III Encontro de Educação Appai


Um evento que reuniu um timaço de especialistas para falar sobre os assuntos que permeiam a educação

Já é tradição na Appai, todo ano acontece o Encontro de Educação, que conta com especialistas de diversas áreas para falar sobre temas extremamente importantes e atuais relacionados à educação. A terceira edição aconteceu em outubro, mês dedicado ao professor, e contou com uma programação imperdível, trazendo como linhas temáticas “Histórias que Inspiram” e “Impactos das Fake News, Memes e Tecnologias na Educação”.

No primeiro bloco, o tema escolhido foi “Histórias que Inspiram”. Comandado pelo jornalista Luiz André Ferreira, o assunto foi debatido com convidados que relembraram fatos que os marcaram profissionalmente e fizeram a diferença na forma de ver o mundo. Entre os convidados, o chanceler e presidente fundador da Casa Julieta de Serpa, da Fundação e do Teatro Cesgranrio, Carlos Alberto Serpa. Além dele, a presidente da Academia Brasileira de HQ, Ágata Desmond, que falou sobre como as revistas em quadrinhos podem contribuir na formação dos alunos e em sua integração com o meio em que vivem.

A Coordenadora do Instituto Oi Futuro, Fernanda Sarmento; o Mestre em Educação Brasileira, Juliano Costa, e o criador do projeto Aula sem Paredes, Márcio Gonçalves, discutiram questões como a utilização das novas tecnologias para compartilhar o conhecimento e todas as dificuldades encontradas pelos professores em sala de aula, além de ressaltarem o papel do educador na formação dos alunos e as diferenças entre os relacionamentos de antigamente e os de hoje.

Luiz Frota, especialista em projetos culturais e coordenador do Instituto Unicirco, falou sobre o trabalho do teatro e do circo como importante fator para o autoconhecimento do aluno, sua expressão e inclusão na sociedade. Para conhecer mais sobre a instituição, confira o Guia Histórico desta edição, na página 62. E para finalizar o bloco, os professores José Marcos Couto Júnior e Beatriz Souza apresentaram ao público o projeto As Caravanas, Limites da Visibilidade, vencedor do Prêmio Educador Nota 10 (ver Matéria de Capa, páginas 32 a 43).

 

Fake News

Para discutir um tema tão atual, o segundo bloco contou com a presença do jornalista e diretor de redação da Folha Dirigida, Luiz Fernando Caldeira, e do diretor da Escola de Governança em Gestão Pública da Universidade Federal Fluminense (EGGP-UFF), Antônio Batist. Eles falaram sobre a rapidez com que as fake news se propagam. De acordo com estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), de forma muito mais rápida que as notícias verdadeiras, por seu caráter de novidade, de notícia que causa surpresa, entre outros fatores, atingindo um alcance muito grande, principalmente nas redes sociais.

Segundo os especialistas, essa dispersão é perigosa de diversas formas, principalmente na educação. Eles ressaltam a importância do papel do professor como orientador para a formação do senso crítico do aluno. Saber conferir a fonte da informação e desconfiar de notícias muito apelativas são algumas das dicas dadas pelos profissionais.

Para finalizar o bloco, os professores Antônio Roberto Petali Jr., 1º colocado no Prêmio Educação Científica 2017, e André Gonçalves de Oliveira, 2º no mesmo concurso, falaram sobre seus projetos e receberem a homenagem da Appai. Para conhecer outros educadores que foram premiados por suas iniciativas, leia a Matéria de Capa desta edição, nas páginas 32 a 43.

Memes, games, gamificação e seus impactos no EAD e no presencial

O terceiro bloco mostrou como a tecnologia pode ser uma forte aliada em sala de aula e como uma atitude tão simples pode transformar a vida de outras pessoas

O terceiro bloco foi diversão garantida! Para falar sobre os famosos memes, Dandara Magalhães, do Museu dos Memes, foi convidada. Isso mesmo, existe um espaço virtual e físico com acervo de referência para pesquisadores interessados na investigação sobre esse curioso universo, que envolve também o humor. Sabemos que eles fazem parte da sala de aula e, com essa ferramenta em mãos, por que não utilizá-la a favor da educação?

Da mesma forma acontece com os games e a gamificação, que fazem parte do dia a dia dos alunos desde muito cedo. Segundo Victor Prado, desenvolvedor que fundou a própria empresa (For Games), essas crianças e jovens possuem um potencial muito grande de aprendizagem. “Principalmente porque no jogo o aluno ganha um tipo de igualdade entre os jogadores, que às vezes não conseguiria na vida real. Isso contribui em muitos aspectos para sua confiança e autonomia”, explica. Para fechar com chave de ouro o último bloco, Silvério Morón contou sobre o trabalho voluntário que desenvolve em uma praça, ajudando pessoas que têm dificuldade na área das exatas, sem cobrar nenhum centavo por isso. E ainda deu um show de simpatia e samba no pé.

 

Uma das estrelas que brilharam no III Encontro de Educação

Thiago dos Santos, que foi a grande atração do evento, falou sobre sua vida acadêmica e o orgulho em ser professor

Para encerrar o evento, o professor Thiago dos Santos Conceição foi a grande atração. O educador, agredido e humilhado por alunos em Rio das Ostras, foi literalmente abraçado pelos demais convidados do evento e disputado pelos cerca de 400 associados da plateia, que queriam fotos com ele.

Thiago contou que, apesar da hostilidade que sofreu, ele tem orgulho de ser professor. “Amo o meu ofício. Sou apaixonado pela educação e acredito no poder que ela tem. Esse episódio aconteceu há um mês e, quando tive que retornar ao trabalho, voltei com muita alegria. Eu preciso continuar, dar sequência ao compromisso que tenho com os meus alunos”, garante.

O educador concedeu uma entrevista exclusiva para a Revista Appai Educar. Confira:

Revista Educar – Como você vê o futuro da Educação?

Thiago – Quando penso no futuro da educação, mais chego à conclusão de que o modelo atual está em descompasso em relação àquilo que a ciência já sabe sobre como a mente humana funciona, especialmente em relação aos processos de aprendizagens e às tecnologias disponíveis no mercado, que nem de longe são aproveitadas na educação formal. Mas acredito que tende a melhorar. A cada dia a tecnologia está avançando e a educação se tornando presente em todos os lugares.

Revista Educar – Recentemente tivemos a notícia de que mais de 20 lojas de uma rede de livrarias serão fechadas. Isso pode influenciar negativamente o hábito da leitura na sala de aula?

Thiago – É muito triste ver esse tipo de situação acontecendo em pleno século XXI. Esses são locais de conhecimentos e sabedoria, mas nos últimos anos as escolas e faculdades têm motivado muito pouco seus alunos a lerem, o que cria a situação de um povo totalmente disperso e fácil de ser manipulado.

Revista Educar – O Enem e as demais avaliações do ensino básico refletem o cenário de aprendizagem brasileira?

Thiago – Infelizmente o Enem e alguns métodos não conseguem refletir a real situação da aprendizagem brasileira. É triste ter exames onde se comprova que o ensino do país é muito desigual.

Revista Educar – No seu ponto de vista, o que a educação precisa para ser reconhecida como um ensino de qualidade?

Thiago – A valorização dos profissionais da educação e um investimento que corresponda a uma boa infraestrutura. Depois há a necessidade de conscientização dos responsáveis dos alunos sobre o respeito ao professor e até ao próprio aluno.

Revista Educar – O que o III Encontro de Educação Appai representou para você?

Thiago – Um privilégio, um momento ímpar! O divisor de águas da minha vida profissional.

 

Transmissão ao vivo no Facebook

Tentou assistir a cobertura completa do evento, mas não conseguiu acompanhar ao vivo? Não se preocupe, a gravação está disponível em: www.facebook.com/appairj.


Por Jéssica Almeida
Fotos: Comunicação Appai

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