Cadê o dinossauro que estava aqui?

Os pequenos autores escrevem livro sobre a maior espécie já encontrada no mundo


Considerado um dos maiores animais já existentes na terra, os dinossauros não assustam pelo tamanho, muito pelo contrário. Eles têm cada vez mais conquistado o coração e a simpatia dos pequenos, seja através dos personagens dos desenhos animados, nas marcas e estampas dos vestuários ou na grande variedade de brinquedos. 

Percebendo essa aproximação desse réptil com o imaginário infantil, a professora Karla Cristina Carrozzino Gaudencio, professora da escola municipal Professor André Trouche, localizada em Niterói, iniciou um estudo com seus alunos da Educação Infantil acerca da vida e da história dos dinossauros, que culminou na edição de um livro sobre a espécie. 

Roda de conhecimento

Por estarem ainda em fase de alfabetização, os alunos também contaram com a ajuda dos pais e responsáveis para lhes auxiliarem na pesquisa. Inicialmente Karla buscou aplicar uma metodologia em que eles oralmente expressavam os seus conhecimentos prévios, com a ajuda dos pais e responsáveis, sobre os dinossauros. “Todos os relatos eram registrados em textos coletivos, a fim de explorar o que os pequenos descobriram em relação à espécie”, afirmou. 

Entre os objetivos do projeto, estava aguçar a participação coletiva, a sociabilização, o conhecimento e a oralidade, a fim de apresentar de uma forma lúdica o gênero textual, suas características comunicativas e estrutura. “Durante as rodas, ia relatando como se escrevem as palavras, circulando-as no texto e identificando-as, para que fossem usadas na criação de histórias”. 

Família e alunos ampliando as descobertas

Por ser uma metodologia já conhecida por elas e um dos meios de inclusão e sociabilização, a parte prática do projeto quase sempre era realizada através de roda de leitura, explica Karla. “Era naquele ambiente coletivo que as perguntas eram realizadas e as crianças respondiam oralmente o que já haviam encontrado”, pontua a professora enfatizando que tudo isso também só foi possível pela efetiva participação dos pais ajudando os pequenos através da transmissão oral, contando histórias dos dinossauros, seu surgimento, como viviam e tudo que colaborasse para aumentar suas descobertas e conhecimento.”, relata a professora. 

De acordo com ela, os conhecimentos natural e social das disciplinas de ciências, história e geografia foram desenvolvidos de forma interdisciplinar com os conhecimentos de linguagem, oralidade, leitura e escrita, lógico-matemático, movimento e artes. “As crianças também participaram do planejamento registrando um roteiro no cartaz mencionando quais as atividades que gostariam de realizar”, relembra Karla. 

Museu Nacional e os Dinossauros

Ao final do período de pesquisa e registros das respostas orais-coletivas, o projeto culminou com um livro feito pelos alunos sobre os dinossauros, seus hábitos e histórias de vida. Além do livro, os estudantes também realizaram uma exposição na escola, com apresentação de maquetes, cartazes, desenhos autoexplicativos reproduzidos e pintados  por eles. “Durante a exposição, eles também expuseram alguns materiais utilizados e pesquisados pelos paleontólogos em suas explorações, como lupas, pincéis e fósseis, e explicaram a utilidade de cada um aos colegas das outras turmas”. 

Logo depois da exposição, os alunos também participaram de uma aula de campo no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em que puderam ver, conversar e trocar saberes com os monitores responsáveis pelos acervos suas descobertas sobre os dinossauros e a era geológica em que os répteis gigantes viveram.  No dia da visita, segunda Karla, o monitor do museu ficou um pouco receoso quanto a usar termos científicos para a turma. “Então falei que poderia falar, pois os pequenos conheciam, porque pesquisaram. Eles começaram a falar os nomes dos períodos da era Mesozoica e o que aconteceu em cada um deles, então o monitor ficou muito surpreso, pois eram crianças de 5 anos!”, enaltece a professora. 

Multiplicando saberes e aprendizagens

Ainda no ambiente escolar, os alunos deram uma aula explicativa sobre o assunto para as turmas do 1º ano, além de apresentaram-se cantando a música dos dinossauros com as bandeirinhas dos “dinos” que confeccionaram dentro do conteúdo artístico. Toda essa trilha de saberes promoveu, segundo Karla, uma grande ampliação das áreas do conhecimento natural (Ciências) e do social e geográfico, além do desenvolvimento do pensamento lógico-matemático das crianças.  

“E somado a toda essa aprendizagem, elas progrediram em suas hipóteses de escrita, praticando nos vários níveis: silábico, silábico–alfabético e alfabético. Registraram os nomes dos dinossauros e outros animais estudados, além de participarem dos gêneros discursivos abordados. Um projeto tão grande em aprendizagem, quanto as figuras dos animais que elas conheceram”, finaliza a professora. 


Por Antônia Lúcia

E. M. Professor André Trouche
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Professora idealizadora: Karla Cristina Carrozzino Gaudencio 


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