A natureza canta e o corpo dança


Através da música, os pequenos desenvolveram diversas habilidades e aprenderam sobre a cultura indígena

Uma viagem lúdica, cheia de descobertas sonoras, rítmicas e muitas brincadeiras no universo musical. Foi assim que o EDI Professor Cristiano Pinto de Moraes Bispo, localizado em Realengo, desenvolveu o projeto sobre os sons da natureza. Para isso, foram proporcionadas trocas de experiências entre os representantes de povos indígenas e a comunidade escolar, através da cultura e respeito à natureza com apresentação de cantos em língua materna.

De acordo com professora articuladora do projeto, Maria Lucia Gomes dos Santos, a iniciativa foi uma forma de aproveitar os momentos de experiências concretas para favorecer a interação e socialização com outras culturas, tendo como objetivo desenvolver a linguagem musical a partir dos sons do corpo e da natureza, aumentando assim a percepção auditiva das crianças de 8 meses a 5 anos que participaram da atividade. “Além disso, construímos instrumentos e descobrimos novas possibilidades sonoras”, conta a docente.

Na Educação Infantil, as crianças desenvolveram atividades voltadas para matemática, ciências sociais e naturais, linguagens oral, escrita e artística, como artes visuais e música. Através desta última, os pequenos vivenciaram a dança, as cores, pinturas indígenas e obras de arte.

Na culminância do evento, a escola recebeu com muita música e dança a visita de alguns indígenas da etnia Tikuna. As turmas da pré-escola, das professoras Juliana Saisse dos Santos e Janice Cristina Ferreira, também fizeram exposição dos materiais confeccionados imitando os sons da natureza como chocalhos e tambores, e criaram um ambiente que simulava uma floresta. “As crianças interagiram com os indígenas e eles ensinaram passos de danças e algumas palavras em sua língua materna. Conversaram sobre a sua cultura e contaram que se alimentavam de pesca e caça, como carne de macaco e javali. Falaram também sobre os relacionamentos, enfatizando que entre eles é permitido casar até com três mulheres. Todos nós aprendemos mais um pouco com esse povo e sua cultura milenar”, garante Maria Lucia.

As professoras Cíntia Maria dos Passos, da turma EI12, e Aline Figueiredo Ledo, da turma EI11, contam que as crianças do berçário construíram chocalhos feitos de garrafa pet e depois cantaram, tocaram e brincaram ao som da música dos índios. Já a educadora Mariley Kneipp Gois, da turma EI32, relatou que os pequenos confeccionaram o pau de chuva (um instrumento musical idiofônico). “Achei interessante a fala do Brayan, que ao chocalhar o instrumento gritou: ‘Tia, é igual ao barulho da chuva’. As outras crianças pararam e ficaram até emocionadas. Nesse momento, notamos que o objetivo estava sendo alcançado. Foi muito legal!”, afirmou Mariley.

A diretora Lília Esteves ressalta que essa proposta foi bem-aceita por parte dos envolvidos e essa troca de experiências foi muito rica. Já Maria Lucia afirma que a culminância com os indígenas foi um marco para envolver a comunidade escolar nos projetos de trabalho. “Ouvindo os relatos, buscando parcerias para novas experiências e aprendizagens. Agradecemos todas as professoras e educadores que se envolveram com o projeto, a parceria da docente Georgia, que confeccionou as roupinhas das crianças; do amigo da escola Luíz Alberto dos Santos, que foi nossa ponte com os tikunas; e a diretora do EDI por acreditar que é possível uma educação além dos muros da escola. E todos que colaboraram para a vinda de nossos amigos e irmãos indígenas”, finaliza.


EDI Professor Cristiano Pinto de Moraes Bispo

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Fotos cedidas pela escola

 


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