Escolas pioneiras
Projetos que unem tecnologia e sustentabilidade ganham destaque na COP30

Em meio às preparações para a COP30 realizada no Brasil, os professores fizeram o “dever de casa” com a sustentabilidade ganhando ainda mais protagonismo como tema de atividades educacionais de forma interdisciplinar, ou seja, trabalhado de forma diferente por várias disciplinas, entre elas ciências, tecnologia, engenharia, artes e até matemática. Isso sem falar em matérias que trabalham a língua portuguesa, sendo uma das temáticas mais abordadas em redações.
Após a repercussão do evento a ser realizado no Pará, a temática tende a ganhar ainda mais força fechando o exercício acadêmico de 2025 com chave de ouro para os professores docentes. Seis ações se destacam. Em Pojuca (BA), tem o projeto RobôDelas, liderado pelo professor Manassés Fernandes Costa Neto, na Escola Municipal Professor Francisco Magalhães Neto, que combina robótica e sustentabilidade para empoderar meninas do 8º ano e contrariar o estereótipo de que é um tema masculino.
Em Ananindeua (PA), o professor de geografia José Ribamar Braun Viana dos Santos lidera o Essência dos mitos, que conecta educação ambiental e valorização da cultura amazônica com criação de perfumes, aromatizadores e sabonetes com matérias-primas regionais. Em Nova Lima (MG), estão sendo colhidos os frutos de uma iniciativa inovadora que une sustentabilidade, educação e alimentação saudável. Sob a liderança da professora Roberta Cristina Gomes Araújo, o projeto Hidroponia na escola envolve 160 alunos do Ensino Fundamental em um processo interdisciplinar de criação de uma horta hidropônica.
Na cidade de Marabá (PA), está sendo desenvolvivo o ConsCIÊNCIA, coordenado pelo professor Daniel Oliveira da Silva. A iniciativa envolve 100 estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental em ações de sustentabilidade produzindo adubo por composteiras, fabricação de sabão com óleo de cozinha descartado e mutirões de limpeza. Em Cabrobó (PE), o professor Marcelo Augusto Alves da Silva comanda o projeto Arte e meio ambiente: reciclando papel e a mente, que engaja 60 alunos do 3º ano do Ensino Médio na reutilização de materiais para criar cadernos e cartolinas.
Na Zona Leste de São Paulo, em Guaianases, o projeto Recicle e brinque, liderado por Alessandra Cruz Lima, transforma lixo eletrônico em esculturas, integrando ciências, artes, matemática e robótica. O mapeamento inédito feito pelo Instituto Catalisador destaca como professores de todo o Brasil estão aplicando a abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) de forma criativa e significativa. Realizado em cinco etapas, o levantamento coletou 240 relatos e identificou que, em sua maioria, no país as ações são fruto de esforços individuais dos docentes, sem um maior envolvimento da escola ou um apoio sistêmico das secretarias de educação.
Há honrosas exceções como o estado do Pará e a cidade do Rio de Janeiro em que as instituições de ensino se mostraram mais atuantes na criação de projetos interdisciplinares, apoiando seus professores em suas iniciativas. Pela tradição de ter abrigado a Eco 92, o mais significativo evento e que abriu os olhos do mundo para as questões ambientais, a temática desde esse tempo virou uma rotina nas salas de aula cariocas.
Por Luiz André Ferreira | Professor universitário, Jornalista, podcaster, Mestre em Bens Culturais e em Projetos Socioambientais.
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