Curador em educação, o que significa ser um ?


O termo “curador” deriva de “curar” e significa “aquele que zela e cuida de alguma coisa e a ela dá atenção”. Etimologicamente, a palavra “curadoria” tem origem no termo latino “curator”, que quer dizer “aquele que tem cuidado e apreço”.

O termo CURADOR é relativamente recente na área de educação, sendo mais comum nas artes (exposições) e depois na comunicação e no jornalismo, porém atualmente ganha um lugar diferenciado na educação, por conta das novas tecnologias aplicadas à área.

E qual a relação do professor com a curadoria?

Bem, numa era em que o professor não é mais o transmissor da informação e que os alunos chegam direto aos dados, por meio da internet, é urgente que o docente tome o seu lugar, que é o de orientar a aprendizagem e zelar pelas rotas escolhidas para que ela ocorra de forma significativa e eficaz. Com um mar de informações e os caminhos cada vez mais diversificados, é preciso atenção. Como já dizia o poeta: “Há que se cuidar do broto para que a vida nos dê flor e fruto”.

Em tempos de farta oferta de informações, engana-se quem acredita que basta investigar pelos buscadores de informação da internet, por exemplo o Google, e a resposta virá sólida e construtiva. Corre-se um grande risco de naufragar nesse mar de informações e até mesmo tomar atalhos errados e seguir uma direção desastrosa. Não temos controle sobre a INFOMARÉ que é a internet. Assim, o papel do professor será o de organizador da informação, ajudando os alunos a construírem a própria compreensão para que deem sentido ao conhecimento. E é exatamente aí que entra o seu papel de curador na educação, pois o ato educativo não ocorre aleatoriamente, é intencional e planejado. Cabe então ao professor conduzir os alunos aos caminhos da pesquisa, dar orientação clara, promover trabalhos em grupo recheados de propósitos, de preferência com aplicação prática. Sua função agora é selecionar, disponibilizar e orientar o acesso ao conhecimento, com muito zelo e cuidado. Portanto, ele é de fato um CURADOR em educação.

Que habilidades são necessárias ao curador da educação na era digital?

As novas tecnologias trouxeram mudanças substanciais para a economia, para a maneira de nos relacionar e comunicar. Naturalmente, diante desse quadro, a forma de educar também está em transformação… e, nesse cenário, algumas habilidades são necessárias ao curador em educação. Inspirados nas recentes pesquisas de Tony Bates (2016), estudioso do tema, apresentamos a seguir algumas das principais:

COMUNICAÇÃO: é preciso desenvolver habilidades de comunicação no geral, mas em especial em mídias sociais, compartilhar informações, saber dar e receber feedbacks. As tradicionais habilidades de ler, falar e escrever de forma coerente permanecem, mas é preciso pensar a comunicação escrita para diferentes contextos de alunos, utilizando diferentes estratégias.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE: são elementos indispensáveis para construir confiança, tão necessários, principalmente, em redes sociais informais. Em um mundo de valores tão diversificados, um maior grau de confiança é um ponto positivo com os alunos, a comunidade e os pares na escola.

TRABALHO EM EQUIPE E FLEXIBILIDADE: hoje ninguém trabalha sem colaboração e partilha de conhecimento. Sabe por quê? Vivemos numa era tão complexa que, para responder aos desafios postos, há uma solução: combinar conhecimento coletivo, resolução de problemas e implementação com um bom trabalho em equipe, com flexibilidade na resolução dos desafios.

HABILIDADE DE PENSAMENTO: significa ter pensamento crítico, criatividade, originalidade. É preciso saber operar, criar soluções para além dos manuais padronizados. Esta era é daqueles que pensam para além das linhas.

HABILIDADES DIGITAIS: a maioria das atividades, hoje, na era do conhecimento, demanda o uso de tecnologia. Porém, não basta saber o geral, é preciso usar essa habilidade com as diversas ferramentas para acessar conhecimentos que sejam úteis e aplicáveis à sua área. Por exemplo, um professor que sabe usar um software para preparar a aula ou usar objetos de aprendizagem (recursos educativos) para implementá-la.

E aí, professor, você está apto a zelar e cuidar nesta nova era?


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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