O que nos une


Priscila de Albuquerque Lima Gaia

Outro dia, ao sair da unidade escolar onde trabalho, após um dia repleto de conflitos de todos os tipos possíveis, me peguei olhando meus colegas e me perguntando o que nos une em meio a essa atividade tantas vezes desgastante e desencorajadora. Onde encontramos ousadia para recomeçar e nos reinventar tantas vezes em nossa prática profissional?

Superamos os obstáculos, que são muitos e constantes, com muito esforço e criatividade, para darmos aos alunos todas as condições de desenvolver suas habilidades, fazendo quase o impossível para que todos possam ter uma educação de qualidade.

Enquanto professores, lidamos com vidas em formação, em construção, vidas que podem ser estimuladas e incentivadas a prosseguir, conquistando seus objetivos, ou que correm o risco de serem destruídas pela falta de oportunidades. Quantas vezes descobrimos potenciais inimagináveis onde menos esperávamos! Muitas vezes apenas por nos propormos a olhar com mais atenção e carinho.

Temos muitas críticas ao sistema, e todos mantemos opiniões sobre os problemas que enfrentamos repetidamente todos os dias. Poderíamos escolher qualquer outra profissão, um emprego burocrático que apenas pagasse nossas contas, mas isso certamente não nos faria mais felizes.

Porque o que nos une, além da convivência de todos os dias, além das histórias e experiências, boas e ruins, da luta por melhores condições de trabalho, é nossa escolha. Optamos por esse trabalho, escolhemos acreditar que é possível, que podemos fazer a diferença, que pequenas ações podem influir positivamente na história de muitos alunos, e pouco a pouco, de história em história, juntos, podemos transformar nossa realidade.

Governos e ideologias passam, mas a educação sempre será o passaporte para um mundo melhor.


 


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