A evolução do Lápis


Uma integração entre tecnologia e criações lúdicas

Entre os diversos instrumentos de escrita, o lápis é sem dúvida o mais universal. É com ele que os alunos do mundo todo aprendem a proferir os primeiros rabiscos até chegar no estágio da escrita. Mas você sabia que se trata de um produto que tem uma durabilidade mais extensa, que não é afetado por variações climáticas e escreve até debaixo d’água ou no espaço? Será que existe um outro instrumento tão versátil quanto o lápis?

A sua história se confunde até mesmo com a evolução da humanidade. Por isso, a sua autoria é uma incógnita até hoje. Se tem conhecimento apenas de alguns marcos históricos, como o de Plínio, um naturalista romano conhecido como “o velho”, no ano de 70 d.C., quando há os primeiros vestígios de rabiscos com o que hoje podemos chamar de grafite. É nesse universo que os alunos do Colégio Flama realizaram um projeto pedagógico muito divertido, que integrou as turmas do 7º ano e do 3º do Ensino Médio, além de aguçar a curiosidade e proporcionar que eles interagissem de forma lúdica na produção de objetos que refletissem a evolução histórica.

Os alunos produziram os lápis com garrafas tipo pet e caixas de papelão para representar a embalagem dos lápis de cor

De acordo com Alessandra Macedo, professora e coordenadora do curso de eletrônica, a ideia de apresentar a história e o avanço do lápis de forma descontraída surgiu em um bate-papo com a docente de língua portuguesa Mércia Elita. “A partir daí conversamos com os alunos do 7º ano da manhã. E diante da empolgação dos estudantes em executar um projeto de forma integrada entre ambas as turmas, decidimos colocar em prática”, comenta.

Com ajuda do professor de matemática, Diogo de Jesus, além do comprometimento dos alunos de ambas as turmas para realização do projeto, promoveu-se uma grande parceria, que gerou a realização da Feira Integrada da Escola. O evento contou ainda com o auxílio dos responsáveis dos alunos e da direção da escola.

Para que a metodologia fosse cumprida de forma exata, os professores montaram um roteiro que a cada aula tomava nova forma e dimensão, como foi o caso da utilização de materiais sucateados, reciclados e sobras. Durante as aulas, os alunos mostraram-se entusiasmados ao serem solicitados para que trouxessem garrafas pet (que serviram de base ou suporte para os lápis produzidos de cartolinas) e caixas de papelão (para representar a embalagem dos lápis de cor e aqueles produzidos de materiais descartados dos suportes nos rolos de tecidos).

Outros itens solicitados foram cabo de vassoura e rodo, que após cortados, lixados e pintados com tinta guache tomaram a forma de lápis. “Adicionamos as pontas descartadas pelos apontadores para serem reaproveitados nas decorações, e os lápis usados de todos os tamanhos serviram para decoração de porta-lápis feitos de latas de achocolatados e leite em pó”, explica Alessandra.

À medida que os alunos se aprofundavam nas pesquisas, o interesse só aumentava e as descobertas eram comentadas, como o respeito quanto à importância do lápis na vida de todos. As possibilidades eram tantas que foi preciso limitar o projeto pela escassez do tempo. “Precisávamos concentrar e focar na apresentação e juntos traçarmos um roteiro para ser explorado, que acabou constando de temas como um resumo da história do lápis, curiosidades sobre ele ou seu uso concomitante com a eletrônica”, esclarece Alessandra.

Com muita criatividade, a equipe do curso de eletrônica trabalhou no desenvolvimento de uma pista luminosa que acende como se fosse uma “amarelinha” (versão lápis colorido), que representava a entrada para o conhecimento da história do objeto. Também foram utilizados os materiais sucateados, como o isopor, suporte transparente de caneta tinteiro, fita de led, o aparelho gerador de sinal, entre outros itens. “Não tínhamos ideia de que o lápis, desde a Antiguidade, havia revolucionado a vida de toda a humanidade. A temática possibilitou aos alunos do Colégio Flama e todos os envolvidos se descobrirem como escritores, pesquisadores e artistas. Cada pequena contribuição trouxe satisfação pelas horas de trabalho árduo, porém gratificante”, ratifica.

De acordo com a direção escolar, outro aspecto importante para a apresentação da Feira Integrada foi a mobilização dos alunos na divisão das atividades, explicações, arrumação e propostas de organização entre eles. “Misturar tecnologia e utilização de métodos antigos, como lápis em vez de lapiseira, a contribuição da tecnologia e acima de tudo traçarmos riscos, desenhos, cartazes, os quais muitas vezes são descartados de forma descompromissada, proporcionou, para os alunos, professores e responsáveis, experiências únicas”, analisa Aline Rangel, diretora do Colégio Flama.


Por Richard Günter
Colégio Flama
Unidade Instituto Santa Clara: Rua Albino Imparato, 47 – Vila Guanabara – Duque de Caxias/RJ
Unidade Nilo Peçanha: Rua Tenente José Dias, 533 – Centro – Duque de Caxias/RJ
Professores Envolvidos: Alessandra Macedo (Coordenadora de Eletrônica); Mércia Elita (Língua Portuguesa) e Diogo de Jesus (Matemática).
Diretora: Aline Rangel
E-mail: diretoraalinerangel@gmail.com
Fotos cedidas pela escola


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