Há alguns dias, aconteceu um dos mais importantes eventos de educação, na cidade paranaense de Foz do Iguaçu. O 23º Congresso Internacional de Educação a Distância teve como tema central METODOLOGIAS ATIVAS E TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO.

Estive presente, participei ativamente de cada uma das apresentações e discussões e trago aqui algumas contribuições de nossos colegas autores, professores e estudiosos que se debruçam sobre o tema das Tecnologias Aplicadas à Educação, especialmente a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada.

Vamos iniciar desenrolando o significado dessas duas ideias, para depois apresentar uma das possibilidades de aplicação tecnológica para a área de educação.

REALIDADE VIRTUAL

Gosto particularmente de uma explicação sobre realidade virtual que traz como exemplo óculos que nos permitem ver imagens criadas a partir do computador. Você os coloca e “mergulha” completamente num mundo que não é o mesmo em que você está pisando, é um novo ambiente criado por computador. Mesmo na sala de aula, a projeção a partir dos óculos leva o aluno a um ambiente espacial, e lhe permite ver constelações, estrelas das mais diferentes galáxias, ou o coloca em pleno século XIX, totalmente imerso nas ruas da Grécia. Esse tipo de óculos, próprio da realidade virtual, veda completamente qualquer possibilidade de se enxergar pelas laterais, conforme demonstrado na imagem. Dessa forma, você imerge completamente num mundo virtual, sem interferência da realidade concreta.

Romero Tori, meu colega da Universidade de São Paulo (USP), especialista na área e profundo conhecedor desse tema, participou do Congresso e explicou que a realidade virtual consiste em “poder navegar, passear, entrar, imergir num espaço que é virtual”, criado a partir do computador. Ele argumenta que a realidade virtual o faz mergulhar, o transporta para outro mundo, um mundo sintético, completamente virtual.

REALIDADE AUMENTADA

A realidade aumentada, como o próprio nome sugere, transporta elementos digitais para o mundo real por meio de um dispositivo móvel. Podemos compreender como funciona a RA usando também a ideia dos óculos. Enquanto na realidade virtual você os coloca e mergulha inteiramente num outro ambiente, num outro “mundo”, na realidade aumentada eles servem para inserir imagens digitais no mundo concreto, no mundo real.

Recentemente, tive a oportunidade de testar óculos desse tipo, o Google Glass, que me permitiu experiências de realidade aumentada. Por esse dispositivo foi possível ver, em meio ao ambiente real em que eu estava (a rua), um mapa apontando a direção que eu deveria seguir para chegar ao meu destino. O mapa ou o GPS foi inserido na paisagem real que estava à minha frente, de forma que, a partir de um simples comando de voz, os óculos capturaram o áudio e projetaram o mapa com a direção e a rota a ser seguida. No caso desses óculos da Google, a imagem apareceu logo à minha frente, no campo de visão direito, enquanto que no esquerdo eu via toda a paisagem real logo além.

A ideia é que a Realidade Aumentada seja uma ajuda digital em meio à nossa realidade, sem tirá-la do campo de visão. Assim, ela se insere na realidade e complementa a nossa visão.

Também é possível acessar a realidade aumentada por meio de webcam, câmera de celular ou dispositivo móvel, e não apenas através dos óculos. Vamos compreender como isso acontece por meio da apresentação do Case Senai Bahia.

UM CASE DE APLICAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO

Imagine então, professor, seus alunos com uma apostila ou um livro ilustrado com algumas imagens chapadas do planeta Terra (em uma dimensão apenas), mas que surgem tridimensionais e animadas ao serem focadas com a lente da câmera do celular, apresentando de forma muito completa os movimentos de rotação e translação do planeta. Espetacular, não? Ou então, ao estudar o que significam correntes contínua ou alternada, poder enxergar em 3D e de forma animada todo esse conteúdo.

De maneira simplificada e resumida, o que ocorre nesse exemplo de aplicação da realidade aumentada para a educação é que as imagens que aparecem chapadas nos livros já estão impressas contendo marcadores digitais, e assim podem ser lidas por um software (nesse caso, um aplicativo chamado SENAI RA), que foi previamente instalado (baixado) no smartphone. O aluno abre o aplicativo, foca a câmera do celular na imagem do livro e a mágica acontece; ela aparece via tela do smartphone, ampliada, em 3D e ainda animada. O melhor de tudo é que, no caso desse aplicativo de realidade aumentada do SENAI Bahia, o aluno pode interagir com a tela do smartphone, por exemplo, ligando e desligando o botão do interruptor do circuito elétrico que mostra como a corrente elétrica funciona, tanto em corrente contínua quanto em alternada, numa simulação perfeita do real.

Acesse o endereço abaixo e assista ao vídeo que apresenta a realidade aumentada utilizada pelo SENAI da Bahia, no exemplo dado neste texto:

https://www.youtube.com/watch?v=g1iQnZ6dTAw

Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.