Comer brincando

Projeto usa o lúdico como ingrediente principal para uma alimentação saudável


Não há nada mais frustrante para uma mãe do que, ao chegar na creche ou na escola, ouvir do professor que seu filho vem rejeitando a comida. Pais que passam por essa situação, seja em casa ou na escola, tendem a ficar decepcionados. É claro que existem várias causas, que vão desde a criança não estar com fome, passando pela resistência à textura dos alimentos, maus hábitos alimentares ou mesmo algo clínico. Todavia esse é sempre um pesadelo para os pais.

A fim de contribuir para que essa situação não persista entre as famílias, e que elas tenham mais consciência acerca do que é uma alimentação saudável e seus benefícios, a diretora da Marista Escola Social Irmão Lourenço, em São Paulo (SP), Andrea Aparecida Castro, vem desenvolvendo atividades lúdicas sobre hábitos saudáveis entre crianças e adolescentes através do projeto Boas práticas com os alimentos.

Em busca de uma alimentação saudável as aulas em cozinha experimental, passando do cultivo ao plantio em hortas, têm sido um grande diferencial para o sucesso do projeto

 

Comer brincando sempre será uma boa opção

As atividades pedagógicas da Escola Social são compostas por oficinas, aulas em cozinha experimental e até cultivo e plantio em hortas, é o que explica a diretora. “As ações pedagógicas proporcionam um conhecimento do ciclo, da plantação do alimento até a chegada no prato”, afirma Andrea Aparecida.

E como tudo que é bom pode ficar ainda melhor, o projeto ganhou um reforço no fim do ano, com a oficina “Heróis da Comida”, realizada pela Electrolux Food Foudation, em parceria com a Aisec, organização internacional focada no desenvolvimento da liderança nos jovens. Um dos pilares da Food Foundation está atrelado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que promove a conscientização por meio da ciência, cidadania e sustentabilidade. “Os alunos tiveram a oportunidade de mapear e se aprofundar sobre as propriedades de cada alimento, debatendo sobre o desperdício e como ele deve ser evitado”, reforça Andrea.

Estudos revelam que cada vez mais os pratos dos jovens se distanciam daquilo que podemos chamar de alimentação saudável.

A geração fast-food parece não reconhecer os malefícios da má alimentação. É o que mostra a primeira fase do Estudo Erica, uma pesquisa pioneira no Brasil, em que cerca de 75 mil jovens foram avaliados em 1.247 escolas públicas e privadas.  O trabalho revelou que apenas um em cada três adolescentes coloca salada no prato e que mais de 80% dos entrevistados consomem sódio – mineral cujo consumo em excesso faz a pressão arterial subir – acima do limite diário recomendado.

Para o estudante Lucas Rodrigues da Silva, de 17 anos, a iniciativa do projeto Boas práticas com os alimentos não só mostrou que a alimentação saudável está ao alcance de todos, mas, sobretudo, como é importante estar esclarecido e envolvido em todas as etapas desse processo de reeducação alimentar.  “Não tinha ideia da proporção de cada alimento que deveríamos comer e como dividir o nosso prato para ter mais saúde”, revela. Já para Gabriela Magalhães Sotero, de 12 anos, o que mais ficou marcado de toda experiência é a oportunidade de aprender a preparar alimentos já conhecidos, utilizando outros ingredientes. “Diminuir a quantidade de açúcar e fazer um brigadeiro com frutas é algo que eu nem imaginava”, afirma.

Os projetos ligados à alimentação também são utilizados em diversas disciplinas, mostrando a integração dos conteúdos para o ciclo do aluno. “O importante é que eles aprendam a valorizar o alimento de diversas maneiras, para assim se tornarem cidadãos ainda mais conscientes no futuro”, salienta Andrea, reiterando a importância desse trabalho desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, além de outros projetos educacionais pedagógicos que acontecem no período de recesso das aulas.


Por Antônia Lúcia
Marista Escola Social Irmão Lourenço
Rua Chá dos Jesuítas, 559 – Vila Progresso – São Paulo/SP
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