Letramento Digital… desenrolando


O uso da leitura e da escrita leva a pessoa a uma outra condição, a um outro estado, transforma a vivência social e cultural, além de o modo de pensar, agir e viver. Traz uma verdadeira revolução!

(Inspirado em Magda Soares, autoridade em Letramento).

Letramento

O termo “letramento”, que defendo aqui, surgiu da palavra inglesa “literacy” (letrado) e significa, para além de ler e escrever, saber usar a leitura e a escrita de maneira competente. O que isso significa? Que não basta ser alfabetizado, não basta saber decodificar, é preciso ser alguém que sabe usar a leitura e a escrita em diferentes situações da comunicação, na vida, enxergando para além do limite do código, das letras. Um letrado convive com diferentes tipos de textos e os interpreta, interagindo sem dificuldade. Ele lê as linhas, as entrelinhas e para além das linhas, interpreta, compreende e age, utilizando esses recursos em favor do social (vivência). Ele faz relações com informações da vida, de fora do texto codificado. Isso é ser letrado!

Letramento digital
Letramento digital

Letramento digital

O letramento digital envolve, para além do letramento já abordado (competência na leitura e escrita, para a vida), outro tipo de competência, que é a capacidade de usar as ferramentas digitais e os recursos tecnológicos e interagir num mundo que é dos conectados. Então, podemos dizer que uma pessoa é um letrado digital quando consegue, além de usar a leitura e a escrita de maneira competente, apresentar a capacidade de responder adequadamente às demandas sociais ligadas à utilização dos recursos tecnológicos no meio digital. Isso envolve também uma mudança nos modos de ler e escrever, pois entram aqui os sinais verbais e não verbais, além de imagens e figuras.

O letrado digital também interage tendo claro um sentido mais amplo que envolve o coletivo e a melhoria social. Não se trata apenas do uso das ferramentas pelas ferramentas, e sim de abarcar o sentido de conquista da cidadania para a era digital.

Portanto, antes de ser um “letrado digital”, a pessoa precisa ser “letrada”. Não há um sem o outro, e o aspecto social é preponderante.

Os dois letramentos influenciam de modo profundo as culturas e os contextos em que são introduzidos e são também por eles influenciados, resultando em efeitos e mudanças da ordem do cultural, do cognitivo e do social.

Letramento digital
Letramento digital

Conclusão

Vivemos em plena era digital, da educação 3.0, mas ainda temos um grande número de pessoas sem acesso ao letramento, quiçá ao letramento digital. Além de analfabetas funcionais (aquelas que decodificam, sabem ler de forma mecânica, mas não interpretam nem mesmo relacionam informações acessadas com outras da própria vida), são ainda privadas do acesso à comunicação mediada por computadores, desconhecendo que há uma linguagem específica verbal e não verbal presente nos meios digitais. São pessoas que estão sendo privadas de acessar e de se comunicar de forma ágil e completa, de usufruir de facilidades na resolução daquilo que representa a sua cidadania digital.

Neste mundo tão carente, tão desigual, surge a demanda de levar letramento e letramento digital àqueles que estão à margem, àqueles que necessitam. A educação pode e deve levantar essa bandeira, unindo-se aos diferentes tipos de iniciativas para elevar a condição de cada um, fomentando uma mudança de estado e de condição. Eis a missão!


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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