Os maiores aprendizes da história: os ensinantes


Esta semana já começa em ritmo de homenagem aos nossos mestres, a todos os professores do Brasil, em especial aos do estado do Rio de Janeiro, a quem destino esta coluna do Blog Appai. A vocês, toda a minha admiração e todo o meu respeito.

O grande Paulo Freire é quem inspira esta homenagem, pois foi alguém de tamanha coerência sobre o aprender e o ensinar, que se tornou um referencial mundial incomparável. Ele dizia que:

“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa, por isso aprendemos sempre.”

Cada um de nós sabe algo e igualmente ignora algo, mas entre o saber e o ignorar há um processo permanente: o da aprendizagem; e nós, professores, enquanto ensinamos dialogamos de perto com ela, pois não há como ensinar sem aprender. Ensinar proporciona reconhecer que aprendeu antes de poder ensinar, portanto não há uma condição sem a outra.

Para ser um aprendiz ensinante, é preciso mergulhar com os alunos pelos caminhos e pelas trilhas da curiosidade, aprendendo sempre. Freire dizia que: “O aprendizado do ensinante ao ensinar se verifica à medida que o ensinante, humilde, aberto, se ache permanentemente disponível a repensar o pensado, rever-se em suas posições; em que procura envolver-se com a curiosidade dos alunos e dos diferentes caminhos e veredas que ela os faz percorrer”. E aos traçarmos tais caminhos, junto de nossos alunos, descobrimos perguntas que os movem, mas, e sobretudo, movem a nós mesmos como aprendizes que somos. Essa escuta, esse respeito pelo aluno e pelo seu processo de aprendizagem nos coloca na situação fantástica de, ao ensinar, poder também aprender. Aprender a partir das perguntas que não foram pensadas por nós, professores, e sim pelos alunos, mas que se tornam parte integrante do processo de aprendizagem que ocorre quando reconstruímos os caminhos para a nossa própria curiosidade.

Nossos caminhos como eternos aprendizes ensinantes têm a sua confirmação na frase do educador Álvaro Vieira Pinto: “O caminho que o professor escolheu para aprender foi o do ensinar”. Esse ensinar demanda de cada um de nós compromisso, competência e dedicação, além da formação continuada e permanente, baseadas na análise crítica de nossa própria prática. Não há nada mais aprendente do que estar aberto a repensar e modificar a sua própria prática de ensinante.

“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática.”

Paulo Freire

Um abraço especial, professor, neste mês em que comemoramos simbolicamente o seu dia.


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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