REVISTA APPAI EDUCAR 138

DOCÊNCIAE FORMAÇÃO CONTINUADA PODEMCAMINHARSEPARADAS? Ano25–138-2022-CIRCULAÇÃO DIRIGIDA – DISTRIBUIÇÃOGRATUITA Saibacomoarticularestratégiasmetodológicasparaconstruirseumaterialdidáticoatualizado

2 Língua Portuguesa Conselho Editorial Julio Cesar da Costa Ednaldo Carvalho Silva Jornalista Editora Antônia Lúcia Figueiredo (M.T. RJ 22685JP) Assistentes de Editorial Jéssica Almeida e Richard Günter Designer e Assistente Gráfico Luiz Cláudio de Oliveira Yasmin Gundim Revisão Sandro Gomes Andréa Schoch Professores, enviemseus projetos para a redação da Revista Appai Educar: End.: Rua Senador Dantas, 117/229 2º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ. CEP: 20031-911 E-mail: jornaleducar@appai.org.br redacao@appai.org.br www.appai.org.br EXPE DIEN TE

3 Língua Portuguesa Língua Portuguesa Por Sandro Gomes* *Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira, Portuguesa e Africana de Língua Portuguesa, Revisor da Revista Appai Educar, Escritor e Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj. E A FAMOSA LISTINHA DOS VERBOS DE LIGAÇÃO? Lembra aquela “listinha”, que contém verbos como: ser, estar, ficar, permanecer, continuar, parecer, andar...? Como tudo que envolve o estudo da Língua Portuguesa, não há fórmula pronta ou “macete” infalível. O melhor é compreender como funciona o chamado verbo de ligação. Para isso é um bom recurso compará-lo com outro tipo de verbo, os chamados significativos ou nocionais. Acompanhe o exemplo: Meu tio recebeu um comunicado. Nessa oração o verbo receber ocupa uma posição fundamental para o entendimento do sentido. Sem ele, como saber se o sujeito (o tio) recebeu, emitiu, esqueceu, decifrou (ou sabe-se lá que mais) o comunicado? Agora comparamos com outro exemplo. A menina parecia assustada. Imagine que substituíssemos o verbo parecer por outro daquela “listinha”. A menina estava assustada, ficava assustada, permanecia assustada... Como se pode ver, apesar de usarmos verbos diferentes, a ideia básica foi preservada. Isso quer dizer que o elemento fundamental para o entendimento não era o verbo, mas o adjetivo assustada. Os verbos de ligação, portanto, podem ser definidos como aqueles que indicam estado e não ações, recebendo esse nome porque funcionam como elo entre o sujeito e uma característica a ele atribuída. Ajuda muito a entender como funciona um verbo de ligação observar o predicativo do sujeito. Veja: Os idosos continuam indispostos. Repare que o adjetivo indispostos qualifica ou informa sobre o substantivo idosos. Se nos fixarmos apenas nessas duas palavras, já poderemos perceber a relação entre elas, não sendo tão relevante se os idosos estão indispostos, ou se permanecem indispostos, ou se ficam indispostos etc. Note também que em outras construções que não expressam ação essa relação entre substantivo e adjetivo aparece com clareza. Acompanhe: Que idosos indispostos! (sentença sem verbo) ou Os idosos indispostos são um problema. (sujeito + adjunto adnominal) Mas então qual é o problema de usar a famosa “listinha”? Em tese, nenhum! A armadilha é que, mesmo podendo figurar como verbos, digamos, de “sentido fraco”, alguns ali presentes também desempenham funções de verbos significativos. Veja exemplos: Ela continuou triste. (verbo de ligação) Apesar dos avisos, ele continuou. (intransitivo) Ela andou nervosa. (verbo de ligação) Ele andou muitos quilômetros. (transitivo direto). Assim, a melhor maneira de saber se um verbo é de ligação é analisando o contexto frasal. A lista pode até ajudar mas não resolve todas as situações. Até a próxima, pessoal!

4 Revista Appai Educar Guia Histórico CASCATINHA A maior queda d’água da Floresta da Tijuca T

Revista Appai Educar 5 O Parque Nacional da Tijuca, sob o relevo montanhoso da cidade do Rio de Janeiro, propicia a formação de belas cachoeiras para a alegria dos visitantes. A Cascatinha Taunay é, na opinião da maioria das pessoas, a mais bonita de todas elas. Com uma queda d’água de 35 metros, uma ponte de pedra e uma piscina natural, o local, além de ser uma opção para os dias quentes do Rio, é também recheado de história. Em 1860, o engenheiro Job de Alcântara foi encarregado pelo Governo Imperial de construir a bela ponte de pedras, em formato de arco romano, que fica em frente a esse monumento natural. A mais alta cascata do parque é formada pelas quedas d’água dos rios Tijuca, Conde e de outros afluentes. Em1817, o artista Nicolas Antoine Taunay construiu uma pequena casa perto da cascatinha e, encantando, imortalizou a beleza da cachoeira em seus quadros. Ele se tornou o grande anfitrião da floresta, organizando reuniões para a corte. A casa de Taunay foi demolida em 1946. Na época do Império, a região foi transformada para abrigar o plantio de café, mas como esse tipo de cultura necessita de um alto insumo de irrigação, o local, além de desmatado, ficou praticamente seco, afetando o abastecimento de água nos bairros da Lapa e Centro. Ao perceber o problema, a Família Real Portuguesa determinou que o plantio fosse realocado para o sul do estado e que fossem replantadas mais de cem mil unidades de árvores na Floresta da Tijuca. Hoje recuperada, recebe inúmeros visitantes atrás da sua beleza natural. Devido ao perigo de acidente, não é permitido o banho embaixo da queda d’água da Cascatinha Taunay. O público pode se refrescar apenas no poço conhecido como Job de Alcântara, que homenageia o autor da obra. Esse lugar fica logo abaixo da ponte de pedras de arco romano. Ele é uma piscina natural formada pelas águas da cascata. Devido à grande acessibilidade que o parque oferece, essa cachoeira fica muito cheia aos fins de semana. Por isso, vale a pena chegar cedo a fim de evitar tumultos e curtir bastante esse lugar ou realizar a visita durante a semana. A Appai, através do Benefício Passeio Cultural, oferece um roteiro que contempla essa obra natural. Vale a pena conhecer! ■ Por Richard Günter Parque Nacional da Tijuca Estrada da Cascatinha, 850 – Alto da Boa Vista – Rio de Janeiro/RJ Entrada pela Praça do Alto Horário: das 8 às 17h (todos os dias) Tel.: (21) 2491-1700 Site: parquenacionaldatijuca.rio/ Fotos: Richard Günter TAUNAY Instalado sobre um chafariz feito a partir de uma antiga banheira de mármore de carrara, tida como obra do século XIX, há um painel de azulejos portugueses que apontam os roteiros da floresta. O mapa ilustrativo é de 1946

6 Revista Appai Educar Vale a pena ler de novo Mesmo com o mercado aquecido, existem alguns cuidados que não podem ser ignorados. Saiba qual nicho ou plataforma de negócio mais combina com você! EMPREENDEDORISMO DIGITAL O mercado digital, que já vinha crescendo de maneira constante nos últimos anos, foi impulsionado pela pandemia. Isso porque as atividades convencionais das lojas foram suspensas e só restou a internet. O uso de plataformas de e-commerce atingiu picos altíssimos, assim como a busca por serviços especializados nos meios digitais. Na editoria Vale a pena ler de novo dessa edição, a Revista Appai Educar resgatou uma matéria do ano passado que aborda justamente essa temática.

Revista Appai Educar 7

8 Revista Appai Educar Somente em 2020, houve um crescimento acumulado de 83,68% no faturamento do comércio eletrônico, segundo dados do índice MCC-Enet. Também ficou claro que as compras on-line estão cada vez mais presentes no dia a dia do brasileiro. No último trimestre de 2020, quase 20% da população realizou compras dessa modalidade. O Nordeste foi a região que mais viu o comércio eletrônico crescer, com aumento de faturamento de 116,53%. Segundo dados da ABComm, 100 mil novos e-commerces foram criados durante a quarentena. Já o número de vendas on-line aumentou em quase 40%. Quero empreender, e agora? Mesmo com esse quadro de investimento digital aquecido, existem alguns cuidados que não podem ser ignorados. Saber em que nicho ou plataforma de negócio se pretende investir é apenas o primeiro passo dessa longa caminhada, segundo especialistas. Entender como essa engrenagem funciona, ou seja, conhecer o mercado, é fundamental para que se faça um bom planejamento, a fim de definir o nicho de atuação. Setores em crescimento Alguns produtos e serviços conseguemmanter-se pelo apelo que têm com seu público, seja de forma limitada ou ilimitada. Um exemplo é o setor de alimentação, por se tratar de uma necessidade inerente ao ser humano. Entender o tamanho desse nicho e se existe capilaridade de venda para a manutenção e sobrevivência do negócio é o “dever de casa” do empreendedor. Além de saber com que área desse segmento seu público mais se identifica. Normalmente os produtos se enquadram em três pilares de consumo. São eles: - Duráveis, como móveis e eletrônicos. - Semiduráveis, como perfumes e roupas. - Não duráveis, como alimentos e bebidas. Produtos sazonais Não podemos deixar de fora os produtos chamados sazonais, que são aqueles comercializados em maior quantidade durante uma estação ou período do ano, como é o caso dos sorvetes. Esse tipo de empreendimento precisa ser pensado de forma a abastecer as vendas e fechar essa lacuna nas estações ou períodos mais frios. Segundo especialistas, uma dica é agregar um produto ou serviço paralelo para otimizar ou suprir esse faturamento nesses momentos de baixa. Além disso, alguns ramos de negócio que mexem com o comportamento e rotina do consumidor podem ser hoje uma boa opção.

Revista Appai Educar 9 Por Jéssica Almeida Fonte: Revista Localweb. Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik. Veja quais e suas particularidades, segundo a Revista Locaweb: Decoração: móveis e artigos de decoração encontram-se em alta por conta de as pessoas estarem passando mais tempo em casa, o que faz com que acabem buscando conforto e um visual mais agradável e prático para os trabalhos home office. Nessa pegada, a pintura terapêutica e os artesanatos commadeiras e outros materiais, de baixo custo, podem ser uma boa opção. Construção civil: estamos falando especificamente de ferramentas para as pequenas reformas. Para se ter uma ideia, só de 19 a 25 de julho de 2020 o faturamento do segmento subiu mais de 33%. Alimentação: as compras de alimentos via internet vêm ganhando cada vez mais espaço durante a pandemia. De acordo com a assessora econômica da Fecomércio/SP, Kelly Carvalho, tudo que for voltado para esse setor tende a crescer nos próximos meses. Mercado infantil: segundo especialistas, uma janela de oportunidade esse setor, que envolve brinquedos, artigos de higiene infantil e toda a linha de produtos voltados para a maternidade. Saúde e fitness: de acordo com Jean Lessa, diretor de TI e marketplace da Americanas, o consumo das categorias peças esportivas, práticas de esporte e atividades de bem-estar em casa está num crescente. Sendo a roupa fitness o grande impulsionador de toda essa máquina. Estudar é o fundamental! Como falamos anteriormente, conhecer o nicho ou plataforma de negócio em que se pretende investir é apenas o primeiro passo dessa longa caminhada. Por isso, estudar bem as possibilidades é fundamental antes de abrir o seu próprio empreendimento. Se você é associado da Appai, o benefício Educação Continuada oferece mais de 1.000 opções de cursos, de variados nichos, para melhorar a sua qualificação profissional. Acesse o Portal do Associado e descubra as oportunidades na área de empreendedorismo. Não deixe de conferir!

10 Revista Appai Educar ENCAIXANDO Calendário/Saúde Abril é ou não é um mês repleto de dias importantes? Na editoria Calendário dessa edição vamos dar ênfase a uma outra data de grande relevância: o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Um problema que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo e é relembrado no dia 2 de abril. Criada pela ONU (Organização das Nações Unidas), a data tem como objetivo alertar as sociedades e governantes sobre esse transtorno do neurodesenvolvimento, ajudando a derrubar preconceitos e esclarecer a todos.

Revista Appai Educar 11 PEÇAS Tratamento e sinais O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição de saúde caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social e comportamento. Não há só um tipo de autismo, mas muitos subtipos, que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de comprometimento, desde pessoas com outras doenças e condições associadas (comorbidades), como deficiência intelectual e epilepsia, até outras independentes, com vida comum. Porém algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico. Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, mas casos mais graves podem surgir até mesmo antes. Por isso, é fundamental iniciar o tratamento o mais rápido possível – mesmo que seja apenas uma suspeita clínica, ainda sem diagnóstico fechado –, pois, quanto mais cedo começarem as intervenções, maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida da pessoa. Alguns sintomas como irritabilidade, agitação, autoagressividade, hiperatividade, impulsividade, desatenção, insônia e outros podem ser tratados com medicamentos, que devem ser prescritos por ummédico. Quais são os sinais de autismo? ▷ Nãomanter contato visual por mais de 2 segundos. ▷ Não atender quando chamado pelo nome. ▷ Isolar-se ou não se interessar por outras crianças. ▷ Alinhar objetos. ▷ Sermuito preso a rotinas a ponto de entrar emcrise. ▷Não brincar combrinquedos de forma convencional. ▷ Fazer movimentos repetitivos sem função aparente. ▷ Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo. ▷ Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia). ▷ Não compartilhar seus interesses e atenção, apontando para algo ou não olhar quando alguma coisa é mostrada. ▷ Girar objetos semuma função aparente. ▷ Interesse restrito por umúnico assunto (hiperfoco). ▷ Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.

12 Revista Appai Educar A escola pode trazer grandes benefícios O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outras especialidades, conforme a necessidade de cada caso. Na escola, um mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na interação social. Vamos relembrar algumas matérias da Revista Appai Educar sobre o autismo e as iniciativas desenvolvidas por educadores de diversas regiões do Brasil? Confira essa seleção exclusiva! Encaixando as peças O processo de inclusão escolar requer uma parceria entre pais, escola e profissionais envolvidos que atendamo aluno. Mas sabemos que isso vai

Revista Appai Educar 13 O difícil caminho da inclusão No Brasil existe um preconceito no atendimento de crianças autistas. Muitas vezes, por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não sabem como trabalhar com esses alunos, e com essa atitude eles ficam isolados no seu “próprio mundo”. É preciso perceber que eles enxergam as coisas de forma diferente, mas vivem a mesma realidade e, portanto, cabe a nós ampará- -los e incluí-los na escola e no convívio social. Quer saber mais sobre o assunto e entender seu papel enquanto educador? Leia a matéria completa em nosso site! Um baú de surpresas A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano! E nada melhor do que aproveitar essa fase despertando a imaginação dos pequenos. Foi assimque o EDI Alyrio Cavallieri idealizou a I Maratona de Histórias, que teve sua culminância no Dia Nacional do Livro Infantil. O evento contou com a participação da autora Nancilia Pereira e das mães dos alunos, que se emocionaram por diversas vezes com as histórias de luta pela inclusão dos pequeninos na sociedade. Para saber mais sobre o projeto, leia a matéria completa. Para conhecer outras iniciativas ligadas ao tema ou demais disciplinas, acesse a página da revista no site da Appai. E não esqueça de enviar o seu projeto para a nossa equipe através do e-mail redacao@appai.org.br. Vamos adorar conhecer seu trabalho e quem sabe divulgar nas próximas edições da revista. ■ Por Jéssica Almeida Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik Fontes: Canal Autismo e Secretaria de Saúde muito além de estar em uma sala de aula, é preciso que o estudante faça parte da turma, interaja com os professores e as demais crianças, compreenda as questões pedagógicas e se desenvolva de acordo com as suas particularidades e o seu ritmo de aprendizado. Como umprofessor pode identificar um aluno com autismo leve? E quais medidas tomar? Descubra essas e outras questões na matéria completa disponível em nosso site!

14 Revista Appai Educar Calendário UM MÊS REPLETO DE D MARCANTES Abril é um mês importante para a nossa história e traz marcos e memórias que solidificam a construção e conscientização da cidadania brasileira. R eza a lenda que tudo só começa após o carnaval, e como em2022 as comemorações da maior festa cultural brasileira foram transferidas para o mês de abril, isso quer dizer que teoricamente o ano só se inicia no Dia da Mentira, no dia primeiro. Mas como a verdade sempre prevalece, durante abril fatos marcantes e decisivos da história brasileira serão recordados. Entres eles, a lembrança de Tiradentes, patrono da Nação e herói da Inconfidência Mineira, celebrado no dia 21. No dia 13 de abril também se comemora uma das canções mais executadas por nós, o Hino Nacional Brasileiro, e uma semana depois, no dia 19, o Dia do Exército. E logo em seguida, em 22, uma das datas que mudou o rumo da nossa história, com a chegada dos portugueses em suas caravelas, declarando ao mundo o Descobrimento do Brasil. O mês ainda conta com os dias do Índio, do Livro Infantil e de Combate ao Câncer. Mas não para por aí, já que é também quando os jovens festejam seu dia, o Dia do Jovem, bemcomo, para os incansáveis da informação, o Dia dos Jornalistas. Aproveite essas datas para trabalhar, em sala de aula comos seus alunos, os muitos conteúdos comemorativos e emblemáticos. ■ Por Antônia Lúcia

Revista Appai Educar 15 DATAS

16 Revista Appai Educar Pedagogia Esportiva BENEFÍCIOS DA ESPORTIVAS N

Revista Appai Educar 17 AS PRÁTICAS NA ESCOLA Hoje, com boa parte da população brasileira vacinada, a vida parece que começa a dar seus passos a caminho da normalidade. Não uma volta ao que era, mas um retorno esperado. O regresso dos alunos e professores às aulas presenciais colocou novamente luz sobre as quadras, pátios e ambientes recreativos dos colégios. Para os professores de Educação Física, o espaço pedagógico utilizado pelos estudantes, durante as aulas e outras atividades, voltou a pulsar e a reencontrar seus protagonistas. E que tal então darmos aquela relembrada sobre um dos pilares dessa área, a pedagogia do esporte, seus benefícios e as muitas contribuições para o desenvolvimento dos educandos.

18 Revista Appai Educar O que é a pedagogia do esporte? De acordo com especialistas, trata-se da união da educação e do esporte. Nessa amplitude, a disciplina científica visa estudar a vivência esportiva dentro do processo de ensino, oferecendo aos profissionais os caminhos para acessar e produzir conhecimentos acerca de metodologias, suas aplicações e sistematização das atividades esportivas, envolvendo o exercício físico, a educação física, o bem-estar e o esporte para todas as faixas etárias. Bem-estar, uma atitude preventiva Quando falamos na abrangência da pedagogia se relacionando com a ideia de bem-estar, devemos ter emmente que a prática da atividade esportiva na educação básica tem contribuído para o combate à obesidade infantil e ao sobrepeso das crianças. Estudos revelam que os dados sobre esses problemas são bastantes preocupantes, haja vista que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. Por isso, está sendo considerada uma das doenças mais graves do século XXI.

Revista Appai Educar 19 Mais de 16% das crianças entre 5 e 10 anos estão com sobrepeso Em levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados mostramque uma emcada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no país. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, apontou quemais de 16% dos brasileiros entre cinco e dez anos estão com sobrepeso, 9,38% comobesidade e 5,22%comobesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18%apresentam sobrepeso, 9,53% são obesos e 3,98% já estão coma formamais grave. Benefícios das práticas esportivas na escola Todo esse cenário reforça ainda mais a importância dessas atividades na escola. Entre tantos benefícios, o maior deles é a alegria de poder voltar aos pátios, às quadras e associar a ludicidade que o esporte proporciona à prevenção que oferece se bem acompanhado e orientado por seus instrutores e professores de Educação Física. Conheça alguns dos benefícios da aplicação das atividades esportivas para crianças e adolescentes em fase escolar: • Desenvolvimento de competências sociais, comunicacionais e técnicas. • Aprimoramento dos sistemas psicomotor e cognitivo. • Aprendizado de como lidar comas derrotas e vitórias. • Transmissão de valores como tolerância, disciplina, respeito, noções de convivência positiva, espírito de equipe. • Conscientização sobre a importância da atividade física para o bem-estar e a saúde física e mental. • Combate ao sedentarismo, melhora da concentração e comportamento contribuindo, dessa maneira, para o desenvolvimento de novas habilidades. Por Antônia Lúcia

20 Revista Appai Educar Matéria de Capa / Gestão Escolar Saiba como articular estratégias metodológicas para construir seu material didático atualizado DOCÊNCIA E FORMAÇÃO CONTINUADA PODEM CAMINHAR SEPARADAS?

Revista Appai Educar 21

22 Revista Appai Educar NNum primeiro momento a resposta parece simples e direta. Entretanto, no mundo atual a informação e o conhecimento são compartilhados de maneira muito rápida, em grande volume e diversas vezes, quase que instantaneamente. Por isso, se manter atualizado é requisito indispensável para qualquer profissional. Mas é importante ressaltar que a informação só se torna conhecimento de fato quando é associada a algum sentido. Isso significa que cabe à escola possibilitar a construção do conhecimento dos alunos, já que os livros e a internet, por exemplo, disponibilizam apenas informações. Por isso, a formação continuada de professores temmuito a oferecer nesse processo, pois ajuda a melhorar cada vez mais suas práticas pedagógicas e dessa forma apoiar os alunos na construção de conhecimentos e não apenas no acúmulo de informações. Essa qualificação tem sido entendida hoje como um processo permanente e constante de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade dos educadores. Geralmente é realizada após a formação inicial e tem como objetivo assegurar um ensino de qualidade cada vez maior aos alunos. Para o professor e Mestre em Ciências Jurídicas e Empresariais Ricardo Soares, a docência e a formação continuada são inseparáveis e caminham de mãos dadas. “Aquele que ensina é o referencial em que o educando se espelha para o seu desenvolvimento, e o discurso do docente sobre a formação continuada serve de inspiração, mas o que realmente arrasta o estudante nesta jornada, que deve ser uma história sem fim, é o exemplo”, explica. Ao falar sobre o tema, a professora e mestranda Priscila Cruz lembra Paulo Freire, que chama a atenção da comunidade escolar para a dodiscência, que é justamente a questão de aprender e ensinar como uma via de mão dupla entre essas duas práticas. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”, pontua Freire. De acordo com Priscila a formação continuada está presente no dia a dia do trabalho docente.

Revista Appai Educar 23 “A cada projeto pensado come para os estudantes, acada trocacomospares sobreas experiênciasde ensino, acadaestudoe leituraque seacrescentam na sua formação e que dialogam com sua prática. Ou seja, ser professor é estar em constante construção. É estar movendo todos os saberes da sua atividade, desde a qualificação acadêmica ao dia a dia da prática docente. Valorizar tudo isso como formação continuada é compreender que a escola é umespaço de crescimento perene, tanto para o docente quanto para o discente”, assegura Cruz.

24 Revista Appai Educar A importância da formação continuada no processo de desenvolvimento profissional Mais do que nunca, o educador deve se manter atualizado e bem informado não apenas em relação aos fatos e acontecimentos, mas, principalmente, no que tange à evolução das práticas pedagógicas e às novas tendências educacionais. A formação continuada temmuito a contribuir nesse processo, uma vez que permite que o professor agregue conhecimento capaz de gerar transformação e impacto nos contextos profissional e escolar. Quando o docente busca se aprimorar, ele abre caminho para novas práticas educacionais e com isso dá um novo significado ao espaço escolar. O educador que busca a evolução constante das suas competências desenvolve, por exemplo, didáticas de aulas mais dinâmicas na transmissão do conteúdo das disciplinas e um maior engajamento dos alunos em atividades de aprendizagem. Além de ter mais facilidade em detectar as dificuldades dos estudantes e de construir novas estratégias para contorná-las. Ricardo Sores ressalta que numambiente instável e mutável, onde uma avalanche de informações nos é lançada todos os dias, o conhecimento sofre uma obsolescência muito rápida. “Mais do que saber, precisamos aprender a desaprender e reaprender todo o tempo. Repetir conceitos embolorados como mantras eternos distancia o docente dos educandos na mesma proporção que o afasta da realidade. A contrário disso, profissional da docência precisa usar a formação continuada como uma maneira de estreitar as relações com os educandos e com o próprio mundo”, pontua o especialista.

Revista Appai Educar 25 Os desafios da formação continuada Falta de tempo para realizar as atividades propostas, dificuldade em estabelecer vínculos com a família e a escola, diversidade dos alunos na sala de aula, falta de apoio da gestão escolar frente às demandas constantes e infraestrutura defasada são alguns dos obstáculos encontrados por muitos educadores no processo de capacitação. Para Ricardo Soares, o maior desafio certamente está na ruptura do status quo, do entendimento de que a escola deve formar o cidadão e o profissional de agora e do futuro, onde novas práticas, ferramentas e tecnologias devem ser incorporadas ao ambiente educacional. De acordo com o especialista, o desafio deve envolver as escolas, professores, alunos, família, comunidade e demais partes interessadas num processo de construção do conhecimento que seja significativo para sua adequada inserção na sociedade e nomundo do trabalho. “Uma proposta pedagógica significativa e inovadora em que, principalmente, os educadores e educandos caminhem de mãos dadas numa proposição de educação inclusiva, continuada e que promova uma criação real de valor”, explica Ricardo.

26 Revista Appai Educar Formação continuada compõe-se apenas de cursos de curta duração, simpósios e reuniões? Para o especialista, os cursos de curta duração, os simpósios e as reuniões têm um papel importante e que contribuem sim para a formação continuada do educador, porém ela não se resume a isso. “É importante investir em uma qualificação mais sólida como programas de MBAs, de mestrado e de doutorado para que a evolução na carreira docente ganhe maior expressão, exposição e robustez! Cada vez que, de forma continuada, nos aprofundamos em nossos estudos, enxergamos o quanto limitado é o nosso conhecimento e a vastidão que abrange a nossa ignorância! Quando estaremos prontos? Espero que nunca! E podemos fazer dessa esperança a motivação para que estejamos comprometidos numa jornada de educação continuada”, destaca Ricardo. Aprendizagens diferentes Aparentemente quando falamos de docência temos a inclinação de pensar que a formação é igual em todo canto do mundo. Podemos até dizer que no que se refere à base do conteúdo teórico acadêmico, sim, mas não podemos esquecer da entrada de um elemento que pode mudar completamente a forma como a docência se apresenta e se mantém. Entre esses fatores, destacam-se a cultura de cada país e seus hábitos.

Revista Appai Educar 27 É importante investir em uma qualificação mais sólida Priscila é idealizadora do Projeto De Conto em Conto Essa diversidade impacta diretamente os resultados na aprendizagem dos alunos. É o que explica Priscila Cruz. “Em cada situação temos uma demanda diferente. A docência precisa dialogar com esta realidade. Temos cenários variados e alunos com processos de aprendizagem diferentes, e compreender isso é direcionar a educação para atender as demandas necessárias para umensino de qualidade”, frisa Priscila. Atualização: um processo contínuo Sabemos que a formação continuada não se esgota somente em um curso de atualização, mas deve ser encarada como um processo constante e contínuo. No entanto, observa-se que, para muitos professores, isso se dá geralmente com cursinhos de curta duração, simpósios, reuniões. Para a professora Priscila os mecanismos de ensino continuado sempre servirão tanto para o professor como para os alunos. “Ao participar de cursos, simpósios, congressos de educação, entre outras coisas, o docente pode levar para a sala de aula esta formação para atender as demandas do cotidiano da escola, dos alunos e também refletir sobre a própria prática docente. Por exemplo, há cinco anos criei o projeto De conto em conto, que acontece na Escola Municipal D João VI, em Higienópolis. É uma atividade de ensino interdisciplinar que incentiva a leitura dos estudantes e que tem várias turmas envolvidas. Então, a cada ano de edição do projeto a gente aprende muito, alunos e professores evoluindo no dia a dia dos trabalhos, além da troca de experiências de ensino entre os próprios docentes”, ressalta Priscila Cruz.

28 Revista Appai Educar “Compartilhar o que acontece na sala de aula com os pares também é formação continuada. E os projetos que nascem no ‘chão da escola’, como o De conto em conto, que surgiu de acordo com a demanda dos alunos em melhorar a interpretação, leitura e escrita, são trabalhos que instigam a autonomia dos estudantes e professores na medida em que eles criam, pesquisam e trilham caminhos formativos diversos. Quando o ambiente externo ensina “O meio e os agentes externos têm seu papel na contribuição da formação docente e discente”, garante Cruz. “Aprendemos muito com essa qualificação fora da escola, pois enriquece a nossa prática docente e permite fazermos uma reflexão constante sobre as demandas do espaço escolar e adequar as propostas de ensino de acordo com elas”, pontua a idealizadora do projeto De conto em conto demonstrando o quanto trabalhar com essa proposta tem sido uma experiência formadora e gratificante. Foi gratificante ver os alunos lendo pelos corredores da escola, compartilhando sobre os livros, pedindo outros nabibliotecapara ler emcasa... Seoobjetivodoprojeto era despertar o gosto pela leitura – e era –, ficamos felizes em saber que ele foi alcançado, pois isso era visível dediversas formas. Umaatividade criada comeparaos estudantes de acordo com suas demandas. Deu e está dando certo”, avalia Priscila. Formação continuada através das secretarias de educação e acompanhamento do ensino, com alto planejamento e análise das situações didáticas e o uso dos materiais distribuídos pelo MEC, voltados para a melhoria da qualidade escolar no ciclo de alfabetização. Tem também o ProInfantil, umcurso emnível médio, a distância, na modalidade Normal que é destinado aos profissionais que atuam em sala de aula da educação infantil, nas creches e pré-escolas das redes públicas e privada, sem fins lucrativos, que não possuem a formação específica para o magistério. Os maiores incentivadores para continuar formandoos professores certamente são as secretarias de educação municipal e estadual. A partir delas, estratégias são formadas de acordo com as necessidades de cada unidade escolar e alunos. O melhor, são cursos totalmente gratuitos vinculados ao Ministério da Educação (MEC). A Formação no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, por exemplo, é um curso presencial de 2 anos para os professores alfabetizadores, com carga horária de 120 horas por ano. A metodologia propõe estudos e atividades práticas. Os encontros com os professores alfabetizadores são conduzidos por orientadores de estudo. Estes são docentes das redes, que estão fazendo um curso específico, com200 horas de duração por ano, em universidades públicas. Essa iniciativa é desenvolvida através de ações que contribuem para o debate acerca dos direitos de aprendizagem das crianças do ciclo de alfabetização, processos de avaliação

Revista Appai Educar 29 Para os níveis posteriores, o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) é a melhor escolha. O projeto induz e fomenta a oferta de educação superior, gratuita e de qualidade, para docentes em exercício na rede pública de educação básica, para que estes profissionais possam obter a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e contribuam para a melhoria da qualidade do ensino básico no país. Já o Pró-letramento é um programa de formação continuada de professores para a melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental. O programa é realizado em parceria com universidades que integram a Rede Nacional de Formação Continuada e com adesão dos estados e municípios. Além deles, tem o Gestar II, um programa de gestão da aprendizagem escolar que oferece formação continuada em língua portuguesa e matemática aos professores dos anos finais (do sexto ao nono ano) do Ensino Fundamental em exercício nas escolas públicas. A qualificação contém carga horária de 300 horas, sendo 120 presenciais e 180 a distância (estudos individuais) para cada área temática. O projeto inclui discussões sobre questões prático-teóricas e busca contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor em sala de aula. Para ter acesso aos cursos, digite: portal.mec.gov.br/formacao e solicite a adesão com a sua direção escolar.

30 Revista Appai Educar Volta Redonda capacita professores, supervisores e orientadores Aformaçãocontinuadaestáaqui! De acordo com a especialista Priscila Cruz, tem muitos professores da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro fazendo trabalhos belíssimos e que dialogam com a realidade de seus alunos. “Não é necessário ir em outro país buscar uma prática de lá e tentar encaixar aqui. É preciso olhar para o que está acontecendo nas escolas, o que os educadores estão fazendo, trazer essas práticas para discussões e formação continuada do grupo de professores da rede. Esse é um processo formador e que precisa ser valorizado pelo sistema de ensino. Lindas práticas aparecerão. É preciso democratizá-las para que outros professores tenham acesso e compartilhem também as suas em um processo formador e constante”, garante Priscila.■ No início desse ano, quando os professores retornaram ao módulo presencial, a Secretaria de Educação de Volta Redonda realizou uma série de capacitações para eles, bem como para supervisores e orientadores da rede de ensino do município. A maratona de formação continuada teve por objetivo garantir um trabalho de excelência dentro e fora das salas de aula e manter os profissionais da educação atualizados. De forma abrangente, eles tiveram encontros diários no auditório da secretaria e contaram com a presença de professores a partir do 3° ano de escolaridade, para os quais foi promovida uma aula inaugural do curso “Volta Redonda de volta ao ensino presencial”, e uma palestra com o tema “Como incentivar os alunos a recuperar o conteúdo perdido”. De acordo com a secretária municipal de Educação Renata Andrade, a formação continuada é um meio de criar uma dinâmica de troca de experiências, onde se aprende e discute, contribuindo- -se assim para a geração de um ambiente de confiança e aprendizado para nossos alunos. Para a professora Laís Barbosa, que leciona português no Ensino Fundamental II, o projeto atualizou a forma de lidar com a volta presencial. “Quando entramos na pandemia nos obrigamos a aprender de uma hora pra outra e a lidar com a tecnologia de forma remota. Lembrando que nós não tínhamos nenhuma experiência com esse tipo de módulo. Aprendemos na garra. Apesar de toda a vida termos tido aulas presenciais, o retorno precisou ser diferente. Então essa capacitação veio a calhar, pois ainda estamos enfrentando uma adaptação, seja de aluno que perdeu boa parte dos conteúdos por não ter acesso à internet, seja por outros que não conseguiram se adaptar a esse módulo. Agora retornamos cientes de que os estudantes precisam do nosso apoio para conseguirem avançar nos estudos com qualidade e recuperarem o tempo que por ventura perderam”, enfatiza a professora.

Revista Appai Educar 31 Priscila Cruz é formada em Pedagogia pela FE/ UFRJ, mestranda no PPGEB – CAp/Uerj, possui especialização em Gestão dos Processos Educativos na Escola - Administração e Supervisão Escolar pela Uerj/FEBF. É também professora e idealizadora do projeto de leitura De conto em conto. Autora dos livros "Ouvi chover poesias" e "Luana, a menina que sabia voar". Contato: priscilagcruz@yahoo.com.br Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik. Fontes: Portal MEC e Somos Par. Imagens: https://url.gratis/FGKG2I Formação Continuada na Appai Se você é associado da Appai invista na sua carreira através dos cursos, palestras e convênios com renomadas universidades oferecidos pelo Benefício Educação Continuada. São inúmeros segmentos, especializações e opções! Para saber mais acesse o nosso site: www.appai.org.br. ■Por Antônia Lúcia, Jéssica Almeida e Richard Günter Ricardo Soares é doutorando em Educação, mestre em Ciências Jurídicas e Empresariais e professor universitário. Possui mais de 20 anos de experiência em consultoria em estratégia e desenvolvimento gerencial. Contato: rbsoares2000@gmail. com / @ricardoabsoares.

32 Revista Appai Educar ALUNA DESCOBRE ASTEROIDE QUE ENTROU PARA A LISTA DA NASA Ciências

Revista Appai Educar 33

34 Revista Appai Educar Sabe aquela olhadinha para o céu, para contemplar as estrelas ou até mesmo viajar acordado na imensidão do infinito? Pois bem, no final do ano passado, a aluna Micaele Gomes, do terceiro ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Estevam Ferri, localizada em São José dos Campos, olhou para o firmamento e descobriu um asteroide que entrou para a lista da Nasa. Mas antes de sabermos como a aluna conseguiu essa façanha, vamos relembrar o que é um asteroide. Eles são corpos rochosos de estrutura metálica que orbitam em torno do sol como os planetas, que não costumam ter forma definida e cujo diâmetro pode alcançar centenas de quilômetros. De acordo com Micaele Gomes, o amor pela astronomia teve início ainda no Fundamental II, com participações em competições e um olhar mais atento pela ciência. “Desde o nono ano eu participo da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, o meu interesse por estudar mais o tema veio desde então”, garante a aluna. Na ocasião, o professor de Física Eugênio Duarte de Almeida, percebendo o potencial de sua aluna, a inscreveu, juntamente com outros estudantes, para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. A diferença é que a jovem aluna de 16 anos já colecionava em seu currículo a medalha de prata, na mostra brasileira de foguetes, e de bronze, na de Astronomia, isso tudo conquistado no período da pandemia. “O que é um feito notável. É um sonho realizado de uma jovem estudante”, relatou o professor Eugênio. A aluna que fazia parte de um grupo de 5 alunos, que participavam do projeto liderado pela graduanda em licenciatura em Física Helena Ferreira. Centrada na imagem, Micaele percebeu que o corpo rochoso estava emmovimento retilíneo e assim chamou a atenção dos presentes para essa novidade. Colocado na lista de descobertas no site do Institute Astronomical Search Colaboration (Iasc), o asteroide recebeu o codinome provisório de P11bEV1.

Revista Appai Educar 35 Estadual Estevam Ferri De acordo com informações do Instagram, o projeto Astronomia teve início em 2013, a partir das aulas do professor Delmo no período noturno, visando praticar uma atividade basicamente de observação. De acordo com a equipe pedagógica, o objetivo é divulgar a ciência de uma forma ampla e geral, trazendo aspectos do espaço para o cotidiano do Micaele Vitoria Cavalcante Gomes, que descobriu meteorito. Foto: www.uol.com.br/tilt/noticias aluno. Atualmente a escola conta com um observatório dentro do auditório, além de toda a estrutura para aulas, com laboratório de astronomia e telescópios. ■ Por Antônia Lúcia Fonte: Secretaria de Educação de São Paulo @jornal_estevam

36 Revista Appai Educar Matemática MATEMÁTICA SOB MEDIDA Saiba como ensinar cálculos e proporções de forma simples e lúdica

Revista Appai Educar 37 Uma das primeiras impressões sobre tamanhos e medidas que os alunos têm na escola está diretamente ligada à fila. Do maior ao menor os pequenos estudantes são enfileirados para se locomoverem pela instituição de ensino. Essa prática simples que se apresenta diariamente pode ser utilizada para ensinar cálculos e proporções. A Revista Appai Educar conversou com o professor de matemática Fabiano Almeida, que leciona nas redes municipais de São João de Meriti, Belford Roxo e Japeri. Nessa matéria exclusiva, ele sugeriu ideias de ouro para ensinar as crianças da segunda a quinta série. É na Educação Infantil que os pequenos estudantes aprendem que medir significa comparar grandezas. Quando esse conteúdo é trabalhado de forma eficaz, o rendimento no Ensino Fundamental I melhora muito, afinal a medição está diretamente ligada não só à geometria e à estatística, mas também a outras disciplinas. Por exemplo, nas ciências da natureza, medir é essencial. Nas humanas, usa-se escalas e, especialmente, marcações de tempo. E nas artes há as noções de proporcionalidade. Ao explorar esse conceito além dos muros da escola, os alunos podem praticar o raciocínio com os afazeres dentro de casa, como uma receita culinária, uma medicação e até analisar a estrutura de sua moradia.

38 Revista Appai Educar De acordo com o professor Fabiano, ao indicar esse tipo de atividade, as crianças rapidamente descobrem que a padronização foi criada para facilitar a vida. “E isso é fácil de fazer com instrumentos como fita métrica, trena e régua. Descrevo as partes, a função e conto um pouco da história. Quase todos já viram alguém usando”, explica o docente acrescentando que a fita é a que chama mais atenção nessa iniciação sobre o conhecimento das medidas. “Nesse primeiro momento me concentro em ensinar as unidades usadas pela região urbana e não as gerais. Então firmo atividades sobre metros e quilômetros, deixando para um outro momento hectares, por exemplo, apesar de sempre surgir a curiosidade, principalmente daqueles alunos que vivem em áreas rurais”, ratifica. Quanto mais grandezas forem comparadas, mais enxuto será o repertório adquirido. Fabiano também trabalha com unidades de tempo, para diversificar a atividade. O conjunto dia, mês e ano é instigado partindo de uma premissa bastante simples: quantos meses faltam para as férias? Nesse primeiro momento, o professor disse que ninguém sabe responder. Para que eles entendam o conceito, apenas explicar expondo calendário basta. Quando todos ficam craques em consultar as datas, Fabiano propõe um desafio: o de fazer o próprio calendário. Aprendendo com os gráficos Basta abrirmos um jornal, uma revista ou assistirmos a televisão para percebermos que, cada vez mais, a estatística é incluída no nosso cotidiano e no de nossos estudantes. Informações de toda natureza passam rapidamente sob nossos olhos em forma de gráficos e tabelas. Este se tornou um hábito muito comum no dia a dia de qualquer pessoa, mas será que os livros didáticos estão vendo essas formas de expor conteúdo como uma linguagem usual a ser ensinada? Apresentar estatística para as crianças desde o período de alfabetização tornou-se uma necessidade social. Não pensamos o seu ensino como um amontoado de fórmulas e cálculos, mas em desenvolver no aluno a habilidade de coletar, organizar, interpretar e tomar decisões frente aos dados, utilizando como ferramenta a estatística.

Revista Appai Educar 39 Esta, por sua vez, passou a ser alvo de muitos educadores e livros didáticos a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino Fundamental, em 1997. Mas até hoje com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ela ainda é norteadora por sua importância nas diferentes formas de representar as informações matemáticas e a sua relação significativa com a realidade do aluno. O professor Fabiano Pereira relata a atividade da seguinte forma: “Se você estiver com um grupo de crianças pergunte para elas quem é a mais alta da turma. Aí vem a parte prática! Pegue um pedaço de barbante e corte medindo esse aluno, e em seguida todos vão marcar um outro pedaço com a sua própria altura. Compare os tamanhos dos dois e pergunte de quem é cada um deles. No próximo passo pegue uma fita métrica ou uma trena e meça cada pedaço de barbante, anote em um papel o nome da pessoa medida com aquele barbante e, ao lado, sua altura. Em um segundo momento trabalhe com o peso. Para isso você vai precisar de uma balança. Se não tiver uma na escola faça um passeio com os alunos e leve-os até uma farmácia ou lugar que possua. Não se esqueça de anotar o peso de cada um também ao lado do nome correspondente. Compare os pesos, explique que 1.000 miligramas = 1 grama; que 1.000 gramas = 1 quilograma; e que 1.000 quilogramas = 1 tonelada. Seja lúdico ao falar sobre miligramas e toneladas, medidas mais distantes da realidade da criança. Explique que apenas algo muito leve, como uma formiga, pesa miligramas e que coisas bem pesadas, como elefantes, chegam a toneladas. Depois dessa explicação e da tabela mostrando a altura e o peso da criança façam juntos comparações”, diz o docente. Para estimular que os pequenos se questionem sobre seu peso e altura pergunte se se acham grandes ou pequenos; ou, caso pudessem se medir com laranjas, quantas frutas acham que precisaria para corresponder à sua altura; ou ainda, pergunte também quantas laranjas seriam necessárias para corresponder ao seu peso. Agora chegou a hora de produzir o gráfico. Peça aos alunos que organizem todas as informações recolhidas e que desenhem num papel retângulos verticais iguais. A quantidade será definida pelo número de alunos. Em cima do retângulo coloque o nome do estudante em ordem alfabética, embaixo o peso referente. Dentro do retângulo desenhe a quantidade de laranjas que representa o peso de cada aluno. Ao fim, faça uma linha entre o ápice das laranjas para ver a diferença. Veja o exemplo abaixo:

40 Revista Appai Educar Outras ideias para trabalhar medidas • O salto mais longo Para trabalhar unidades como metro e centímetro, organize uma competição de salto em distância. Cada criança realiza três tentativas. Com barbante, um colega mede o resultado de cada uma. Depois, num quadro individual, o autor do pulo coloca os pedaços lado a lado e confere a medida com a fita métrica. Os valores são registrados em papel e comparados. No fim da atividade, as medidas devem estar em ordem decrescente para se descobrir qual foi o salto mais longo. O salto mais longo: ideia original de Thiago Minami, colaborador da Nova Escola. • Qual o tamanho do seu pé? Por meio de uma roda de ideias apresente o poema abaixo e leia com os alunos. Procure estimular a participação de todos na discussão do poema, propondo as seguintes questões: o pé do gigante é grande ou pequeno?; o seu pé é maior ou menor que o do gigante?; quantos passos o gigante deu para ir de sua casa até o lago?; você daria mais ou menos passos que o gigante para fazer o mesmo percurso? Por quê?

Revista Appai Educar 41 Proponha aos alunos que descubram a distância da porta da sala de aula até a mesa da professora. Em um primeiro momento eles escrevem no papel (em seu caderno de Matemática) qual a distância que acreditam que possui esse espaço. Depois, cada um deverá utilizar os seus passos para fazer a sua medição sem contar para o colega, apenas realizando seu registro. Quando todos terminarem faça uma roda de conversa e exponha os resultados. É importante que os alunos percebam que, quanto menor o tamanho das pernas e dos pés, maior será a quantidade de passos necessários para traçar o mesmo percurso. Além da atividade acima, você pode trabalhar com os pequenos questões simples do cotidiano da sala de aula, tais como: “Qual é a mochila maior?”; “Quem é o aluno mais alto?”; “Quem é o aluno mais baixo?”; “Qual a distância da lixeira até a porta da sala de aula”?; “Qual a altura do armário da sala de aula?”. Em seguida, como registro no caderno de Matemática, proponha algumas medições, utilizando partes do seu corpo ou objetos como palitos de picolé. Por Richard Günter Fontes: MEC | BNCC | Portal do Professor | Nova Escola Qual o tamanho do seu pé? Ideia original de: Juliana Sosso, autora do livro Coleção Agora é Hora. Alfabetização Matemática. 1 º Ano. 1. Curitiba: Base Editorial, 2011. p.143.

46 Revista Appai Educar PPAS UNICIRCO MARCOS FROTA No dia 27 de março, a Appai através do Programa de Projetos e Ações Sociais ofereceu, àduas instituições cadastradas no Programa Nutrindo, Associação Carioca de Assistência a Mucoviscidose (Acam) e Associação Cine & Rock, a oportunidade de assistirem ao Espetáculo “Terra Oca: Uma Viagem no Tempo!”, apresentado pelo Unicirco Marcos Frota, situado na quinta da Boa Vista. Ao total, 87 participantes desta ação receberam refrigerante e pipoca durante o evento.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTA5NTc=