Entre tapas e beijos

Araras-canindé voltam ao céu carioca após 200 anos


O bom filho a casa retorna. Depois de mais de 200 anos ausentes da paisagem carioca, as araras-canindé voltaram a voar na maior floresta urbana do mundo. Quatro exemplares da espécie, resgatadas do tráfico e de cativeiros ilegais, estão sendo reintroduzidas no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. As aves são monitoradas para acompanhamento dos processos de adaptação à liberdade. Elas fazem parte de um projeto de repovoamento conduzido pela ONG Refauna, com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

O retorno das araras só foi possível graças ao trabalho realizado pelo Refúgio das Aves, unidade de reabilitação de animais silvestres localizada no Parque Três Pescadores, em Aparecida (SP), anexo ao complexo do Santuário Nacional da Padroeira do Brasil. O local acolheu e as preparou para o retorno à natureza, sob cuidados técnicos de biólogos e veterinários especializados. 

 

Entre tapas e beijos elas ainda estão aqui

Entre os novos moradores da floresta estão o macho Selton e a fêmea Fernanda – nomes inspirados nos atores Selton Mello e Fernanda Torres, protagonistas do filme “Ainda Estou Aqui”. As outras duas fêmeas, Fátima e Sueli, remetem à série “Tapas e Beijos”. Juntas, as quatro araras-canindé (Ara Ararauna) passaram por um longo processo de triagem, tratamento e avaliação comportamental antes de serem consideradas aptas para a soltura. 

 

Aclimatação e papel ecológico

As araras seguem em aclimatação em viveiro instalado no parque. A soltura definitiva ocorrerá até o final deste ano. O último registro da espécie em vida livre na capital fluminense data de 1818. 


Por Luiz André Ferreira | Jornalista, professor, apresentador de eventos Appai e Mestre em Projetos Socioambientais e Bens Culturais. 

Obs.: Toda a informação contida no artigo é de responsabilidade do autor. 


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