Afinal, Anitta errou ou não o Hino Nacional?


A interpretação do Hino Nacional feita pela cantora Anitta durante a abertura do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 foi motivo de muitas críticas e continua movimentando as redes sociais. Enquanto fãs exaltam a atuação outros acusam a jovem artista ter errado a letra composta por Osório Duque Estrada. Esse episódio traz à tona outro caso em que uma veterana cantora teve um vídeo postado na internet no qual se equivocava.

Rapidamente a assessoria e a própria jovem artista desmentiram um possível equívoco, justificando que houve um pedido da organização da prova para que a melodia fosse encurtada. Diga-se de passagem, essa prática é comum em eventos esportivos, como aconteceu na própria Olimpíada do Rio e na Copa do Mundo do Brasil.

O fato que chamou a atenção do telespectador mais atento foi quando ela emendou um trecho da primeira estrofe com outro da segunda parte. Ela cantou de forma inalterada até “A imagem do cruzeiro resplandece”, pulando o trecho “Gigante pela própria natureza…” e emendando com “Mas, se ergues da justiça a clava forte”.

 

Polêmica traz a tona discussão sobre execução do Hino nas Escolas

Como tudo na internet acaba evoluindo em desdobramentos, um dos assuntos que voltaram à discussão foi a importância ou não da execução do Hino de maneira periódica nas instituições de ensino. Para alguns contrários, é considerado uma imposição, já que, para estes, a afinidade deve vir de maneira espontânea. Para outros, se encaixa perfeitamente no papel da escola de ensinar e exaltar os símbolos nacionais, como o próprio hino, a bandeira, a moeda, entre outros. Citam exemplos como os Estados Unidos e alguns países da Europa onde essa prática ultrapassa os muros das escolas e faz parte do cotidiano do cidadão. Alguns mais radicais dizem que o fato de muitos brasileiros não saberem inteiramente seu próprio Hino poderia ser minimizado se a presença fosse maior na agenda educacional.

O que poucos sabem é que essa discussão já está determinada por lei. Só que, até pela dificuldade de fiscalização, nem sempre é cumprida. Foi durante o Período Vargas que a execução passou a fazer parte de maneira mais sistemática dos currículos escolares. Além do Nacional também eram incluídos o da bandeira e o regional de seu estado. Porém, somente em 1971 passou a figurar como lei, a de número 5.700. Mais recentemente (2009) sofreu uma emenda do presidente então em exercício José Alencar em que se estabelecia essa periodicidade: 1 vez por semana!

Mas a lei não determina que somente estudantes devam ter a letra na ponta da língua. O texto inclui ainda que ninguém pode ser admitido no serviço público sem que saiba cantar o Hino Nacional. E aí, se fizermos uma prova oral agora, será que todos passam?

Clique e assista o vídeo da interpretação da cantora Anitta para o Hino Nacional:


Por Luiz André Ferreira | Professor, jornalista e apresentador da Rádio Appai


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