Uma ação contínua e educativa

Dia do Meio Ambiente: não podemos desmerecer esse marco histórico, mas que não pode ficar restrito a um dia no ano


O dia oficial é 5 de junho. Foi instituído pela ONU em 1972 quando ainda nem nos pesadelos ou nos filmes de ficção científicas poderíamos projetar os problemas e consequências ambientais que enfrentamos. Mesmo assim não podemos desmerecer esse marco, que é histórico, mas não pode ficar restrito a um dia no ano. As ações precisam ser diárias nos 365 dias de todos os anos. 

Não basta lamentar em cima dos problemas. Atitudes e multiplicação de boas experiências são fundamentais. E nesse processo de conscientização, sem dúvida alguma, o professor tem sido protagonista. E não faltam bons exemplos. Mas como no espaço aqui não caberiam tantos, vamos destacar uma força-tarefa criada com a missão de frear o processo de desertificação no entorno da Baía de Guanabara e garantir o abastecimento de água doce a mais de 2,5 milhões habitantes. 

A iniciativa se dá por meio da criação de grupos de multiatores atuantes na biorregião que abrange os municípios de Guapimirim e Cachoeiras de Macacu. O ponta pé veio com o mapeamento da bacia hidrográfica e da identificação dos riscos ambientais. O projeto vem sendo desenvolvido junto a 30 organizações, entre elas as de formação comunitária. 

Um dossiê identificou os eventos climáticos mais recorrentes na região: alta precipitação (41%), inundações (15%), deslizamentos (13%), vendavais e ciclones (9%) e incêndios florestais (3,9%). Esses fenômenos provocam impactos como desregulação hídrica, queda na produtividade agrícola, intrusão salina e aumento de doenças fisiológicas.

Análises científicas projetam essas consequências em três cenários: curto prazo (2020 a 2039), médio (2040 a 2069) e longo (2070 a 2100). Aparecem como recorrentes: rebaixamento do lençol freático, erosão de encostas, elevação do nível do mar, escassez de água potável, perda da qualidade hídrica e incêndios em áreas vegetadas.

As medidas mitigadoras incluem a restauração de matas ciliares e mananciais, construção de barraginhas e bacias de retenção em propriedades rurais, fortalecimento de sistemas de alerta e rotas de evacuação em áreas urbanas, renaturalização de cursos d’água, ampliação da arborização urbana e integração entre agricultura, pecuária e cordões de vegetação permanente (agrofloresta). 


Por Luiz André Ferreira | Jornalista, professor, apresentador de eventos Appai e Mestre em Projetos Socioambientais e Bens Culturais. 

Obs.: Toda a informação contida no artigo é de responsabilidade do autor. 


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