Formação Docente na Era da IA
O uso consciente da Inteligência Artificial transforma a prática docente, amplia as possibilidades de ensino e reforça que o chamado “professor do futuro” já é uma urgência do presente
A chegada da Inteligência Artificial no contexto educacional tem provocado reflexões profundas sobre o papel do professor, as formas de ensinar e aprender e os novos desafios éticos e pedagógicos que surgem. Para compreender como essas tecnologias estão sendo integradas ao cotidiano escolar, a Revista Appai Educar conversou com especialistas da área da educação que já utilizam ferramentas baseadas em IA em suas práticas. A partir dessas experiências, é possível perceber que elas não substituem o educador, mas ampliam as suas possibilidades de atuação, permitindo um ensino mais personalizado, criativo e alinhado às demandas do século XXI. Neste e-book, reunimos perspectivas sobre os impactos, desafios e potencialidades da IA na sala de aula, além de reflexões sobre a formação docente e o uso ético dessas tecnologias no ambiente escolar.
Essas transformações já são realidade em muitas escolas, onde educadores vêm incorporando a IA de forma prática em suas rotinas pedagógicas. Um exemplo disso é o trabalho da docente e coordenadora de Biologia no Colégio Santa Marcelina, Cláudia Corrêa Motta, que tem vivenciado essa mudança de maneira estratégica e criativa. Por meio do uso de plataformas como ChatGPT, Microsoft Copilot, Teachy e Canva, ela destaca os impactos positivos na personalização da aprendizagem, na otimização do tempo docente e no estímulo ao pensamento crítico dos estudantes. “As ferramentas de IA são utilizadas estrategicamente para criar resumos, elaborar questões com base em textos ou artigos, produzir conteúdo personalizado e apoiar a construção de trabalhos criativos e esquemas visuais para apresentações em sala de aula”, explica.
Bianca Acampora, doutora em Ciências da Educação, Mestre em Cognição e Linguagem, especialista em Pedagogia, faz sua avaliação acerca do nível atual de preparo dos professores brasileiros para lidar com a Inteligência Artificial nas salas de aula. Acampora afirma que o nível de preparo dos professores brasileiros para integrar a IA em contextos educacionais ainda é, em sua maioria, incipiente. Embora haja um crescimento no interesse pelo tema, a maioria dos docentes não recebeu formação específica que os capacite a compreender o funcionamento, as implicações pedagógicas e os potenciais riscos éticos da IA na educação. “Em termos práticos, o que se observa é um uso pontual e muitas vezes instrumental dessas ferramentas, como assistentes virtuais ou corretores automáticos, sem uma reflexão crítica sobre sua aplicação pedagógica. Isso evidencia uma lacuna entre a rápida evolução tecnológica e a capacidade institucional de oferecer suporte formativo adequado e contínuo aos professores”, analisa.
Prática pedagógica aliada à tecnologia
A educadora afirma que, com o surgimento das tecnologias, a sua prática pedagógica passou por diversas mudanças, principalmente no que se refere à otimização do tempo, à personalização das aprendizagens e ao estímulo à criatividade. “Consigo realizar a coleta e a organização de informações de forma muito mais ágil e eficiente, o que amplia significativamente o tempo disponível para focar no planejamento de experiências de aprendizagem mais significativas e contextualizadas”, pontua Claúdia.
Além disso, ela afirma que o uso de ferramentas de IA facilita a elaboração de materiais personalizados e diversifica os recursos didáticos. “Essas ferramentas estimulam a criatividade, tanto minha quanto dos estudantes, promovendo aulas mais dinâmicas e interativas. Ainda que seja necessária a validação das informações, esse processo se torna também uma oportunidade pedagógica para desenvolver competências como pensamento crítico e análise de fontes. A IA, portanto, potencializa o trabalho docente e amplia as possibilidades educativas”, destaca.
Ao discutir se a formação inicial contempla abordagens tecnológicas, Bianca Acampora ressalta que, de modo geral, a formação inicial de professores no Brasil ainda não contempla de forma sistemática e estruturada o ensino sobre Inteligência Artificial. Ainda segundo ela, os currículos dos cursos de licenciatura e pedagogia tendem a abordar tecnologias digitais de forma genérica, com foco na informática básica ou no uso de recursos midiáticos tradicionais. A IA, com sua complexidade técnica e implicações filosófico-éticas, ainda não faz parte da matriz curricular da maioria das instituições formadoras. “Há exceções em programas de pós-graduação ou em iniciativas isoladas de inovação pedagógica, mas essas ações ainda não alcançam a escala necessária para promover uma mudança consistente na formação docente. Assim, os futuros professores chegam às escolas pouco preparados para utilizar criticamente as ferramentas baseadas em IA”, opina.
O maior gargalo da IA na educação
Embora o acesso às tecnologias e a resistência cultural sejam fatores relevantes, ela entende que o principal obstáculo para a adoção efetiva da inteligência artificial na educação está na formação e no conhecimento técnico-pedagógico dos professores. O acesso a tecnologias tem avançado, revela Bianca, que também é Mestre em Cognição e Linguagem, assegurando que isso tem acontecido especialmente em regiões urbanas e em redes públicas mais estruturadas. “Contudo, possuir o recurso não garante sua utilização pedagógica efetiva. A ausência de conhecimento técnico sobre como a ferramenta funciona, suas limitações e suas aplicações possíveis cria insegurança entre os educadores, dificultando a sua integração significativa às práticas pedagógicas.
Outro ponto destacado por Bianca Acampora foi de que a resistência cultural também existe, principalmente pela percepção de que a IA poderia desumanizar o processo de ensino-aprendizagem ou substituir o papel do professor. “No entanto, essa resistência tende a ser superada à medida que os docentes compreendem que ela pode ser uma aliada no processo educativo, desde que mediada com intencionalidade pedagógica e senso crítico”, aponta.
Já a coordenadora de Biologia no Colégio Santa Marcelina, Cláudia Corrêa Motta, observa que a formação de professores, seja em sua etapa inicial ou continuada, tem um papel fundamental na qualidade da educação e na capacidade dos docentes de lidar com os desafios contemporâneos da sala de aula. Com os avanços tecnológicos cada vez mais presentes no cotidiano escolar, especialmente o uso da IA, surge a necessidade urgente de repensar os currículos formativos. No entanto, ainda não são uma realidade as iniciativas que preparam os professores para integrar, de forma crítica e pedagógica, as ferramentas baseadas nessa tecnologia em suas práticas de ensino.
Cláudia segue avaliando que a maioria dos cursos de licenciatura ainda não contempla, de maneira sistemática, conteúdos relacionados à cultura digital, ética da tecnologia e uso educacional da IA. Já na formação continuada, embora haja uma crescente oferta de cursos e oficinas voltados ao tema, estes nem sempre são suficientemente aprofundados ou acessíveis a todos os docentes. Nesse contexto, é essencial discutir como a formação docente pode (e deve) evoluir para incorporar competências digitais e tecnológicas que dialoguem com as demandas da educação do século XXI.
A coordenadora de Biologia revela que, durante a sua formação inicial, esse tema ainda não era amplamente abordado. No entanto, o colégio onde ela atua preza pela inovação e está constantemente atento às transformações do mundo contemporâneo. “Por isso, temos buscado acompanhar de perto as novas tecnologias educacionais, inclusive com formações internas e espaços de troca entre os professores. A cultura pedagógica da instituição estimula a aprendizagem contínua e nos dá autonomia para experimentar ferramentas que contribuam para uma prática docente mais conectada com as novas demandas da sociedade”, destaca.
Sobre o tipo de formação ou suporte que Cláudia considera necessário para integrar a IA de forma eficaz e ética à prática docente, seria unir o domínio técnico das ferramentas com reflexões éticas, pedagógicas e filosóficas sobre o seu uso. “É essencial que os educadores compreendam como essas tecnologias funcionam, mas também que sejam capacitados para mediar seu uso de forma crítica e responsável com os estudantes”, afirma.
Integração da IA na formação continuada
Conforme aponta Bianca Acampora, os projetos de formação continuada com foco em IA no Brasil ainda estão em fase emergente e se caracterizam, em grande parte, por iniciativas pontuais, descentralizadas e muitas vezes dependentes de parcerias com instituições privadas, universidades ou organizações da sociedade civil. “Na prática, essas formações são frequentemente oferecidas em formato de oficinas, cursos de curta duração ou programas extracurriculares, com foco na apresentação de ferramentas baseadas em IA, como assistentes de texto, plataformas adaptativas e recursos de automação. No entanto, poucas dessas iniciativas abordam a dimensão epistemológica, ética e crítica da IA na educação, o que limita a compreensão dos professores sobre os impactos mais amplos dessa tecnologia. Para que essas formações sejam efetivas, é necessário estruturá-las com base em princípios da educação continuada crítica, articulando teoria e prática, e promovendo o desenvolvimento de competências digitais alinhadas à BNCC e às Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação docente”, garante.
Boas práticas inspiradoras
Diante da pergunta sobre a existência de exemplos nacionais que sirvam de modelo na integração da IA à educação, Acampora foi categórica ao dizer que sim. “Existem experiências inspiradoras no Brasil que demonstram caminhos viáveis e inovadores para a integração dessas ferramentas na educação. Um exemplo é o programa Educação Conectada, do Ministério da Educação, que, embora não tenha foco exclusivo em IA, já abre espaço para o uso pedagógico de tecnologias emergentes em escolas públicas, incluindo ferramentas baseadas em algoritmos inteligentes”, afirmou.
Outros destaques mencionados pela doutora em Ciências da Educação são algumas redes estaduais e municipais que têm promovido parcerias com universidades e startups educacionais. “A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por exemplo, iniciou projetos-piloto com uso de plataformas adaptativas com IA para personalizar o ensino em Matemática e Língua Portuguesa, com acompanhamento pedagógico e formação dos professores envolvidos. Além disso, universidades públicas, como a UFRGS e a USP, vêm desenvolvendo linhas de pesquisa e extensão voltadas à formação docente com foco em tecnologias digitais avançadas, incluindo a IA. Essas experiências mostram que é possível alinhar inovação tecnológica com responsabilidade pedagógica, quando há investimento, intencionalidade e acompanhamento”, completou Bianca.

A coordenadora de biologia do Colégio Santa Marcelina acredita que as secretarias de educação devem oferecer capacitação técnica e pedagógica para que os professores compreendam melhor como utilizar a IA de forma crítica, ética e eficiente em sala de aula. “Também é fundamental que promovam a elaboração de diretrizes claras para o uso dessas tecnologias, assegurando que elas sejam incorporadas de maneira responsável e alinhada aos objetivos educacionais. Além disso, a escola desempenha um papel essencial na formação dos estudantes para o uso consciente e reflexivo da IA orientando-os quanto às possibilidades benéficas dessas ferramentas para a aprendizagem, a criatividade e a resolução de problemas, bem como sobre os riscos e limites associados ao seu uso”, explica Cláudia. Dessa forma, o aluno é preparado não apenas para consumir tecnologia, mas para utilizá-la de forma ética, produtiva e cidadã, desenvolvendo competências essenciais para atuar na sociedade contemporânea.
Integração ética da IA no ensino
É sabido que a integração ética, crítica e responsável da IA na prática docente exige um olhar reflexivo e intencional sobre o papel que a tecnologia deve desempenhar no processo educativo. Isso implica compreender que a IA não substitui o professor, mas pode atuar como uma ferramenta de apoio à mediação pedagógica, desde que usada com consciência e critérios claros. Para isso, destaca Bianca Acampora, três pilares são considerados fundamentais. São eles:
- Formação crítica: os professores precisam ser capacitados não apenas no uso técnico das ferramentas, mas também na compreensão de como funcionam os algoritmos, quais dados estão sendo coletados e quais as possíveis consequências para a privacidade, a equidade e a autonomia dos estudantes.
- Curadoria pedagógica: o docente deve atuar como curador de conteúdos e experiências, selecionando com senso crítico os recursos baseados em IA que efetivamente contribuam para os objetivos de aprendizagem, evitando soluções que automatizam de forma superficial processos complexos como avaliação e ensino personalizado.
- Ética e inclusão: é essencial que a IA seja usada para ampliar oportunidades educacionais e reduzir desigualdades, e não para reproduzir ou aprofundar vieses. Isso implica questionar como os dados são tratados, garantir a transparência dos sistemas utilizados e envolver os estudantes de forma ativa e consciente no processo.
A educadora Cláudia Corrêa Motta, ao falar sobre a temática, pontua que a IA é a tendência do futuro e fornece instrumentos importantes para a prática educacional. Além disso, compreende que a ferramenta deve ser uma aliada no processo de ensino-aprendizagem e não um substituto do educador. “No colégio temos uma proposta educativa que valoriza o pensamento crítico e o uso consciente da tecnologia, o que nos ajuda a incorporar essas inovações de forma reflexiva e com propósito pedagógico”, explica.
Ela destaca ainda que os estudantes têm utilizado ferramentas de IA no dia a dia escolar, principalmente para realizar trabalhos criativos, como a aplicação de conteúdos em músicas, textos, imagens e outros recursos multimodais. “Eles estão cada vez mais conectados e habituados a soluções tecnológicas, e no colégio incentivamos o uso consciente e crítico dessas ferramentas, orientando sobre os seus limites, potencialidades e a importância do pensamento crítico na validação das informações produzidas”, afirma Cláudia.
De acordo com a educadora, a IA ajuda a aumentar a participação e o interesse dos estudantes, o que é fundamental para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem, e estimula a realização de trabalhos e tarefas criativas e desafiadoras. “Em algumas propostas de pesquisa e projetos, é possível notar o aprofundamento de um determinado assunto na medida em que os estudantes vão interagindo com a IA para a criação do trabalho, o que estimula o aprendizado e amplia possibilidades para vários outros temas que inicialmente não estavam em foco”, exemplifica.
IA na educação: ameaça ou aliada?
Para Cláudia, a IA é uma aliada desde que esteja atrelada aos objetivos de aprendizagem para o professor alcançar resultados positivos e aprimorar o entendimento da matéria dada, bem como aprofundar um determinado conteúdo. “Existem várias formas de as plataformas e ferramentas de IA serem benéficas e importantes para o professor, como analisar o desempenho de cada estudante e oferecer conteúdo e atividades adequados ao nível de aprendizagem, organizar planejamentos de aula e avaliações adaptadas e detalhadas, criar materiais didáticos interativos e vídeos personalizados, dar maior suporte na inclusão oferecendo recursos e avaliações adaptadas, entre outras”, destaca.
A doutora Bianca Acampora assegura que a IA pode desempenhar um papel de amplificadora do trabalho docente, desde que sua utilização seja guiada por princípios pedagógicos claros. “Em vez de substituir o professor, ela pode apoiar no planejamento de aulas, oferecendo sugestões de estratégias, recursos e sequências didáticas personalizadas, como também fornecer feedback em tempo real, tanto para estudantes quanto para os docentes, com base no desempenho individual ou coletivo”, frisa.
Em sua análise, Bianca diz que a IA pode identificar padrões de aprendizagem, ajudando o professor a detectar lacunas de compreensão e ajustar sua prática, além de reduzir a carga burocrática, automatizando tarefas administrativas como correção de exercícios de múltipla escolha, registro de frequência e relatórios de desempenho. Também pode estimular a criatividade, ao propor ideias de projetos interdisciplinares, dinâmicas de aula ou formas alternativas de avaliação. “É fundamental lembrar que o valor do professor está naquilo que a IA não consegue replicar: o vínculo afetivo, a escuta sensível, o julgamento ético, a adaptação empática e o discernimento pedagógico diante das singularidades humanas”, ressalta.
Desafios para políticas públicas em tempos de urgência
“Para que a IA seja integrada de forma equitativa, crítica e transformadora nas escolas brasileiras, é imprescindível a formulação de políticas públicas articuladas em três dimensões principais”, é o que diz Bianca Acampora ao fazer as pontuações abaixo.
– Infraestrutura e acesso: garantir conectividade, dispositivos e suporte técnico contínuo, especialmente em regiões com maiores vulnerabilidades socioeconômicas. Sem isso, a IA pode acentuar desigualdades educacionais já existentes.
– Formação docente e apoio pedagógico: implementar programas nacionais e regionais de formação continuada, com foco não apenas no uso técnico das ferramentas, mas na compreensão crítica e ética da IA. Essa formação deve ser contextualizada e acompanhada por comunidades de prática e tutoria.
– Regulação e ética educacional: criar marcos legais e diretrizes que assegurem o uso responsável da IA nas escolas, com transparência na coleta de dados, proteção à privacidade dos estudantes, combate a vieses algorítmicos e promoção da inclusão.
Bianca enfatiza que, além disso, políticas públicas devem ser pensadas com escuta ativa da comunidade escolar, incluindo professores, estudantes, gestores e famílias, para que a adoção de tecnologias emergentes reflita os valores e necessidades reais da educação brasileira.
Integrar IA com diálogo entre áreas
Ao considerar que a interdisciplinaridade, a pesquisa e a colaboração sejam pilares essenciais para dar sentido e sustentabilidade às transformações educacionais impulsionadas pela Inteligência Artificial, Bianca traz à luz sua visão, segundo a qual integrar diferentes áreas do conhecimento permite compreender essas ferramentas não apenas como uma tecnologia, mas como um fenômeno social, cultural e ético. “A pesquisa cumpre um papel estratégico ao avaliar impactos, identificar boas práticas e orientar decisões pedagógicas mais conscientes. Já a colaboração fortalece redes de aprendizagem entre educadores, ampliando a troca de experiências e a construção coletiva de soluções. Quando esses elementos caminham juntos, é possível criar um ambiente educativo mais crítico, inovador e conectado com os desafios do nosso tempo”, afirma.
O papel do professor nos próximos anos diante do avanço da IA
Com o avanço acelerado da IA é claro que o papel do educador sofrerá transformações significativas, sem, contudo, perder sua relevância. Cláudia ressalta que o professor já não é apenas um transmissor de conteúdos e precisará assumir cada vez mais o papel de facilitador da aprendizagem, orientando os estudantes na interpretação crítica e na gestão das informações fornecidas pelas tecnologias. “O docente passa a ser peça fundamental no desenvolvimento de competências socioemocionais e cognitivas, como empatia, criatividade, pensamento crítico, colaboração e ética, habilidades que a IA ainda não é capaz de substituir”, relata.
Para Bianca Acampora, o chamado “professor do futuro”, que, na prática, já é uma urgência do presente, precisa desenvolver um conjunto de competências múltiplas, que vão além do domínio de conteúdos disciplinares, destacando-se, entre elas, a competência digital crítica: saber usar tecnologias (incluindo IA) de forma estratégica, ética e pedagógica, compreendendo seu funcionamento, seus limites e seus impactos, bem como o pensamento computacional e lógico, pois, ainda que não precise programar, o professor deve entender a lógica dos algoritmos, padrões e processos que estruturam muitas das ferramentas educacionais baseadas em dados. Isso além da flexibilidade cognitiva e inovação pedagógica e das habilidades socioemocionais, como empatia, escuta ativa, autorregulação, capacidade de trabalhar com a diversidade, assim como com a consciência ética e a responsabilidade social. “Essas competências precisam ser compreendidas como processos em desenvolvimento contínuo, e não como uma checklist pontual. O professor do futuro é, sobretudo, um eterno aprendiz”, justifica.
Por Antônia Figueiredo e Jéssica Almeida
Bianca Acampora é Doutora em Ciências da Educação, Mestre em Cognição e Linguagem, especialista em Pedagogia, Psicopedagogia, Arteterapia e Neurociências Cognitivas. Professora do IFFluminense nos cursos de licenciaturas, Pós-graduação e Mestrado ProfEPT. Escritora e autora de mais de vinte livros, entre eles “Mentes Conectadas – o Impacto da Inteligência Artificial na Educação”.
Cláudia Corrêa Motta é licenciada em Ciências Físicas e Biológicas, bacharelada em Limnologia e pós-graduada em Microbiologia e Imunologia. Atualmente é professora e coordenadora de Biologia do Colégio Santa Marcelina – Rio de Janeiro.
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