejamento de futuro. “São sensualizadas em demasia, o que as confunde diante das experimentações emocionais pertinentes ao seu desenvolvimento. São crianças que experienciam o apogeu de uma ‘carreira’ promissora que só tem a duração de alguns cliques, por um curto tempo e servem de espelho para a relação que o adulto tem com a sociedade. Estão relacionadas ainda questões como vestimentas, local adequado à idade, entre outros pontos que servem de alimento emocional para o adulto”, pontua Cristiane Guedes.

Revista Appai Educar As consequências da adultização infantil Cristiane Guedes lembra que o significado de cognição é processar a informação. Ou seja, compreender, interpretar e elaborar um estímulo para a resposta adequada para cumprir uma tarefa. Isso levará o indivíduo a elaborar, avaliar e pensar junto as suas reservas emocionais uma solução para a atividade e interação social. “É comum observar crianças sem estímulos, desinteressadas para o convívio com outras pessoas, e isso vai se dando à medida que ela não suporta o não. Fica mais confortável para ela se afastar do mundo e se debruçar nos jogos eletrônicos, completamente alheia às questões ao seu redor. Para a criança que não está dando conta emocionalmente de ser adulta, é mais cômodo o isolamento. Mas isso é extremamente nocivo à saúde mental”, pontua.

Revista Appai Educar Ao falar sobre os riscos dessa adultização, Jéssica Cardoso, mãe de duas meninas, pontua que, ao longo da vida, precisamos passar por várias fases que fortalecerão o nosso desenvolvimento de forma saudável para a vida adulta e que é vital vivenciarmos essa experiência sem desconsiderar cada momento. “Pular essas etapas é proporcionar uma estimulação inapropriada para a idade da criança, pois a infância é onde acontece todo o aprendizado. Acelerar isso pode estimular um desenvolvimento físico e psicológico imaturo e incompleto na fase adulta podendo resultar em uma pessoa infantilizada e com uma baixa inteligência emocional. Além disso, a criança ainda não temmaturidade para saber o que é certo e errado, podendo se tornar vulnerável a qualquer informação e situação”, orienta. A psicóloga Yeda Herculano também compartilha da mesma visão e garante que esse atalho ou abreviação da infância, muitas vezes percorrido pelos pequenos, com ou sem o aval dos responsáveis, pode gerar consequências desastrosas em suas vidas adultas, como conflitos internos existenciais, intolerância a frustrações e uma sensação de vazio e incompletude constantes. “E em alguns casos irá reproduzir um comportamento infantilizado de forma descontextualizada da sua faixa etária”, ressalta.

Revista Appai Educar Internet é lugar de criança? Quando falamos de jogos eletrônicos e internet, o professor Marcio Gonçalves, especialista emmídias digitais e em educação midiática, explica que esse universo digital é um dos fortes elementos nessa intensificação da abreviação infantil. Para ele, a internet proporciona o acesso à informação por meio de produtos audiovisuais que potencializam estímulos para a criança querer experimentar o que os adultos fazem. “Dessa maneira, ela é levada ao desejo de compras de coisas inapropriadas para a idade infantil”, revela. A especialista emNeurociência Cristiane Guedes completa afirmando que a interferência da tecnologia tem trazido para as crianças prejuízos emocionais. “É comum e natural elas usarem utensílios dos pais em atividades lúdicas e criativas. Muitas vezes imitam a professora ministrando aulas ou os pais dirigindo. Quando essas questões estão voltadas para a criatividade, são muito bem-vindas. Tornam-se nocivas à saúde mental quando são impostas e alimentadas para uma ‘disputa’ de cliques ou seguidores. Muitos são os exemplos expostos nas mídias sociais”, explica. ´

Revista Appai Educar Um TikTok de exposição infantil Com a internet fazendo cada vez mais parte das nossas rotinas, tornou-se lugar-comum ver crianças se divertindo com as dancinhas no TikTok, enquanto muitos pais sonham e torcem para que seus pupilos viralizem e trilhem o caminho da fama. Todavia, essa exposição tem levado milhares de crianças e adolescentes a uma exibição que reforça a adultização infantil. Para Gonçalves é importante que se analise esse momento e não se esqueça de que uma má interpretação pode causar prejuízos irreparáveis a essas crianças. “É comum ver algumas delas sendo expostas em mídias sociais. As redes Instagram e TikTok, por exemplo, exibemmuitas crianças dançando e erotizando. Pode ser que achem esses momentos divertidos, mas é importante avaliar que elas passarão de fases na vida. Dependendo do que for publicado, anos mais tarde aquele conteúdo pode ser mal interpretado ou estar fora de contexto”, adverte.

Revista Appai Educar Ambiente nocivo x ambiente saudável A psicopedagoga Cristiane Guedes explica que essa disputa na verdade está relacionada ao narcisismo do adulto, tornando-se uma imposição à realidade da criança. A frustração, nesses casos, é de extrema responsabilidade dos mais velhos. “A adultização infantil promove perdas significativas para o desenvolvimento dos pequenos. Proporcionar a eles atividades lúdicas, dedicadas ao seu crescimento individual, é de total importância para uma vida saudável. Essa questão é de responsabilidade do adulto quando oferece esse espaço nocivo para a criança”, pontua. Cristiane afirma que é comum, tanto na clínica quanto na escola, a criança cansada e desmotivada por não ter uma rotina adequada para o seu desenvolvimento. O que gera nela falta de humor, dificuldade de interpretar, se comunicar, interagir e de ter hábitos que sejam produtivos. “Tanto a escola quanto seus espaços de interação acabam ficando desinteressantes, promovendo para si o isolamento. Criamos, então, crianças com dificuldade de lidar com a frustração, inadequação social, ansiedade e, o pior de tudo, tristeza”, garante a especialista. Ela orienta trabalhar nos pequenos a ideia de atuarem como autores da sua história, contemplando o seu espaço de crescimento adequado e saudável, compatível com o desenvolvimento evolutivo e criativo.

Revista Appai Educar Pais atentos desaceleram o processo Mas o que fazer para atenuar esse quadro, uma vez que a vida agitada de muitos pais e responsáveis quase sempre compromete os momentos de atenção e conversas que deveriam ser dedicados exclusivamente aos pequenos? De acordo com a profissional de Recursos Humanos com formação em Psicologia, Jéssica Cardoso, os pais podem abordar esse tema através de diálogos que mostrem às crianças como é importante e bom aproveitar a infância, já que existe tempo para cada período da nossa vida, e que não precisamos antecipar nada, pois logo a fase adulta chegará. “Também é importante proporcionar um ambiente que estimule brincadeiras e tudo o que o universo infantil tem de bom a oferecer, como filmes, histórias e jogos. Vivenciar esses momentos com os pequenos pode ser ainda mais especial, pois participamos de cada etapa do seu desenvolvimento gerando conexão e boas memórias”, recomenda.

Revista Appai Educar Família, filhos e redes sociais: a conta fecha? Em pesquisa realizada pela Consulta Brasil, 66% das crianças entre 9 e 17 anos declararam ter começado a usar redes sociais antes dos 12 anos, inclusive mentindo sobre a idade para ter acesso a um perfil. Uma mãe que preferiu não se identificar disse que só descobriu que sua filha tinha uma conta em uma rede social porque a mãe de uma outra aluna comentou com ela sobre uma postagem. “Como trabalho muito, pois sou pai e mãe dos meus filhos, acabo realmente deixando a desejar no quesito acompanhamento quanto ao uso da internet no celular”, reconhece. Se por um lado as crianças fazem uso dos conteúdos da internet, muitas vezes escondidas dos responsáveis, para 51% dos entrevistados, pela Consulta Brasil, os adolescentes se abremmais na grande rede do que com os pais. Segundo Márcio Gonçalves, cabe não somente aos professores, “mas também aos pais, ensinar aos filhos como interpretar as mensagens e conteúdos lançados nas mídias”. De acordo com a Psicóloga Clínica Yeda Herculano a família deve sempre incentivar a criança a viver sua infância, sem antecipações da vida adulta, estimulando brincadeiras, onde ela possa ser ativa e não só recebendo informações, “como ocorre no caso do uso da internet e telas, mas permitindo que exercite criatividade e imaginação”. Além disso, os pais precisam separar momentos a sós com seus filhos, pois isso ajuda no fortalecimento da relação. Reservar um tempo para brincar junto à criança, ler, conversar, fazer um piquenique e dar abraços, manter o diálogo e a empatia fará com que o amor e o carinho não faltem”, garante Yeda, ressaltando que tudo isso irá colaborar para um amadurecimento com qualidade de vida e ótimas relações no futuro.

Revista Appai Educar A importância do brincar e ser criança Seja para os teóricos educacionais como Vygotsky, Piaget, Montessori ou para os especialistas da psicologia, o brincar é uma das mais importantes bases para o fortalecimento cognitivo, emocional e social no desenvolvimento infantil. Pois é através da brincadeira, do lúdico, que o aprendizado é alcançado, bem como a imaginação e a autonomia. Precisamos brincar para aprender, frisa a psicóloga Jéssica Cardoso, pois, segundo ela, é por meio dessas práticas que exploramos o mundo e nos preparamos para a fase adulta. “Ser criança é ter a possibilidade de vivenciar as melhores coisas do mundo dentro da nossa imaginação”.

Revista Appai Educar A psicóloga clínica Yeda Herculano acrescenta que os vários momentos que uma criança passa interagindo com seus brinquedos são fundamentais para o seu desenvolvimento. Segundo ela, é por meio do brincar que os bebês descobrem o mundo e entendem como ele funciona. “É dessa maneira que são trabalhados os aspectos cognitivos, sociais e afetivos dos pequenos, o que contribui para o processo de socialização, propiciando oportunidades de realizar atividades coletivas ou individuais de uma maneira livre. A criança é um ser em aprendizado e absorção permanente. E a partir do brincar vai construindo experiências e se relacionando com o mundo de maneira ativa”, alerta. Herculano também chama a atenção para o outro lado da moeda, apontando que não ter uma infância adequada pode, sim, influenciar numa vida adulta commuitas dificuldades, medos e inseguranças. Isso porque as experiências da infância estão diretamente ligadas à estruturação psíquica, e qualquer alteração nesse sentido poderá afetar a capacidade de se desenvolver uma boa inteligência emocional. A coordenadora da Educação Infantil no Instituto Menino Jesus, Luana Soares de Souza, reforça que as crianças amam brincar. “Independente do contexto socioeconômico em que vivem, amam interagir, imaginar e criar. E o brincar possibilita essa vivência, por isso a comunidade escolar deve possibilitar e incentivar esta prática”, explica. Em relação à adultização infantil na escola onde trabalha, ela conta que já presenciou alunos com preocupação de emagrecimento e vaidade excessiva. “Cabe a nós, professores e escola, ter essa percepção ativa para oferecer o acolhimento devido e conseguir retirar os pesos desnecessários. Nada melhor do que permitir à criança ser leve”, pontua Luana. “...não ter uma infância adequada pode, sim, influenciar numa vida adulta commuitas dificuldades...”

Revista Appai Educar Como a escola pode enfrentar esse problema? No cenário de estímulo à adultização infantil é muito comum a criança apresentar baixa autoestima, pois nem todos os amigos da escola estão no mesmo processo. A psicopedagoga explica que esse sentimento vem por ela não se adaptar à realidade infantil devido às exigências ofertadas pelo mundo adulto, com o qual a criança ainda não tem reservas emocionais para lidar. “Frustra- -se com facilidade diante de qualquer insucesso, seja por notas ou mesmo por interação social da qual ela ‘não faz parte’, por estar projetada em sua vivência a realidade adulta”, afirma Cristiane. Para a especialista, é fundamental que as escolas fortaleçam diante das famílias as etapas do desenvolvimento infantil para a formação cognitiva, psicológica e da personalidade. As fases evolutivas desse crescimento constituem experiências e vivências para elaborações emocionais que a criança utilizará na entrada da adolescência e para estabilização no mundo adulto. “Ao não vivenciá-las podem ocorrer as crises de identidade e, por conseguinte, alto grau de estresse e depressão. Insatisfação constante com uma vida que ela não construiu”, ressalta.

Revista Appai Educar Educação para as mídias Por ser um portal da hipervalorização da aparência e do consumismo exacerbado, a mídia abre fendas para que a garotada tenha cada vez mais comportamentos adultos. É o que mostra a pesquisa Crianças Digitais, em que 49% dos brasileiros dessa faixa etária usaram um dispositivo eletrônico pela primeira vez antes dos seis anos de idade e 72% ganharam seu primeiro celular antes de completar 10 anos. Para o professor Gonçalves, a escola pode contribuir para desacelerar esse processo de maciça dependência digital, através do ensino de conteúdos voltados à educação para as mídias, como forma de possibilitar a análise crítica das informações que circulam nas redes. “Aulas sobre consumo na internet, fake news, desinformação e propaganda, por exemplo, levam os estudantes a entender como se dá a produção de mensagens no jornalismo, na publicidade, no marketing e nas estratégias de relacionamento e engajamento nas mídias sociais”, assegura Gonçalves, lembrando que os professores são mediadores dessa articulação e podem influenciar posturas críticas diante da informação que adultiza a criança. “Aulas que ensinam como analisar as mensagens de mídia devem despertar nos jovens o entendimento do que a informação quer dela. É uma excelente oportunidade para a formação de cidadãos que tenham um olhar mais agudo e consciente”, conclui. Fontes: Cristiane Guedes é mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade, Psicopedagoga, Especialista em Neurociência e Psicanálise Clínica | Jéssica Cardoso é profissional de Recursos Humanos com formação em Psicologia | Luana Soares de Souza é coordenadora da Educação Infantil | Marcio Gonçalves é professor especialista emmídias digitais e em educação midiática | Yeda Herculano é psicóloga Clínica.

Revista Appai Educar COPA DO MUNDO E SEU LEGADO NA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORISMO POR ANTÔNIA LÚCIA

Revista Appai Educar Contextualizar a partir de temas de alta grandeza, como é o caso da Copa do Mundo, é sempre a chance de se marcar um gol de placa no campo do ensino e aprendizagem. É o que a equipe pedagógica do Legacy School Recreio 1, localizado no Recreio dos Bandeirantes, está realizando através do projeto Feira de empreendedorismo 2022. Realizada de forma interdisciplinar, a atividade reuniu as disciplinas de Matemática Financeira, Ciências, Português (Produção de Texto), História, Geografia, Tecnologia e Artes. E cada professor trabalhou o tema central Copa do Mundo de maneira síncrona com todas as turmas dos fundamentais I e II e Ensino Médio. Aulas inspiradas na prática Para explorar o tema no ensino de Matemática Financeira junto aos seus alunos, os professores responsáveis pela disciplina, Tatiana Maquieira, Marcela Tavares e Vinícius Pinto da Silva, construíram na prática todo o processo da criação e execução que valida a gestão financeira de uma empresa, bem como suas funções administrativas. Já nas aulas de Ciências, quem fez parte dos conteúdos foram os animais que já forammascotes e o motivo de terem sido escolhidos. Na disciplina de Português, os alunos ficaram responsáveis pelos anúncios, valendo-se da produção de texto e gêneros literários. Para falar do Catar, país sede da Copa 2022, bem como das nações envolvidas nesse evento, a disciplina de Geografia fez todo um mano a mano com os estudantes, na disseminação desse conhecimento.

Revista Appai Educar E como o próprio nome entrega, em História, os educandos estudaram e pesquisaram a trajetória desses mais de 90 anos de disputa pelo maior título esportivo almejado por uma nação. A tecnologia, cada vez mais presente, sobretudo na era VAR, tambémmarcou presença no Projeto de Empreendedorismo da Legacy School, mostrando a evolução tecnológica da Copa do Mundo que acontece dentro e fora dos gramados. Responsável por promover emoção e encantamento, a disciplina de Artes esteve à frente de toda a produção artística do produto exposto na Feira.

Revista Appai Educar COPA DO Mundo: um motivo para empreender Pensar ou executar um grande evento é prover legados à sociedade, seja através das construções, melhorias na infraestrutura, na mobilidade, na economia, mas, sobretudo, na emoção, na memória de cada um. Na Legacy, pontua a professora Larissa, o legado deixado por uma Copa do Mundo, através do Projeto Empreendedorismo, foi sem dúvida a aquisição do conhecimento de maneira divertida e prazerosa. “A ideia de colocar o aluno para aprender sobre finanças e empreendedorismo de forma lúdica e prática”, destaca. Conhecendo cada etapa empreendedora De mão emmão, de conversa em conversa, assim se deu o desenrolar do Projeto Empreendedorismo. E, se pensarmos bem, é algo bem parecido com o que acontece no futebol, só que, ao invés de mãos, no campo do esporte o desenvolvimento acontece de pé em pé. Todavia, a intenção do resultado é a mesma, ou seja, um bom desempenho, acompanhado de uma excelente apresentação.

Revista Appai Educar Para obter esse desfecho, inicialmente cada turma escolheu umproduto, sendo esse relacionado coma Copa do Mundo. Exemplos: álbumde figurinhas, pipoca gourmet, docinhos, chaveiro etc., relembra Larissa, professora do Fundamental I. Após a opção, os responsáveis dos alunos de cada turma irão gerar umempréstimo de dinheiro (desempenhando assimo papel de patrocinadores). Coma quantia arrecadada, cada turma fará a compra dos materiais para viabilizar o produto escolhido. “Ou se pode optar por, ao invés de pegar esse empréstimo, pedir para que cada família contribua comomaterial, mas isso fica a critério de cada um”, pontua Tatiana Maquieira, uma das professoras de Finanças. Uma grande final Cercada de muita energia e alegria, a realização da culminância do projeto com a exposição da Feira, aberta para toda a comunidade escolar, movimentou todos os presentes. Além da satisfação de ver o produto pronto para o consumo, uma vez que todos os artigos foram colocados à venda aos pais e amigos que lá estiveram para prestigiar. Mas o quemarcou, segundo a equipe pedagógica, foi o envolvimento dos educandos em todas as etapas do processo, passando pela divulgação, elaboração do contrato entre os patrocinadores e os estudantes, o controle financeiro através das notas emitidas e toda a gestão administrativa.

Revista Appai Educar O professor Vinícius Pinto da Silva fez questão de destacar que, mesmo após a culminância, o projeto ainda continuou. Pois após a feira, lembra o docente, cada turma contou o dinheiro arrecadado, para então fazer o pagamento dos responsáveis pelos empréstimos de cada produção. “E com o lucro os alunos poderão escolher a forma com que desejam gastar os recursos obtidos de modo que beneficie todos os estudantes”, esclarece Vinícius. A professora de Finanças Marcela Tavares também ressaltou a organização administrativa das turmas durante a elaboração do projeto. Divididos em pequenos nichos como produção, marketing, financeiro etc., cada grupo ficou responsável pelo seu setor na empresa. “Os alunos em fase de alfabetização nas séries do 1° e 2° ano do Fundamental I ficaram encarregados da elaboração dos cartazes contando sobre a evolução tecnológica na Copa do Mundo. Desse modo, todos os alunos estiveram envolvidos com as atividades e tiveram a liberdade para mostrar as suas habilidades individuais dentro do projeto e trabalhar em equipe”, complementa Marcela Tavares, coordenadora da equipe de finanças. Legacy School Recreio 1 Rua Desembargador Paulo Alonso, 160 – Recreio dos Bandeirantes – Rio de Janeiro/RJ CEP: 22790-540 Tel.: (21) 2239-3768 Rede Social: facebook.com/LegacyRecreio Fotos cedidas pela escola

Revista Appai Educar INCLUSÃO POR JÉSSICA ALMEIDA AULA INVERTIDA Estudantes descobrem na prática como pessoas com deficiência visual realizam ações do dia a dia e aprendemsobre a importância do cão-guia

Revista Appai Educar A iniciativa foi idealizada a partir de uma aula invertida, sobre textos em rótulos de embalagens, emque uma das estudantes apresentou curiosidades sobre como era realizada a leitura disso em supermercados por pessoas com deficiência visual. A partir de então, as crianças levantaramdiscussões a respeito do assunto e o projeto começou a tomar forma. De acordo com a pedagoga e idealizadora do projeto, Fernanda Silveira, é importante ouvir as crianças e aproveitar este interesse para abordar assuntos que contribuem para o desenvolvimento socioemocional. “O primeiro passo foi convidar um casal com deficiênIncentivar a empatia na escola é fundamental para que os estudantes aprendam a conviver com as diferenças e se conscientizem sobre a importância da inclusão. No Colégio Santa Marcelina a turma do 1º ano do Ensino Fundamental participou de uma ação multidisciplinar e teve a oportunidade de conhecer o dia a dia de pessoas com deficiência visual. Além de compreenderem determinados aspectos, como a leitura de embalagens em supermercados e a importância do apoio do cão-guia.

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Revista Appai Educar Com a temática de compras, os alunos elaboraramum roteirodeperguntasemformato de entrevista. “Foi muito interessante, inclusive, observar como o casal ensinou as crianças, respondendo às perguntas de maneira clara e objetiva. Em agradecimento,osestudanteselaboraram desenhos que pudessem ser sentidos pelo tato. Todos foram produzidos com texturas,comobolinhas, lixasecolagem, com representações de amor, força e coragem. Ao final, cada integrante da turma fez uma apresentação, explicando o significado de seus desenhos”, comenta. CÃO-GUIA TAMBÉM É TEMA DE ESTUDOS Outra curiosidade despertada nos estudantes a respeito de como as pessoas com deficiência visual realizam suas atividades foi com relação ao cão-guia e como ele auxilia no dia a dia. Fernanda conta que esse interesse da turma motivou à pesquisa de instituições que pudessem mostrar, de perto, como o animal é utilizado pelas pessoas nessa situação. Foi aí que ela encontrou o Instituto Carioca de Cão- -Guia (ICCG). cia visual para comparecer à unidade e esclarecer as dúvidas da turma. O convite foi feito pelos próprios alunos, que elaboraram um texto e enviaram em formato de áudio, por WhatsApp”, conta Fernanda.

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Revista Appai Educar Com a participação do presidente da instituição, de um dos adestradoresedocão-guiaZeus, a iniciativacontou com a mesma dinâmica do projeto de leitura dos rótulos. Dessa forma, os estudantes puderam conhecer de maneira dinâmica o trabalho desses animais paraa rotinadas pessoas com deficiência visual. “Esse tipo de ação proporciona a oportunidade de desenvolver habilidades como autonomia, proatividade e curiosidade para a resolução de problemas. Também estimula a comunicação interpessoal e o trabalho emequipe, tanto entre os pares, quanto na relação estudantes e professor”, garante Fernanda. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA A pedagoga ressalta que em todo o processoametodologiautilizada foi a aprendizagemsignificativa. Ou seja, a funçãosocial doatodeaprender, com foco na formação de indivíduos que possam fazer a diferença na sociedade. Para isso, a temática envolveu diversas disciplinas, proporcionando o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Ela conta ainda que foramutilizadas ferramentas digitais, comooYouTube,alémdemateriaisde arte para a confecçãodo livro. “Como desdobramento do projeto ao longo de sua realização, foi possível trabalhar também as habilidades cognitivas das crianças”, conclui Fernanda. Colégio Santa Marcelina Estrada do Açude, 250 – Alto da Boa Vista – Rio de Janeiro/RJ CEP: 20531-330 Tel.: (21) 2492-2124 Fotos: Bancode imagens gratuitas do Freepik.

Revista Appai Educar CACHOEIRA DOS PRIMATAS GUIA HISTÓRICO POR RICHARD GÜNTER Um local secreto da Floresta da Tijuca

Revista Appai Educar No coração da Floresta da Tijuca, escondida na vertente da Serra da Carioca, umpequeno fundo de vale guarda a cachoeira conhecida como Primatas, que se junta ao longo do Rio dos Macacos, desembocando na Lagoa Rodrigo de Freitas. Narrativas de carvoarias e conexões entre engenhos e quilombos recheiamessa fração da Mata Atlântica, com lendas e fatos entrelaçados à história do Rio de Janeiro. O acesso à Cachoeira dos Primatas é fácil, mas não é tão óbvio e conhecido. Por isso, essa queda d’água não é uma das mais frequentadas no Rio. Ainda assim, se você gosta de aventuras em locais mais reservados para se refrescar e relaxar, esse lugar não vai te desapontar. A trilha é uma ótima opção para quem quer escapar ao calor e ter contato com a natureza sem grande esforço e com acesso facilitado na Zona Sul do Rio de Janeiro. O caminho é curto, bem sinalizado e possui banho permitido na cachoeira que dá nome à trilha. A Appai realiza esse roteiro com seus associados através do benefício Passeio Cultural. Ao término do percurso, os participantes são levados até um hotel na região, onde podem desfrutar de um delicioso lanche, encerrando com chave de ouro essa programação especial.

Revista Appai Educar PEQUENO PRÍNCIPE NA ESCOLA LITERATURA INFANTIL POR LUIZA MORATO O livro do escritor francês Antoine de Saint- -Exupéry foi usado como base para um projeto com crianças do Maternal e da Pré-Escola

Revista Appai Educar “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”. Essa foi a frase que inspirou a diretora Elaine Thomaz Oliveira da Silva, do Espaço de Desenvolvimento Infantil Rocha Pombo, localizado em Quintino, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a criar o projeto Tu te tornas, eternamente, responsável por aquilo que cativas. O livro “O Pequeno Príncipe”, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, virou umprojeto nas turmas Maternal II, Pré-Escola I e Pré-Escola II, a fimde abordar assuntos que falamao coração e buscamdespertar emcada umo sentimento de responsabilidade uns comos outros. Na tentativa de olhar para alémdas aparências, a intenção foi fazer uma releitura do clássico e promover as boas práticas e o exercício de cativar amizades.

Revista Appai Educar Por ter sido desenvolvido com turmas da Educação Infantil, o projeto abordou os cinco campos de experiência estabelecidos pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que são: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações. Atividades desenvolvidas Para desenvolver o projeto Tu te tornas, eternamente, responsável por aquilo que cativas, foram separados subprojetos, para dar foco, em cada bimestre, a uma temática importante, realizando atividades interativas entre a escola e a comunidade. Para deixar tudo ainda mais real, foi realizada uma ambientação do espaço escolar que remetesse à proposta do assunto como: salas temáticas, blusa personalizada para toda a equipe, além de lembrancinhas confeccionadas pelos alunos. No 1° bimestre, foi desenvolvido o subprojeto: Rocha Pombo cativando laços: construindo identidade e fazendo amizades. Nele, foi iniciada a leitura de “O Pequeno Príncipe” e, na primeira de aula, foram organizadas atividades coletivas de acolhimento aos alunos e familiares, visando despertar o sentimento de pertencimento à unidade escolar e o desejo de criar laços a partir da ideia de que: “Era uma pessoa igual a cemmil outras pessoas. Mas eu fiz dela um amigo, e agora ela é única no mundo”, um conhecido trecho do livro.

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