O que toda liderança escolar deve ter em mente para 2022?

Guilherme Camargo


O próximo ano representará a retomada efetiva de alunos e professores aos ambientes físicos das escolas. Depois de quase dois anos seguindo a rotina escolar a distância, a volta às salas de aula será marcada por novas propostas no plano de ensino, ressocialização entre estudantes e professores, e a reflexão sobre como aprimorar a maneira pela qual o ambiente educacional promove as experiências de interação dos alunos durante o processo de aprendizagem.

O caso de sucesso de uma escola, em um futuro próximo, vai ser baseado na geração de propostas pedagógicas aliadas à tecnologia e seu uso pelos educadores, além de projetos que unem a imersão dos professores em ambientes digitais e o bom aproveitamento dos alunos.

O diálogo é essencial nesse processo. Os pais, especialistas pedagógicos e a comunidade, como um todo, têm muito a oferecer durante a jornada. Quando uma instituição apresenta esse resultado para a sociedade, consolidando, por exemplo, suas ações, investimentos para o desenvolvimento profissional de professores e propostas para aprimorar o ensino, ela inova e se destaca no processo de aprendizagem.

 

Ensino híbrido ou a distância?

Muito se falou sobre o ensino híbrido, mas é preciso entender esse termo. Ele se refere, basicamente, às atividades on-line e off-line, e como integrar esses dois universos, em que o aluno realiza atividades manuais, de escrita, recorte, colagem, além de desenvolver sua sintonia em relação às descobertas proporcionadas pelos dispositivos tecnológicos, com eficiência. Um novo cenário que precisará de um olhar mais atento dos gestores da instituição e é uma grande oportunidade para o professor.

As aulas remotas, ministradas a distância, não refletem o propósito completo de planos de ensino com uso intensivo de dispositivos que permitam o dinamismo no ensino. É preciso reforçar a necessidade de desconstruir o pensamento de que somente assistir as aulas em plataformas digitais, por exemplo, é uma inovação tecnológica e transforma a aprendizagem por si só.

Não foi difícil para as escolas encontrarem plataformas em que os professores e alunos estivessem reunidos para a aula do dia. Isso sempre foi possível graças ao Skype, por exemplo. O objetivo não é apenas situar os estudantes em frente ao computador, celular ou tablet, mas modificar o objetivo desse encontro e o que ele pode agregar ao processo de aprendizagem.

 

Tecnologia com objetivo educacional

As expectativas na adoção de um modelo de ensino que privilegia a interação com ambientes digitais devem se basear em projetos direcionados, com objetivos definidos. Compreender o uso adequado dos dispositivos, traçar planos de como alcançar os resultados almejados e, principalmente, considerar metodologias que contemplem os universos on e off-line são algumas das lacunas que devem ser preenchidas.

Estar on-line apenas para seguir uma tendência no mundo acadêmico é um bom começo, mas não para por aí. É preciso se aprimorar e digitalizar com propósito. Os líderes educacionais compreendem que o estudante de 2021 está no mundo virtual, conhece tecnologias, sabe utilizá-las no cotidiano, mas a dúvida está em como, de fato, trazer a educação para esse meio com o seu aproveitamento completo e com significado.

Para as lideranças fica o dever de aprimorar o senso investigativo do aluno por meio de mudanças no padrão de ensino que contemplem a interação dos estudantes com o mundo real e as possibilidades que a digitalização dos processos educacionais traz para o ambiente acadêmico. Vale ressaltar que essa decisão deve ser consciente, sem utopias ou idealizações que fogem da realidade.


*Guilherme Camargo é CEO da Sejunta, startup na área educacional que oferece projetos de integração digital às instituições de ensino por meio de tecnologias Apple, e impacta mais de 400 mil alunos diariamente.
Foto: Divulgação.
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