O Impacto das Mudanças Climáticas em Sala de Aula

MUDANÇAS CLIMÁTICAS O IMPACTO DAS EM SALA DEAULA Entendadequeformaasaltastemperaturaseosfenômenosnaturais podeminfluenciarnodesenvolvimentoenaaprendizagemdosalunos Ano26–148-2023-CIRCULAÇÃO DIRIGIDA – DISTRIBUIÇÃOGRATUITA

Revista Appai Educar Conselho Editorial Julio Cesar da Costa Ednaldo Carvalho Silva Andréa Schoch Jornalista Editora Antônia Lúcia Figueiredo (M.T. RJ 22685JP) Assistentes de Editorial Jéssica Almeida Richard Günter Luiza Morato Designers Luiz Cláudio de Oliveira Yasmin Gundim Revisão Sandro Gomes Colaboração: Luiz André Ferreira Professores, enviemseus projetos para a redação da Revista Appai Educar: End.: Rua Senador Dantas, 117/229 2º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ. CEP: 20031-911 E-mail: jornaleducar@appai.org.br redacao@appai.org.br www.appai.org.br EXPE DIEN TE

Revista Appai Educar VAMOS FALAR SOBRE PRONOMES OBLÍQUOS? – PARTE I LÍNGUA PORTUGUESA POR SANDRO GOMES* Os pronomes pessoais oblíquos são aqueles que desempenham em uma oração a função de complemento verbal, ou seja, objetos direto ou indireto. Dizemos que são átonos quando não aparecem precedidos de preposição. Observe as três orações seguintes: Amigo, quem te avisou sobre o fato? Disseram-te isso? Informar-te-iam, se quisessem. Nesses três casos encontramos o pronome oblíquo te em três locais diferentes. Primeiro antecedendo o verbo, depois sucedendo-o e em seguida aparecendo no meio da construção verbal. Essas três formas são chamadas respectivamente de próclise, ênclise e mesóclise. Vamos conhecê-las mais de perto? Nessa edição vamos abordar o primeiro desses três casos, já que seu uso aparece em um número bastante grande de situações. Próclise Ocorre quando o pronome aparece antes do verbo. É usada mais comumente nos seguintes casos: – em palavras ou expressões de valor negativo: Ninguém lhe dá oportunidade.

Revista Appai Educar *Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa, Literaturas brasileira, portuguesa e africana de língua portuguesa, redator e revisor da Revista Appai Educar, escritor e Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj. – Se houver advérbio ou pronome indefinido (e não houver pausa): Tudo aqui me chateia. Obs.: se houver pausa o pronome vem depois do verbo. Exemplo: Aqui, chateio-me sempre. – em orações que comecem por pronomes ou advérbios interrogativos: Por que me falaram tudo aquilo? – emorações iniciadas por palavras exclamativas ou que exprimamdesejo: Como te esperei! Que os deuses o protejam! – aparece também em conjunções subordinativas: Ficarei com a roupa se me couberem. – em uso de gerúndio quando precedido de preposição: Em se tratando dela, acredito. – em palavras como “só”, “somente”, “apenas” e em casos de conjunções alternativas: Apenas se esqueceu do documento. Ora o elogia, ora o maltrata. – em orações introduzidas por pronome relativo: Eis o ponto no qual o encontrei. Amigos, sobre a próclise esse isso. Na próxima edição vamos prosseguir com esse assunto trazendo os outros dois casos envolvendo pronomes oblíquos. Até a próxima, pessoal!

Revista Appai Educar AS ESCOLAS DE 2023 DEVEM SER AMBIENTES INOVADORES E COLABORATIVOS QUE VALORIZEM AS INDIVIDUALIDADES OPINIÃO POR CILVIA MORAES* O início de um novo ano sempre traz aquela sensação de desafio, de expectativas e de preparação para colocar resoluções em prática. No cenário da educação não é diferente. Se 2022 foi o ano em que as escolas tiveram que retomar e readequar as suas práticas de ensino presencial, depois de um período de afastamento e aulas virtuais por conta da Covid-19, o ciclo letivo de 2023 deve ser ainda mais impactante. Desta vez, porém, com foco no avanço da aprendizagem dos alunos e nas metodologias empregadas. Entre as principais dificuldades do ano passado, vale destacar a adequação da infraestrutura das escolas e a implementação de soluções educacionais para a retomada das aulas presenciais, especialmente com foco na recomposição da aprendizagem. Se aparentemente a questão tecnológica se mostra favorável, uma vez que os recursos digitais evoluíram muito nos últimos anos, por outro

Revista Appai Educar lado, é importante ressaltar o trabalho intenso de pesquisa, conhecimento e reconhecimento que as instituições de ensino precisam realizar para identificar as ferramentas com a qualidade técnica e pedagógica para atender às demandas de suas realidades. Nesse cenário, existem grandes aliados com papel fundamental: os estudantes! Afinal, eles têm afinidade natural com as tecnologias e não têm “pré-conceitos” em relação ao mundo digital. A pandemia acelerou a transformação digital! O que já era rápido ficou ainda mais veloz, justamente para suprir necessidades pontuais da nova realidade que vivíamos. Dessa forma, desenhou-se para 2023 um novo formato educacional que aposta ainda mais na tecnologia, mas que encontra um novo desafio: o modelo mais favorável para alunos e educadores ainda não beneficia a todos os brasileiros de maneira isonômica, principalmente por conta da desigualdade de acesso. Portanto, mesmo commuitas soluções tecnológicas disponíveis, isso não significa que o desafio foi superado. As defasagens na aprendizagem do último biênio ainda refletirão por alguns anos. O quadro que se pinta para os gestores educacionais é o de ummodelo de ensino que acabou de nascer, do qual os alunos são os maiores adeptos. Porém, nem todos têm condições de usufruir dos benefícios que ele pode proporcionar. No ano passado, os professores encontravam-se em um sistema fragilizado, que exigia muitos esforços para o retorno das aulas. Passado o ápice desse período, há uma retomada gradual à normalidade, com a incorporação de soluções tecnológicas às aulas presenciais, agora já consolidadas.

Revista Appai Educar “...é preciso que a educação seja vivenciada emumsentido amplo, com fortalecimento do vínculo entre professor, aluno e comunidade escolar...”

Revista Appai Educar *Cilvia Moraes é analista de projetos do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, área da Positivo Tecnologia para negócios de educação. Ao iniciar o ano letivo, em fevereiro, várias consequências dos últimos dois anos ainda serão percebidas, principalmente porque cada aluno tem seus próprios desafios para enfrentar – é preciso lembrar que cada um vivencia diferentes níveis de desenvolvimento, estilos de aprendizagem, condições sociais e estado socioemocional. Assim, o objetivo da escola em 2023 deve ser oferecer uma educação que diminua as disparidades e reconheça cada aluno como único, buscando sanar suas dificuldades em um ambiente dinâmico e inovador, que oferece oportunidades de autonomia e protagonismo. Os desafios seguem presentes neste ano (sempre existirão!), mas eles podem ser mitigados com o auxílio e a contribuição de recursos tecnológicos para superar defasagens. Existem opções voltadas para a Matemática, abordagem Steam e soluções de Educação 4.0. Cada vez mais, esses e outros recursos adquirem características de personalização e customização, que levam em conta as competências descritas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e o perfil de cada aluno, inclusive a socioemocional. Foram dois anos de muita superação, que levaram as escolas à retomada de seu caminhar em 2023. Muitas inovações que eram vistas com desconfiança por pais, professores e gestores mais resistentes já foram incorporadas ao dia a dia. Os alunos receberam as novidades com naturalidade e animação, consolidando um espaço educacional que 2023 espera e do qual precisa. Para conquistá-lo de vez, é preciso que a educação seja vivenciada em um sentido amplo, com fortalecimento do vínculo entre professor, aluno e comunidade escolar, sempre considerando as particularidades de cada indivíduo, buscando soluções que propiciem um espaço pedagógico de colaboração.

Revista Appai Educar CARNAVAL NA ESCOLA CALENDÁRIO POR JÉSSICA ALMEIDA Veja como trabalhar o tema em diversas disciplinas e motivar a garotada unindo diversão com o conteúdo trabalhado em sala de aula

Revista Appai Educar Em fevereiro tem Carnaval e o bloco da Revista Appai Educar pede passagem! Na editoria Calendário dessa edição vamos trazer dicas de como trabalhar o tema em diversas disciplinas e ainda resgatar um projeto que fez muito sucesso por aqui! Quer saber mais? Então venha curtir a folia com a gente e descubra como abordar o assunto em sala de aula com os seus alunos! Muito além do samba! Que tal ir além e trabalhar com os alunos outros ritmos brasileiros tão carnavalescos quanto, como maracatu, afoxé e o frevo? Se possível, você pode levar alguns instrumentos para a sala de aula, mostrar a sonoridade de cada um e permitir a interação dos alunos com eles.

Revista Appai Educar Matemática alegórica Use as formas e produções carnavalescas para desenvolver cálculos de matemática e física! Calcule os gastos de uma festividade, meça as proporções dos carros alegóricos e mostre como os números são essenciais para a composição do samba- -enredo. O professor também pode fazer um questionário com problemas ambientados no carnaval. Reciclando ritmos Nem só de máscaras vive a aula de artes! Utilize material reciclável e construa os objetos do carnaval da escola. O professor pode auxiliar os alunos a montarem fantasias ou fantoches carnavalescos, ou ainda construir instrumentos musicais commateriais reciclados. O intuito da atividade é desenvolver a consciência ambiental, habilidades manuais, criatividade e o senso musical, principalmente entre as crianças.

Revista Appai Educar Carnaverde Carnaval e ecologia são temas muito interessantes para incluir nas aulas de ciências da natureza. Incentive os estudantes a debaterem e produzirem fantasias recicláveis, discutir o impacto do uso de microplásticos e pesquisar alternativas. É possível produzir bioglitter com os alunos ou propor uma apresentação de trabalhos com alternativas ecológicas para a redução do uso de plástico nas fantasias e objetos decorativos. Farra na literatura Traga curiosidades envolvendo os mestres da literatura e mostre como eles expressavam o seu amor pela festividade por meio de seus trabalhos. Exemplos são fatos como o primeiro bloco de carnaval, que teria sido criado por José de Alencar, Portinari pintou diversas telas sobre a festa e que Manuel Bandeira tem uma coletânea intitulada Carnaval. Se a sua escola tiver um projeto de leitura, trabalhe o tema durante o mês. Compartilhe textos e debata os pontos de vista da festa de acordo com cada autor.

Revista Appai Educar Folia da diversidade Não temos uma forma homogênea de comemorar o carnaval e isso é parte importante da nossa diversidade cultural. O professor pode incentivar os alunos a pesquisarem as diversas manifestações pelos estados brasileiros durante a festividade. Utilize vídeos e apresente as músicas mais tocadas em cada região naquele período. Trabalhar as diferentes expressões culturais no Brasil é também celebrar a diversidade. Aproveite o tema para abordar as noções de tolerância e respeito. Memórias do carnaval Produza e exiba um curto documentário sobre a memória do carnaval local. Para isso, divida os alunos em grupos, defina os entrevistados (avós, tios, moradores conhecidos da cidade, um grande nome do carnaval local), escreva o roteiro de perguntas, agende as entrevistas, faça as gravações e edite o material. A ideia da atividade é ouvir as histórias e sentimentos relacionados à data festiva naquela região. A gravação pode ser feita com o celular ou uma câmera, e para a edição pode ser empregado algum aplicativo no smartphone ou no computador da escola. Caso prefiram, os alunos podem produzir um podcast. O passo a passo é quase o mesmo, só muda a forma de gravar e editar o áudio.

Revista Appai Educar Identidade da nação Vamos relembrar uma matéria da Revista Appai Educar sobre o carnaval? Através da valorização da nossa cultura, o projeto idealizado pela professora Cirlene Marques, na Creche Municipal Nação Mangueirense, ganhou prêmios e inspirou educadores de todo o Brasil. Para saber mais, leia a matéria completa em nosso site. Envie seu projeto para a gente! Para conhecer outras atividades ligadas ao tema ou demais disciplinas, acesse a página da revista no site da Appai. E não esqueça de enviar o seu projeto para a nossa equipe através do e-mail redacao@ appai.org.br. Vamos adorar conhecer seu trabalho e quem sabe divulgar nas próximas edições da revista. Fonte: WPensar. Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik.

Revista Appai Educar As questões ambientais conquistaram um lugar precioso junto de matérias curriculares como geografia, matemática, história, português, ciências, entre outras, e vêm sendo amplamente utilizadas nas salas de aula. Uma das temáticas exploradas pelas escolas, por exemplo, é a promoção da redução do uso de plástico, buscando dar preferência por produtos que agridam menos o meio ambiente. SUSTENTABILIDADE POR LUIZA MORATO SALVANDO OCEANOS Revista Appai Educar

Revista Appai Educar Revista Appai Educar Muito se sabe que o plástico é um dos principais vilões dos oceanos. De acordo com dados da WWF Brasil, cerca de 8 milhões de toneladas desse material entram nesse ecossistema anualmente, e até 2050 é estimado que exista mais plásticos que peixes nos mares. Diante disso, de que maneira as escolas podem desenvolver a educação ambiental para conscientizar os estudantes?

Revista Appai Educar Na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro diversos projetos são desenvolvidos anualmente com alunos de diferentes escolas. O Vem pro Abraço, por exemplo, é uma iniciativa de um abraço simbólico pela preservação do meio ambiente, realizado na Praia do Leme, na Zona Sul da cidade. O objetivo é conscientizar as comunidades escolares sobre a preservação dos oceanos. Em 2022, cerca de 500 alunos, que costumam se relacionar diretamente com atividades do eixo meio ambiente e sustentabilidade, participaram do projeto. Na praia, eles ajudaram a recolher o lixo da areia, que constantemente é deixado no local e consequentemente levado para o mar. A atuação das escolas no projeto rendeu muitos elogios não só entre os profissionais da educação quanto com relação aos próprios alunos. As amigas Vitória Pereira Pacheco, Luiza Antonella e Lara Mendes Pacheco, do C. E. Alecrim, em São Gonçalo, disseram que fazem a sua parte separando o lixo em casa e destacaram a quantidade de materiais prejudiciais que encontraram no local. “Notamos muito plástico no canto da praia. É preciso proteger os oceanos e as pessoas seremmais informadas sobre os problemas do lixo para a natureza”, observou Vitória. A professora Valeska Ribeiro Peres, do C. E. Rodrigo Otávio Filho – Intercultural Brasil-Itália, localizado em Vaz Lobo, na Zona Norte, também destacou a importância da ação. “A escola desenvolve projetos na área da sustentabilidade, e esse evento é importante para os alunos se engajarem cada vez mais no processo de cuidados com o meio ambiente”, observou a profissional.

Revista Appai Educar O aluno Matheus Bello Petozo Ribeiro, que deseja cursar Engenharia Ambiental, concordou com a professora. “Acho interessante para o nosso aprendizado. Estou amando a experiência, até porque gosto muito de projetos ao ar livre”, afirmou. Já a profissional Jacqueline de Oliveira, do Ciep 118 Vereador Vilson Campos Macedo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, se mostrou encantada com o projeto e destacou que mais ações como essa deveriam ser realizadas entre os estudantes. “Nossos alunos precisam de momentos como esse. São experiências riquíssimas. Estamos muito felizes com a iniciativa”, pontuou. Fotos: Uanderson Fernandes | Seeduc-RJ

Revista Appai Educar CUIDE BEM DO SEU LIXO SUSTENTABILIDADE POR ANTÔNIA FIGUEIREDO Os detritos não somem num passe de mágica

Revista Appai Educar O lixo é uma das poucas produções humanas, em toda a sua existência, que nunca deixará de revisitar seus responsáveis. Ele já foi assunto de novela, de enredo de escola de samba, de discussões acaloradas emmuitas vizinhanças e, sobretudo, tema de muita preocupação mundo a fora pelos impactos que esse conjunto de materiais orgânicos e inorgânicos vem causando ao planeta, sobretudo com a presença maciça das tecnologias em nosso cotidiano. Pela proximidade que o lixo tem com o humano, por ser um dos seus principais indicadores de produção, precisamos acompanhar de perto seus impactos no meio ambiente, na saúde, na flora, na fauna e na vida terrestre, a fim de devolvê-lo à natureza de forma menos impactante a nossa existência.

Revista Appai Educar Para tanto, um dos primeiros passos é entender que um dos grandes problemas socioambientais, sobretudo nos grandes centros urbanos, onde sua produção é cada vez maior, é de responsabilidade de cada um de nós, desde o papelzinho que jogamos na rua àquela pilha ou bateria que lançamos nas lixeiras convencionais sem o menor cuidado. Mesmo com todo um processo de coleta seletiva, reciclagem, reaproveitamento, o protótipo de produção da sociedade tem comprometido essa cadeia coletiva, que envolve aterros sanitários, reúso, reciclagem e educação sobre como separar e descartar os muitos tipos de materiais. Para nos ajudar a massificar ainda mais esse assunto rotineiro, conheça agora algumas classificações de lixo e conte como você descarta a sua produção de casa e a da sua escola.

Revista Appai Educar Lixo Domiciliar – Decorrência da produção residencial, quase sempre composto por restos de alimentos e todo tipo de materiais normalmente usados nos lares. Lixo Comercial – Resultante das rotinas comerciais e de serviços, como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares e restaurantes. Lixo Industrial – Resultado das atividades industriais. Lixo dos Serviços de Saúde – Produzido por órgãos hospitalares. Lixo Público – Oriundo de toda limpeza pública que engloba atividades como podas de árvores, áreas de feiras livres, córregos etc. Lixo Especial – Composto por restos de obras e demolições, pilhas, baterias e embalagens. Lixo Radioativo – Composto de urânio enriquecido, possui elevada radioatividade. Lixo Espacial – Sua matéria-prima principal são os materiais lançados no espaço, como foguetes, sondas e satélites. Segundo a Agência Espacial Europeia existem aproximadamente 170 milhões de pedaços de peças, ferramentas, restos de tinta e equipamentos espaciais orbitando o planeta Terra. Aproveite para dividir com a Revista Appai Educar as ações e projetos que têm sido realizados na sua unidade escolar, através do e-mail jornaleducar@appai.org.br Fontes: Mundo Educação Uol, Seeduc, Multirio Leia também: - Novas atitudes - Appai - Uma escola parceira do planeta - Reutilizar e reciclar: um legado impactante na sua escola - Cascatinha Taunay - Parque Nacional da Tijuca

Revista Appai Educar Revista Appai Educar MATÉRIA DE CAPA POR ANTÔNIA FIGUEIREDO E JÉSSICA ALMEIDA O IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM SALA DE AULA Casaco de frio em pleno dezembro ou calor em julho no Rio de Janeiro. Essas foram algumas das principais mudanças climáticas notadas nos últimos meses. O professor de Geografia com ênfase emMeio Ambiente Thiago Ribeiro explica que o clima de cada lugar tem suas características e isso é observado ao longo de vários anos. Com a ação humana esse padrão climático está sendo modificado de uma maneira mais rápida gerando problemas de curto, médio e longo prazos para a sociedade. Entenda como as mudanças climáticas podem influenciar no desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, e de que forma pais e escolas podem ajudar a reduzir esses impactos. Entenda de que forma as altas temperaturas e os fenômenos naturais podem influenciar no desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos

Revista Appai Educar Revista Appai Educar As mudanças climáticas podem prejudicar o ensino em sala de aula? Como sabemos, elas são resultado de ações humanas que estão impulsionando modificações em padrões de temperatura e precipitação, como chuva, granizo, neblina, neve, orvalho ou geada. De acordo com Thiago, essas alterações interferem no cotidiano dos alunos e professores nos períodos mais quentes do ano. No caso do Brasil, estamos, geralmente, de férias, mas, quando precisamos estar em

Revista Appai Educar sala de aula com 35 alunos ou mais em temperaturas muito elevadas, isso pode causar a dispersão, o incômodo, a agitação e dificultar o aprendizado. “Fatores externos e alunos que muitas vezes moram em área de vulnerabilidade social contribuem para que não se consiga desenvolver plenamente as suas capacidades cognitivas, tornando-se mais um obstáculo no caminho”, pontua. O educador ressalta também as preocupações como perdas materiais e até mesmo de vidas ocasionadas por chuvas repentinas, em período não esperado gerando grandes catástrofes, como observamos, por exemplo, em Petrópolis, há pouco tempo. “A maneira como esses fenômenos têm ocorrido, aliada à falta de preparo para lidar com eles e o encurtamento de tempo entre um e outro, já que ocorrem de forma cada vez mais próxima, interferindo em toda a comunidade escolar’, afirma Thiago. Ele lembra ainda que, quando um estudante ou professor sai para a escola e começa uma chuva em um período não esperado, isso já interfere no psicológico. O aluno está na escola pensando se vai conseguir voltar para casa ou até se vai ter uma casa quando retornar. O professor, a mesma coisa. Então, essas mudanças causam impacto em toda a comunidade escolar e, consequentemente, na qualidade da educação.

Revista Appai Educar OS IMPACTOS DO CALOR EXTREMO NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS Como mencionado anteriormente, o calor extremo em sala eleva os níveis de agitação e dispersão do aluno. Dependendo da idade é natural a inquietude e, com o calor, esse fator é multiplicado, necessitando que se ausentemmais vezes para beber água ou mesmo para respirar em lugares mais arejados. Não se tem concentração, pois o principal foco passa a ser a temperatura. “Sempre gosto de enfatizar que os professores também sofrem nesse processo. Acredito que os alunos, por permanecerem mais tempo dentro do mesmo espaço, são muitas vezes penalizados commais intensidade, já que trabalhar ou estudar em lugares extremamente quentes não faz bem a ninguém”, pontua o docente.

Revista Appai Educar ABRIGOS E REFÚGIOS: QUAL O PAPEL DAS ESCOLAS NESSE SENTIDO? Em situações de emergência, como inundações e deslizamentos, as escolas naturalmente são locais de acolhimento. Esses espaços passam a ser, primeiramente, um lugar de refúgio. Porém, com a frequência com que esses fenômenos têm ocorrido, perde-se o espaço de aprendizagem que é uma das raízes de instituições de ensino. O que era para ser pontual, uma emergência, torna-se frequente. Se em uma determinada localidade, todo os anos, alunos sofrem com esses problemas, além de todos os outros prejuízos, a escolarização também vai ser comprometida. Segundo o professor de Geografia, a prevenção e melhora dessas situações passa por uma educação e conscientização ambiental desenvolvida em toda a comunidade escolar, através de ações ambientalmente responsáveis, aulas práticas e conceituais. “A escola pode ser um polo de disseminação, mas não pode ser o único. Uma mudança concreta só será atingida com a transformação na sociedade como um todo. Através de iniciativas onde os problemas reais são postos pelos alunos, que podem pensar uma maneira de resolver e conscientizar outras pessoas. Quando nos sentimos parte da solução é natural nos empenharmos. Isso faz com que o ensino seja significativo para todos e crie raízes que podem ajudar na resolução do problema futuramente”, afirma Thiago.

Revista Appai Educar O QUE PODE SER FEITO PARA AMENIZAR OU MUDAR ESSE QUADRO? Pesquisas indicam que perdas de aprendizado podem custar aos estudantes uma diminuição de 12% nos ganhos ao longo da vida. O educador pontua que ações de políticas públicas que tenham como preocupação a educação e a conscientização ambiental da sociedade na totalidade são extremamente importantes. “Não é só proibir o uso disso ou daquilo, é explicar de maneira massiva, é discutir com a sociedade essas modificações. Reduzimos o uso de sacolas plásticas nos mercados, mas produzimos cada vez mais lixo eletrônico. A sociedade de consumo em que vivemos é um problema e gera consequências como as que temos vivenciado. Melhorar a vida passa por ações ambientalmentemais responsáveis”, reforça o professor de Geografia. A Educação pode salvar o planeta De acordo comFernanda Cubiaco, jornalista e especialista emSustentabilidade, o conhecimento através da educação é o primeiro passo demudança nessa longa caminhada rumo à proteção do planeta e de seus ecossistemas, a partir do envolvimento de todas as instituições nessa força-tarefa. “Governo, família, escola e empresas

Revista Appai Educar devemassumir responsabilidades no desenvolvimento do ser humano, de suas potencialidades, habilidades e competências, pois já é preciso construir um futuro diferente para omeio ambiente, combase empelomenos três pilares: engajamento (social, político e econômico), mudança de hábitos e desenvolvimento científico e tecnológico. Pois não há como transformar a realidade em escala ampla sempessoas comprometidas e recursos”, alerta Fernanda. Quando olhamos para os diagnósticos da saúde do planeta, as notícias não são as melhores. Pois, segundo especialistas, a terra esquentou 1,09°C desde a Revolução Industrial, no século XIX, e, desse total, 1,07°C é provavelmente de responsabilidade humana. Para Cubiaco nossas atitudes e hábitos de consumo se tornaram uma verdadeira força impulsionadora da degradação, contribuindo para mudanças tanto nos processos naturais quanto na química da atmosfera. “O planeta sofre com a acidificação dos mares, com mudanças no clima e com a poluição dos solos, águas e ar levando à extinção inúmeras espécies e, num futuro talvez não tão distante, a nossa”, sentencia. O QUE PODEMOS FAZER? Se o que transforma o mundo são as pessoas e o que transforma as pessoas é a educação, fica compreensível entender que ela, aliada à informação, forma os alicerces básicos para a geração de medidas e ações positivas, que ajudem a socorrer o planeta e garantir a revitalização do meio ambiente e seus ecossistemas. Mais que estar presente nas salas de aula desde as séries iniciais, a educação ambiental, de acordo com Fernanda Cubiaco, precisa estar sendo aplicada e dissemi-

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Revista Appai Educar nada em todos os setores em que o ser humano participa, seja na indústria, na construção, na agricultura, no ramo alimentício, de energia elétrica e água, nos químicos, máquinas e equipamentos, enfim tudo que contribua direta ou indiretamente na promoção dos impactos em larga escala. “Por exemplo, educar funcionários do setor da agropecuária de forma que possam sugerir melhorias em seus processos. É preciso que tenham ciência de que a produção de um quilograma de carne bovina, por exemplo, requer 15.415 litros de água e de que o desmatamento para abrir pasto é uma das atividades de maior impacto nas mudanças climáticas”, destaca.

Revista Appai Educar E emmeio a esse cenário de dúvidas e incertezas, a educação aparece como garantia de um novo caminhar. Isso porque, de acordo com a Unesco, “ela encoraja a modificar atitudes e condutas e ajuda na adaptação às tendências vinculadas às mudanças climáticas”. Dessa maneira, o sucesso deste tipo de iniciativa passa pela alfabetização ambiental da população, exigindo que alunos, professores e toda a comunidade escolar atuem como multiplicadores dessa conscientização desde as séries iniciais. MOVIMENTO MAKER NA NATUREZA Não basta apenas ver ou acompanhar números, estatísticas ou os efeitos das mudanças climáticas emoutras partes do planeta. Precisamos começar a realizar aqui e agora. É o que está fazendo Fernanda Cubiaco através do projeto Pedra do Arpoador Conservação, originado por uma iniciativa de adoção oficial do espaço. “Nosso objetivo é fazer da Pedra do Arpoador uma protagonista na defesa da natureza e do oceano. Queremos ir para as salas de aula, capacitar os nossos tesouros, que são as crianças e os adolescentes, para cocriaremao nosso lado”, revela. Ao falar sobre a relevância de se ter escolas que disseminem conceitos ambientais, como por exemplo cultura do lixo zero nesse momento em que vivemos, Cubiaco é categórica em afirmar que é fundamental ter uma consciência a curto, médio e longo prazos acerca dessa realidade. “Em um estudo recente, a In-

Revista Appai Educar ternational Solid Waste Association (Iswa), uma organização sem fins lucrativos que reúne profissionais do setor de resíduos sólidos, previu que a geração mundial de lixo chegará a 3,4 bilhões de toneladas, anualmente, até 2050. Aqueles que hoje estão com 1 ano de idade terão mais de 25 em 2050. Precisamos então agora ensinar sobre a compra consciente, sobre não desperdício, sobre valor do dinheiro, sobre responsabilidade na proteção ao meio ambiente. E na prática da sustentabilidade urbana, conectar os alunos com o planeta, conscientizando-os de que todos os recursos que utilizamos são ofertados pela nossa Terra”, ressalta.

Revista Appai Educar Para tanto, seja nos anos iniciais, fundamentais, médios ou superiores, os conteúdos relacionados à educação ambiental vêm sendo trabalhados, sobretudo na compreensão e conhecimento dos conceitos relacionados com o meio ambiente, sustentabilidade, preservação e conservação, a fim de formar cidadãos conscientes e críticos em todos os continentes. “Em paralelo, governos e empresários precisam agir hoje para assegurar o futuro da nova geração, de forma que ela desfrute de uma qualidade de vida semelhante à que se tem hoje”, destaca.

Revista Appai Educar Como se sabe, toda ação gera uma reação, e na natureza não é diferente. Ou seja, se mantivermos a mesma pegada de produção de lixo que o mundo tem hoje, de acordo com a ONU as consequências dessa produtividade alcançarão patamares com grau cada vez menor de reversão. Isso porque a população mundial deve chegar em 8,5 bilhões em 2030 e a 9,7 bilhões em 2050. O HOMEM BUSCA A CURA PARA AS SUAS AÇÕES Ideias verdes O relatório World Population Prospects 2022 aponta que a Índia deverá superar a China como o país mais populoso do mundo em 2023. E ainda de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio

Revista Appai Educar Ambiente (Pnuma) e a organização inglesa Wrap (The Waste and Resources Action Programme), do total de alimentos disponíveis para os consumidores em 2019, 931 milhões de toneladas, ou 17%, foram para a cesta do lixo de domicílios, varejistas, restaurantes e de outros serviços alimentares. “E o mais triste é saber que no meio desse volume estão toneladas de alimentos desperdiçados, enquanto milhares de pessoas adoecem por falta de comida. Sem falar na quantidade de plásticos que escoam pelos rios e chegam aos oceanos matando e sufocando a fauna e a flora marinha”, pontua Fernanda acrescentando que uma revisão de

Revista Appai Educar quadruplicará até 2050”, segundo matéria da WWF. E diante de tantos desafios, compete à sociedade civil arregaçar as mangas e mover-se na direção de ações e atitudes que colaboram com práticas que venham amenizar e/ou mudar esse cenário, opina Cubiaco, reafirmando que “por aqui seguimos com otimismo, ações educativas, fé e apostando e investindo na educação dentro e fora das salas de aulas, o que possibilitará que o amanhã seja melhor para todos. Bora com tudo, #botapragirar!”. 2.592 estudos apoiada pelo WWF (Fundo Mundial para a Vida selvagem, em português) mostrou que o crescimento projetado desse tipo de poluição pode exceder os limites ecologicamente perigosos de concentração de microplásticos, uma vez que a sua quantidade pode aumentar 50 vezes em ambientes marinhos. “Isso se baseia em projeções de que a produção de plástico deve mais que dobrar até 2040, resultando no aumento de detritos no oceano e que se

Revista Appai Educar Fontes: wwf.org.br | fao.org/brasil | embrapa.br | brasilescola.uol.com.br. Fernanda Cubiaco é jornalista e especialista emSustentabilidade. Está à frente do movimento Bota pra Girar, da consultoria @Atitude_Esg, do Projeto para conservação da Natureza e Oceano do entorno da Pedra do Arpoador, sendo adotante oficial pelo programa Adote Rio, da Prefeitura do Rio de Janeiro. É tambémuma das fundadoras da Associação Brasileira de Combate ao Lixo noMar e representante no Rio de Janeiro da startup Green Mining. Contatos: @botapragirar | @pedradoarpoador_conservacao | @atitude_esg | @greenmining | @ablm. com.br. Thiago Ribeiro é formado em Geografia com ênfase em Meio Ambiente, possui pós-graduação em EducaçãoeTecnologia eatua comoprofessor na rede estadual do Rio de Janeiro há quase 10 anos. Alémdisso, trabalha no município e na rede privada. A maior parte de sua vivência na docência se deu em escolas públicas da Baixada Fluminense. Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik.

Revista Appai Educar EDUCAÇÃO INFANTIL POR ANTÔNIA FIGUEIREDO CADÊ O DINOSSAURO QUE ESTAVA AQUI? Revista Appai Educar Pequenos autores escrevem livro sobre a maior espécie já encontrada no mundo Revista Appai Educar Revista Appai Educar Revista Appai Educar Revista Appai Educar Revista Appai Educar

Revista Appai Educar Revista Appai Educar Considerado um dos maiores animais já existentes na terra, os dinossauros não assustam pelo tamanho, muito pelo contrário. Eles têm cada vez mais conquistado o coração e a simpatia dos pequenos, seja através dos personagens dos desenhos animados, nas marcas e estampas dos vestuários ou na grande variedade de brinquedos. Percebendo essa aproximação desse réptil com o imaginário infantil, a professora Karla Cristina Carrozzino Gaudencio, da escola municipal Professor André Trouche, localizada em Niterói, iniciou um estudo com seus alunos da Educação Infantil acerca da vida e da história dos dinossauros, que culminou na edição de um livro sobre a espécie. RODA DE CONHECIMENTO Por estarem ainda em fase de alfabetização, os alunos também contaram com a ajuda dos pais e responsáveis para lhes auxiliarem na pesquisa. Inicialmente Karla buscou aplicar uma metodologia em que eles oralmente expressavam os seus conhecimentos prévios, com a ajuda dos pais e responsáveis, sobre os dinossauros. “Todos os relatos eram registrados em textos coletivos, a fim de explorar o que os pequenos descobriram em relação à espécie”, afirmou. Revista Appai Educar Revista Appai Educar Revista Appai Educar Revista Appai Educar Revista Appai Educar

Revista Appai Educar Entre os objetivos do projeto, estava aguçar a participação coletiva, a sociabilização, o conhecimento e a oralidade, a fim de apresentar de uma forma lúdica o gênero textual, suas caracteFamília e alunos ampliando as descobertas rísticas comunicativas e estrutura. “Durante as rodas, ia relatando como se escrevem as palavras, circulando-as no texto e identificando-as, para que fossem usadas na criação de histórias”. Por ser uma metodologia já conhecida por elas e um dos meios de inclusão e sociabilização, a parte prática do projeto quase sempre era realizada através de roda de leitura, como explica Karla. “Era naquele ambiente coletivo que as perguntas eram realizadas e as crianças respondiam oralmente o que já haviam encontrado”, pontua a professora enfatizando que tudo isso também só foi possível pela efetiva participação dos pais ajudando os pe-

Revista Appai Educar quenos através da transmissão oral, contando histórias dos dinossauros, seu surgimento, como viviam e tudo que colaborasse para aumentar suas descobertas e conhecimento.”, relata a professora. De acordo com ela, os conhecimentos natural e social das disciplinas de ciências, história e geografia foram MUSEU NACIONAL E OS DINOSSAUROS desenvolvidos de forma interdisciplinar com os conhecimentos de linguagem, oralidade, leitura e escrita, lógico-matemático, movimento e artes. “As crianças também participaram do planejamento registrando um roteiro no cartaz mencionando quais as atividades que gostariam de realizar”, relembra Karla. Ao final do período de pesquisa e registros das respostas orais-coletivas, o projeto culminou com um livro feito pelos alunos sobre os dinossauros, seus hábitos e histórias de vida. Além do livro, os estudantes também realizaram uma exposição na escola, com apresentação de maquetes, cartazes, desenhos autoexplicativos reproduzidos e pintados por eles. “Durante a exposição, eles também exibiram alguns materiais utilizados e pesquisados pelos paleontólogos em suas explorações, como lupas, pincéis e fósseis, e explicaram a utilidade de cada um aos colegas das outras turmas”, afirma a docente. Logo depois da exposição, os alunos também participaram de uma aula de campo no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em que puderam ver, conversar e trocar saberes com os monitores responsáveis pelos acervos suas descobertas sobre os dinossauros e a era geológica em que os répteis gigantes viveram. No dia da visita, segundo Karla, omonitor do museu ficou umpouco receoso quanto a usar termos científicos para a turma. “Então falei que poderia falar, pois os pequenos conheciam, porque pesquisaram. Eles começarama falar os nomes dos períodos da eraMesozoica e o que aconteceu emcada umdeles, então omonitor ficoumuito surpreso, pois eramcrianças de 5 anos!”, enaltece a professora.

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Revista Appai Educar MULTIPLICANDO SABERES E APRENDIZAGENS Ainda no ambiente escolar, os alunos deramuma aula explicativa sobre o assunto para as turmas do 1º ano, alémde apresentaram- -se cantando amúsica dos dinossauros comas bandeirinhas dos “dinos” que confeccionaramdentro do conteúdo artístico. Toda essa trilha de saberes promoveu, segundo Karla, uma grande ampliação das áreas do conhecimento natural (Ciências) e do social e geográfico, alémdo desenvolvimento do pensamento lógico-matemático das crianças. E. M. Professor André Trouche Rua Luiz Palmier, 100 – Barreto – Niterói/RJ CEP: 24110-310 Tel.: (21) 2719-4030 Professora idealizadora: Karla Cristina Carrozzino Gaudencio “E somado a toda essa aprendizagem, elas progrediramemsuas hipóteses de escrita, praticando nos vários níveis: silábico, silábico-alfabético e alfabético. Registraramos nomes dos dinossauros e outros animais estudados, alémde participaremdos gêneros discursivos abordados. Umprojeto tão grande emaprendizagem, quanto as figuras dos animais que elas conheceram”, finaliza a professora.

Revista Appai Educar TECNOLOGIA POR JÉSSICA ALMEIDA FICÇÃO CIENTÍFICA A partir da imersão e da interação com obras literárias e cinematográficas, os alunos do Ciep 156 Dr. Albert Sabin tiveram contato com o gênero narrativo ficção científica. A ideia é que discutissem as possibilidades reais e éticas da relação da humanidade com a tecnologia numa perspectiva pessoal e individual, mas também como sociedade, pensando nos benefícios e em possíveis riscos e transformações que esse futuro poderia trazer. Para se aprofundar nesse gênero narrativo, os alunos participam de oficinas, rodas de leitura, produção textual e até a criação de um e-book

Revista Appai Educar Idealizado pelo professor Erivelto Reis, das disciplinas Língua Portuguesa, Linguagens Aplicadas às Tecnologias, Tecnologia, Inovação e Ambiente e Estudos Orientados, o projeto é o resultado da produção escrita dos estudantes do primeiro ano do Novo Ensino Médio. “Durante as aulas, quando falamos de elementos ligados à linguagem artística e a sua relação com as tecnologias, trabalhamos contos, séries, filmes, trechos de romances em que os temas das viagens no tempo, a relação entre a humanidade e os robôs, as grandes invenções e as possibilidades de deslocamentos no espaço, além da vida em outros planetas, foram sendo apresentados e discutidos com os nossos alunos”, explica o educador. O intuito do projeto é que os discentes conheçam autores e obras importantes da ficção científica e possam explorar o contato com o gênero e o referencial cultural em relação ao tema. Segundo o educador, foi ummomento em que assuntos relacionados ao dia a dia ou às preocupações dos alunos puderam permear a produção de ideias e invenções em relação ao futuro, como mochilas voadoras ou a utilização de energia limpa, chegando à discussão sobre o que seria ético ou não numa eventual viagem no tempo. Alémdisso, foramdiscutidos os problemas como a violência, a guerra, o racismo e as relações afetivas e pessoais que nortearamnão apenas a idealização do que seria a vida no futuro, como tambémos contos que os alunos produziram. “As aulas nas oficinas pretendiam, portanto, que os estudantes se sentissemmotivados a colocar na escrita desse gênero narrativo os elementos de sua vivência e de sua criatividade”, explica o professor.

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Revista Appai Educar Para o desenvolvimento do projeto, o docente começou trabalhando os conceitos do gênero ficção científica e depois mapeando os referenciais culturais, como leitores ou espectadores de filmes e séries a partir de aulas expositivas e rodas de conversa. “Fizemos também leituras de trechos de livros e oficinas de invenções, nas quais os alunos apresentavam as suas ideias para invenções e inovações que em seu entendimento poderiam representar inclusão, tecnologia e inovação”, afirma. Nas oficinas de escrita, os textos perpassavamna construção de umpersonagemprincipal, umconflito, uma viagemno tempo, ao espaço, ou invenção de alguma tecnologia e o desfecho positivo ou não desse conflito.

Revista Appai Educar “Aome deparar como conjunto do que foi produzido, percebi que ali havia um material bastante provocativo que revelava as várias fases do processo de ensino-aprendizagem, muitas referências culturais dos alunos, uma interação bastante interessante como gênero trabalhado emuitas preocupações genuínas como futuro, comquestões afetivas, tecnológicas e éticas, principalmente envolvendo a sustentabilidade, a guerra, a violência e o racismo”, pontua Erivelto. O resultado das aulas, oficinas, rodas de leitura, de conversa e da produção escrita dos alunos começou a se desenhar como a possível produção de um e-book e de um livro físico. O professor conta que trabalharam commuito empenho na digitação, revisão, diagramação e ilustração personalizada de cada página produzida, e que fizeram o registro da obra na Câmara Brasileira do Livro, obtendo o ISBN (sigla em inglês para Padrão Internacional de Numeração de Livro). Além disso, Erivelto convidou a professora e Coordenadora de Tecnologia e Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, Débora Garofal, e o professor, escritor, poeta,

Revista Appai Educar compositor e doutor em Ciência da Literatura Cícero César Sotero Batista, para que fizessem a leitura e considerações dos textos dos alunos. A culminância aconteceu em dezembro, com uma sessão de autógrafos aberta a toda a comunidade escolar, e os estudantes receberam um exemplar do material produzido por eles, além do certificado de participação. “O projeto foi importante para fazer com que os nossos alunos tivessem a oportunidade de serem protagonistas do processo criativo, valorizando, respeitando e interagindo com os referenciais de produções como cinema, séries, música e ficção científica que trouxeram e ampliando seu repertório a partir da experimentação prática dos resultados da leitura e da escrita”, finaliza Erivelto. Ciep Brizolão 156 – Dr. Albert Sabin Antiga Rodovia Rio-São Paulo km 40, 0 – Dom Bosco – Seropédica/RJ CEP: 23894-026 Tel.: (21) 3787-8854 / 3787-2594 Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik.

Revista Appai Educar PEQUENA ÁFRICA GUIA HISTÓRICO POR RICHARD GÜNTER Um lar histórico da comunidade afro-brasileira

Revista Appai Educar Foi o compositor Heitor dos Prazeres quem batizou de “Pequena África”, no início do século XX, a região composta pelos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, desde a Praça Mauá até a Cidade Nova, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. O nome já apareceu em livros, músicas e enredos de escolas de samba e atualmente é usado para circuitos turísticos que promovem o conhecimento da herança africana no Rio. Depois que o comércio de escravizados se tornou ilegal no Brasil, indivíduos libertos continuaram trabalhando na região. Na virada do século XIX para o XX, várias pessoas vindas da Bahia e de antigas áreas cafeeiras do Vale da Paraíba também chegaram ao local procurando trabalho e um senso de comunidade. Ao chegar, construíram casas simples, centros religiosos, espaços de convívio cotidiano, mobilização política e artística e uma sensação cada vez mais forte de identidade cultural. A Pequena África passou a ser o núcleo da cultura negra carioca e foi nesse contexto que o samba despontou como gênero musical, ganhando visibilidade Brasil a fora. Atualmente, o local leva adiante a tradição do samba, das religiões de matriz africana, da gastronomia, do artesanato e outras manifestações populares ligadas à disseminação da cultura africana, como a Pedra do Sal, o Cais e Jardins Suspensos do Valongo, a Igreja Negra, o Cemitério dos Pretos Novos e o Largo do Depósito e da Prainha de São Francisco. A Appai realiza para seus associados o roteiro que contempla a visitação dos locais que se relacionam com a história da comunidade afro-brasileira. Acesse o site e veja o percurso completo desse Passeio Cultural. Fonte: Pequena África - rio.rj.gov.br Fotos: Prefeitura do Rio

Revista Appai Educar CIDADANIA POR LUIZA MORATO OS CARIOQUINHAS Escola da Zona Norte do Rio de Janeiro criou uma revista que reúne informações e afeto entre toda a comunidade escolar

Revista Appai Educar A rede de afetos dentro de uma escola é mais que essencial. E foi dentro desse cenário que a Escola Municipal Isaías Alves, localizada no bairro de Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro, criou a revista “Os Carioquinhas”, que reúne informações curriculares, entrevistas, desenhos, poesia e recadinhos do coração da comunidade escolar. O projeto, desenvolvido coletivamente por alunos e professores, é feito de maneira on-line. Depois de pronta, a revista é enviada nos grupos das turmas através do aplicativo de mensagens WhatsApp, além de ser publicada no Facebook. Dividida por sessões, cada turma da escola fica responsável por uma delas. O objetivo é melhorar a escrita e a leitura dos alunos, se aprimorando também nas novas tecnologias. Para fazer acontecer a revista “Os Carioquinhas”, a Escola Municipal Isaías Alves reserva as segundas-feiras para dedicação total ao projeto. Os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental I, turma limite na unidade, são os mais participativos e responsáveis em auxiliar os estudantes menores, como explica a coordenadora pedagógica Ivone Taranto. “Todos participam em alguma sessão, com gêneros textuais diferentes. A revista tem a parte de diversão, de notícias, de manchete, de desenhos... Mas os alunos do 6º ano ajudam a digitar, separar e cobrar dos demais”, declarou a profissional. A revista “Os Carioquinhas” reúne uma diversidade de informações de interesse da comunidade escolar. Além da produção textual, as páginas trazem as seções: “Pequenos

Revista Appai Educar Ilustradores, Grandes Talentos”, que conta com galerias virtuais de desenhos inspirados em livros da sala de leitura; “Exercendo a cidadania”, com campanhas ambientais, como, por exemplo, a preservação do Rio Acari; “Receita dos responsáveis”, que traz sugestões de doces e salgadinhos das famílias dos alunos da escola; “Aconteceu na Isaías”, uma coluna social; “Recadinhos do coração”, commensagens da comunidade, além de entrevista com professores. A origem do projeto A história da revista “Os Carioquinhas” remete a um outro projeto pedagógico idealizado pelas professoras Ivone Taranto e Gisele Silva: o jornal mural “Pop Escola”. A iniciativa começou em 2006, quando a escola atendia turmas da Educação Infantil ao 9º ano. Na época, buscando uma maior integração na comunidade escolar, ela pôs em prática o jornal. “Aomontar o projeto político- -pedagógico, percebi umretorno de todos os segmentos de que a escola precisava de uma unidade. Veio a ideia de

Revista Appai Educar vez que colocávamos em forma de jornal mural, eles aguardavamansiosamente. É o interesse espontâneo pela leitura”, explicou a diretora. Como passar dos anos, devido às mudanças na gestão escolar, o projeto acabou sendo interrompido. Mas, para a coordenadora Ivone Taranto, a revista “Os Carioquinhas” simboliza o renascer de novas perspectivas. “A publicação representa o sonho de se alfabetizar, de ter uma profissão emque se possa se sentir realizado, de divulgar através dos classificados seus trabalhos, de conhecer personalidades bem-sucedidas. A revista é realmente um instrumento de esperança”, declarou. construir um jornal de que todos participasseme quemelhorasse o nível de escrita e leitura dos alunos, visto que no Índice de Desenvolvimento de EducaçãoBásica, nomomento, o resultado era umdos mais baixos”, lembrou a diretoraGisele Silva que, na época, era a coordenadora pedagógica da instituição. Para desenvolver a ação, uma caixa postal foi montada no refeitório da escola e nela todos os alunos, professores e demais funcionários depositavammensagens, recados e perguntas que, posteriormente, eramcolados emcartazes e presos nas paredes das salas de aula emurais. “Vimos umenorme crescimento na vontade de ler, pois, a cada Escola Municipal Isaías Alves Rua Dom José de Sousa, S/Nº – Guadalupe – Rio de Janeiro/RJ CEP: 21675-040 Tel.: (21) 3015-2011 Fotos: Facebook da escola | Multirio

Revista Appai Educar SOCIOAMBIENTAL POR LUIZ ANDRÉ FERREIRA * TRILHA AMBIENTAL Um oásis verde a menos de 50 km do centro do Rio Restaurar o ambiental e o social, temas inseparáveis. Umnão anda semo outro. Dentro dessa filosofia é desenvolvido o projeto Trilha Comunitária. O percurso que está sendo delimitado vai de Duque de Caxias até Cachoeiras de Macacu e passa por unidades de conservação. Alémdo ecoturismo, um levantamento histórico é realizado. Sãomuitos vestígios da linha do tempo da região que estão se apagando pelo descaso e a falta de conhecimento. Mas isso não funcionaria se não resultasse em umganho social e econômico para os moradores dali. Proposta pelo Instituto Sinal do Vale, a trilha, alémde ca-

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