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Ano22–134-2021-CIRCULAÇÃO DIRIGIDA – DISTRIBUIÇÃOGRATUITA Paravocêcurtiressemomentodelazer,selecionamos diversasopçõesdepasseios,paravocêrealizaremumúnicodia!

2 Língua Portuguesa Conselho Editorial Julio Cesar da Costa Ednaldo Carvalho Silva Jornalista Editora Antônia Lúcia Figueiredo (M.T. RJ 22685JP) Assistentes de Editorial Jéssica Almeida e Richard Günter Designer e Assistente Gráfico Luiz Cláudio de Oliveira Yasmin Gundim Revisão Sandro Gomes Andréa Schoch Professores, enviemseus projetos para a redação da Revista Appai Educar: End.: Rua Senador Dantas, 117/229 2º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ. CEP: 20031-911 E-mail: jornaleducar@appai.org.br redacao@appai.org.br www.appai.org.br EXPE DIEN TE

4 Língua Portuguesa Língua Portuguesa Por Sandro Gomes* QUANTAS LÍNGUAS CABEM DENTRO DA NOSSA LÍNGUA? *Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira, Portuguesa e Africana de Língua Portuguesa, Revisor da Revista Appai Educar, Escritor e Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj. Pra fechar mais um ano de grandes estudos da Língua Portuguesa promovidos através dessa coluna, vamos reeditar (com algumas atualizações) uma matéria de 2014 que trata dos vários dialetos que se espalham pelo nosso continental território. Um assunto que nos tem sido cobrado pelos nossos leitores. Assim, vamos mergulhar uma vez mais na riqueza linguística dos falares brasileiros. Segundo o consenso entre os gramáticos são 16 os nossos dialetos regionais. Saiba quais são. Baiano, Brasiliense, Caipira, Costa Norte, Carioca, Florianopolitano, Fluminense, Gaúcho, Mineiro, Nordestino Central, Nortista, Paulistano, Recifense, Serra Amazônica, Sertanejo, Sulista. Algumas curiosidades sobre esses falares regionais: – Segundo os historiadores de nosso idioma, a primeira célula de uma língua “brasileira” teria surgido no século XVIII no Ciclo do Ouro das Minas Gerais. Até então se falava no país o português típico do colonizador e a língua-geral, formada por idiomas indígenas, que até essa época era a mais utilizada pela população. – Não existe no Brasil um dialeto apontado como padrão. Contudo, pela maior expressão midiática e por serem as maiores metrópoles brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, com seus dialetos (respectivamente paulistano e carioca), tendem a exercer influência maior sobre os demais falares. – Por conta da ação dos bandeirantes a partir do século XVI, a fala típica dos paulistas se espalhou por diversas direções do país. Sua influência chegou até o norte do Rio de Janeiro afetando o falar da capital carioca. Com a chegada da família real à cidade em 1808 (e junto com ela em torno de 14 mil portugueses), a fala dos cariocas foi profundamente alterada, dando origem ao dialeto que é tomado como o padrão do país. – A língua falada e espalhada pelos bandeirantes hoje compreende o dialeto caipira, um dos mais estudados, atualmente praticado em todo o interior de São Paulo, sul de Goiás, norte do Paraná, partes de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro. – O dialeto nortista é o que se estende pela maior área geográfica. Mas por abranger em grande parte a região da Amazônia, é falado por grupos que se localizam distantes uns dos outros. O resultado é que os estudiosos identificam a existência de subdialetos, ou seja, formas diferenciadas de usar o mesmo dialeto. Os idiomas, como afirmam os linguistas, são a expressão da vida e da cultura dos seus falantes. E a “língua brasileira” não foge a essa máxima, retratando a imensa diversidade cultural do Brasil. A coluna deseja um final de ano de paz e harmonia e faz votos de um grande 2022 para todos. Até a próxima, pessoal!

5 Revista Appai Educar Artes Visuais Com materiais simples, como papelão e barbante, alunos constroem estações interativas de vivências cotidianas A ARTE NA CON DE NARRATIVA

Revista Appai Educar 6 NSTRUÇÃO AS Definir o conceito de artes visuais é transitar entre as muitas cores, formas, linguagens e narrativas que se anelam às mais variadas configurações de expressões visuais e suas manifestações. Conhecida por fortalecer os processos de ensino-aprendizagem através de atividades práticas que interagem com os conteúdos teóricos da disciplina, a equipe de professores de artes visuais da Escola Técnica Adolpho Bloch, formada por Analucia Oliveira, de Turismo e Publicidade; Cláudia Duche, de Produção Audiovisual; e Geórgia Firpo, de Eventos, juntamente com seus alunos, mostraram através de uma aula expositiva o quanto é possível estabelecer comunicação entre o cotidiano do corpo e o contexto social. “O corpo em que habito não se encaixa em qualquer lugar”. Até chegar a essa afirmativa, professores e alunos passaram por várias etapas, entre elas vencer o período crítico da pandemia, bem como as adaptações para as questões trabalhadas nas aulas remotas. A flexibilidade na aquisição e troca dos saberes foi uma grande aliada nessa construção, revelam os professores pontuando que, mesmo fora do horário de suas aulas, os alunos tinham a liberdade de postar trabalhos e debater questões surgidas a partir da visualização e reflexão sobre suas produções, levando surpreendentemente a uma aprendizagemmais rica e constante.

7 Revista Appai Educar 7 Revista Appai Educar De acordo com a equipe de docentes, essa interatividade abriu uma maior conexão, sobretudo quando uma aluna postou no Tik Tok um vídeo em que uma artista performava tentando encaixar seu corpo em diferentes estruturas e levou para a sala de aula. Essa exibição despertou olhares e opiniões entre os demais estudantes e acabou levando a nossa equipe de discentes a pensar e repensar aquela narrativa. E ali se iniciava, segundo a professora Analucia Oliveira, um processo criativo acerca da associação entre artes visuais e os cânones de representações, regras, padrões de beleza etc. “Após bate-papos e conversas acerca do que tinham vivenciado no vídeo, foi planejada então uma aula vivencial, programada para ser desenvolvida nos tão esperados encontros presenciais”, revela a professora Cláudia Duche, afirmando que “é na vivência que a arte se torna experiência que atravessa o sujeito, um território de passagem para aquilo que afeta e provocará afetações”. No auditório da escola, local escolhido para a realização da aula vivencial, forammontadas três estações, nas quais os alunos eram convidados a interagir com cada uma delas. Na primeira, uma teia de barbantes, além de moldes recortados em papelão e estruturas tridimensionais, deveria ser “vestida” pelos participantes tirando-os de sua área de conforto. “Logo de início, os alunos deveriam sair de suas posturas comuns de elegância – torcendo, pulando, abaixando, levantando as pernas –, para atravessarem o caminho-teia feito pelo cruzamento dos barbantes”, pontua a professora Geórgia Firpo. Já em um segundo momento, o desafio era pisar e ficar plainado em uma forma bastante pequena feita de papelão fixada no chão. Neste espaço As narrativas corporais desafiam a linguagem verbal através de sua excelência expressiva e suas manifestações visuais

Revista Appai Educar 8 Revista Appai Educar 8 reduzido os alunos deveriam se movimentar, dançar, trocar de área com o colega, não sendo possível pisar fora do espaço delimitado. E, por último, eles deveriam encontrar uma maneira de vestir, encaixar chapas de papelão com formas vazadas ao corpo. De acordo com a equipe de professores de Artes Visuais, as várias formações que a escola oferece, tais como Turismo e Publicidade, tornam necessário refletir sobre o multiculturalismo contemporâneo e, a partir dessa reflexão, produzir narrativas e propostas inclusivas. Em Produção Audiovisual e Eventos reflexionar sobre padrões estéticos e de mídia, o conceito do “ter para ser”, “do ser para se encaixar”. “O participar de uma experiência exclusiva fará com que nossos futuros profissionais e agentes de transformação social repensem e criem novos valores”, esclarecem as professoras. Por Antônia Lúcia Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch - Eteab/Faetec Av. Bartolomeu de Gusmão, 850 São Cristóvão – Rio de Janeiro/RJ CEP: 20941-160 Tel.: (21) 2334-1735 E-mail: eteab@faetec.rj.gov.bv Professoras idealizadores: Analucia Oliveira – Turismo e Publicidade Cláudia Duche – Produção Audiovisual Geórgia Firpo – Eventos Ao final da apresentação, a vivência realizada entre os alunos da Adolpho Bloch mostrou de forma prática o quanto é possível atravessar barreiras, seja com materiais simples, como barbantes-linhas, formas delimitadas e placas de papelão ou no cotidiano da vida real. “Mais do que contorno da forma, a mesma torna-se figura modelada ou metáfora para narrativas expressivas. O desconforto dos moldes levou do riso à reflexão incontida evidenciando que o corpo em que habito não se encaixa em qualquer lugar!”, conclui a professora Analucia Oliveira.

9 Revista Appai Educar Gestão Escolar Especialistas dizem que anotações diárias dos professores ajudam de forma eficaz a refletir na hora de planejar as aulas SUAS ANOTAÇÕES VALEM OURO EDUCACIONAL Seja no caderninho impresso ou no bloco de notas digital, relatar acontecimentos importantes presenciados em sala de aula pode ser uma grande chave para objetivos serem cumpridos no seu próximo encontro com os alunos, é o que dizem especialistas em educação. A prática, que deve ser aplicada a cada término de aula, tem teor altamente crítico, analista e reflexivo.

Revista Appai Educar 10 L!

11 Revista Appai Educar As anotações podem ir muito além dos rabiscos com a caneta, podendo ser acrescidas de fotografias, vídeos e gravações de voz que resgatam as atividades feitas em classe, servindo como objeto de investigação sobre o próprio trabalho e o desenvolvimento da garotada. “O professor é alguém em contínuo aprendizado e deve ter a dimensão de que aprender significa interrogar-se sempre sobre o que pensa, o que planeja e o que faz emsala”, diz Cleide do Amaral Terzi, consultora e especialista em Educação. Além de possibilitar a quem leciona tomar consciência de suas ações e das características e da trajetória dos alunos, a ferramenta dá subsídio para avaliá-los adequadamente e identificar as propostas mais eficazes para o aprendizado. Cada um desses recursos tem características específicas e todos podem e devem ser usados embenefício do trabalho pedagógico, pois se completam. Escrever é uma maneira de não deixar passar elementos que chamaram a atenção na dinâmica da aula, como observações sobre o desenvolvimento das propostas, a adequação delas ao planejamento e o alcance dos objetivos. Com as fotos, é possível investigar a criança e suas experimentações. Já os vídeos auxiliam o professor na tematização da própria atuação com os alunos e, assim como o áudio, recuperam as intervenções realizadas e o efeito delas no aprendizado dos estudantes.

Revista Appai Educar 12 “Narrar esses episódios evita que eu perca situações de aprendizagem para mim e para as crianças” – Tamara Pina Mas para que esse material seja uma ferramenta reflexiva é preciso debruçar-se sobre ele, estudá-lo e colocá-lo em discussão, quando possível. Depois, narrar esse processo emum texto. “A escrita organiza o pensamento e faz comque a reflexão não se perca”, diz Renata Cristina Oliveira Barrichelo Cunha, docente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). “Outro ponto importante é que para este processo não há um modelo definido”, é o que diz Mônica Matie Fujikawa, mestre em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo. “As redações devem fazer sentido para o educador e podem ter a forma que ele achar mais funcional”, completa. Trocar ideia teórica é fundamental Demodo geral, a condição de trabalho dos professores, compouco tempo para a educação continuada, tem sido um grande obstáculo para incorporar essa estratégia à rotina, assim como a ausência de interlocutores, diz Renata. “Não é em toda escola que o docente encontra colegas e gestores dispostos a compartilhar suas reflexões, a fimde ter subsídios paradiscutir o trabalho em sala. Então, ele acaba não vendo sentido nisso”. Para André Carrieri, fotógrafo e mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), há escolas que costumam tirar fotos dos alunos, mas apenas usam isso como arquivo ou para divulgação do que é realizado emsala, semaprofundar a compreensão a um nível crítico e apurado. “Para que o trabalho reflexivo não permaneça no plano do achismo, sem aprofundamento pedagógico, os referenciais teóricos são essenciais”, ratifica. Tamara Pina, da Escola Maple Bear, em Macaé, litoral do estado do Rio de Janeiro, não abremão de escrever sobre o que ocorre com sua turma de pré-escola e as reflexões que isso gera. “Narrar esses episódios evita que eu perca situações de aprendizagem para mim e para as crianças. Meus saberes como professora estão na relação coma turma”, conta. Os registros de Tamara são textos pessoais, escritos à mão num caderno. Para realizá-los, ela se baseia emfalas das crianças ou em algo que chamou a atenção dela em classe, procurando compreender o que os indícios revelam. “É como se eu estivesse pensando com o papel”, diz. “Como reverter o que não deu certo?” e “Que autores ou pesquisas falamsobre o que vivi em sala e podem me ajudar?” são alguns questionamentos feitos por ela durante a reflexão. Quando há parceria com colegas e gestores, o processo formativo se amplia, mas Tamara crê que o ato de escrever já contribui para seu aperfeiçoamento. “O registro faz com que o momento não fique para trás eoaprendizado se consolide”, afirma. A escuta sensível e o olhar para o que as crianças dizem e pensamtêmsidoo caminhopara melhorar sua prática e se fortalecer como professora. Por Richard Günter Fontes: Nova Escola | Escola Maple Bear | MEC

13 Revista Appai Educar Calendário Veja como abordar a temática em sala de aula e descubra como relacioná-la com a prática esportiva e os hábitos saudáveis DIA DO ATLETA 21 de dezembro foi a data escolhida para se comemorar o Dia do Atleta. A palavra, que vem do grego, significa uma pessoa que se dedica a esportes ou que tem capacidade física acima da média. Na Antiguidade, atleta era aquele que combatia nos jogos solenes da Grécia e de Roma. Atualmente, o termo se refere principalmente à pessoa que pratica atletismo ou que participa dos Jogos Olímpicos. Que tal aproveitar a data comemorativa e abordar a temática em sala de aula?

Revista Appai Educar 14 Trazendo o tema para a realidade do aluno A data foi decretada pelo ex-presidente Jânio Quadros, como forma de honrar os atletas brasileiros que com empenho e dedicação representam o país em competições e elevam a nossa bandeira no mundo. Para abordar o tema em sala de aula, o professor pode aprofundar esse momento da história e pedir para que os alunos pesquisem curiosidades ou fatos importantes relacionados ao Dia do Atleta. Além disso, o educador pode falar sobre os diferentes esportes, pedindo uma pesquisa em grupo, onde cada um pode ser responsável por apresentar as curiosidades de uma modalidade ou pesquisar sobre um atleta desse segmento. E por que não falar de esporte e reforçar a importância de ele estar alinhado com hábitos alimentares saudáveis? Na matéria Meu doce... virou legumes da Revista Appai Educar abordamos a importância da alimentação saudável nas escolas e trouxemos dicas de cardápios para quem não tem ideia do que comer na correria do dia a dia. Refeições saudáveis que podem ser levadas de casa, evitando que se gaste dinheiro na rua combesteiras ou comidas industrializadas.

15 Revista Appai Educar Projetos pedagógicos que deram certo! Está achando que as dicas acabaram? Que nada! Por aqui, na Revista Appai Educar, já compartilhamos inúmeros projetos ligados ao esporte. Por isso, hoje vamos relembrar algumas dessas iniciativas desenvolvidas por educadores de diversas regiões do Brasil, que trouxeram resultados muito positivos e podem inspirar você nas aulas do dia a dia, mesmo com o ensino híbrido. Confira essa seleção exclusiva! INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO E NO ESPORTE Em outubro lançamos o projeto Revista Appai Educar Convida. São 5 episódios que estão disponíveis no Portal do Associado. No segundo, abordamos a inclusão na educação e no esporte. Convidamos a professora de Educação Especial Patrícia Andrade e fizemos uma entrevista exclusiva com o pai do Manu, que conta sua história de superação e de como o esporte foi importante na vida do pai e do filho. Aponte a câmera do seu celular para o código ao lado e assista. DÁPARAAPRENDERFÍSICAASSISTINDOFUTEBOL? Tem professor garantindo que sim! A garotada consegue assimilar os princípios da física através de temas do cotidiano dos brasileiros. Como, por exemplo, uma das suas maiores paixões: o futebol. Quem explica isso é o educador Rafael Helerbrock, exemplificando as três leis de Newton aplicadas a partir desse esporte. Aponte a câmera do seu celular para o código ao lado e veja como deixar suas aulas ainda mais criativas. UMA AULA A CADA ESQUINA O Rio de Janeiro é ummuseu a céu aberto, e andar pelas ruas é passear pela história da cidade e conhecer construções que marcaram época. Esses cenários, que encantampela beleza arquitetônica, são ambientes perfeitos para ensinar e aprender sobre a trajetória da cidade de maneira criativa, transformando cada rua, monumentos e esquinas numa extensão das aulas dessa disciplina ensinada nas escolas. E foi nesse cenário que as irmãs Von Abel desfilaram toda a sua criatividade nos figurinos de época que encantaramaindamais as etapas do Circuito Rio Antigo nas provas de rua em que o benefício Caminhadas e Corridas da Appai esteve presente. Aponte a câmera do seu celular para o código ao lado e leia a matéria completa.

Revista Appai Educar 16 Para conhecer outros projetos ligados ao tema ou demais disciplinas, acesse a página da revista no site da Appai. E não esqueça de enviar o seu projeto para a nossa equipe através do e-mail redacao@appai.org.br. Vamos adorar conhecer seu trabalho e quem sabe divulgar nas próximas edições da revista. Incentivo da Appai Se você é associado da Appai, participe dos eventos e aulas dos benefícios Dança e Caminhadas e Corridas. Por lá, você temacesso a provas de rua, aulas de dança em diferentes modalidades, além de eventos exclusivos. Acesse o site da Appai e saiba mais! Por Jéssica Almeida Fotos: Banco de imagens

17 Revista Appai Educar Matéria de Capa – Guia Histórico Para você curtir esse momento de lazer, selecionamos diversas opções de passeios, que poucas pessoas conhecem, para você realizar em um único dia, mas com uma bagagem de conhecimento e alegria que não cabem na mala PRÓXIMO DEST SUAS FÉRIAS! ue o Rio de Janeiro é a uma cidade maravilhosa, a gente não cansa de ouvir. Abençoado pela beleza natural, a capital fluminense é um destino escolhido por visitantes do mundo todo que buscam sol, mar, samba e diversão. Mas engana-se, profundamente, quem pensa que o Rio é só isso. E mais, não só na Zona Sul (como por exemplo: Leblon, Ipanema, Lagoa, Urca e Copacabana) se vive a magia do turismo. Os bairros mais afastados do centro da cidade e a Região Metropolitanaestão recheados deatrações naturais eprojetadas pelohomem. E omelhor, com fácil acesso, amaioria de graça emuita diversão garantida. Como diria Içami Tiba: “Quem ama cuida!”. E uma das melhores formas de cuidar daquilo que nos cerca, sobretudo os nossos recursos naturais, é conhecê-los mais de perto. Sendo assim, a Revista Appai Educar traz uma edição especial do Guia Histórico especialmente para suas férias, cujo objetivo é mostrar a você, leitor, lugares encantadores por sua beleza natural e toda a plenitude da nossa diversidade, a fim de que essa aproximação lhe proporcione experiências incríveis, tanto no ponto de vista pessoal, como na sua vivência pedagógica em sala de aula com seus alunos. Borá lá! Q

Revista Appai Educar 18 TINO: Edição Especial Guia Histórico O que não dá para negar é que tem muito lugar bonito para passear e admirar na Zona Oeste do Rio, mais precisamente em Guaratiba. Com jeitinho de interior, mas dentro do perímetro urbano, um dos bairros mais distantes do centro do Rio é recheado de cultura e beleza natural. PRÓXIMO DESTINO: GUARATIBA Zona urbana com jeitinho de interior A região era considerada uma área rural, voltada principalmente para a pesca artesanal. O comércio, antigamente pouco desenvolvido, era formado por pequenos estabelecimentos direcionados ao consumo dos próprios moradores e alguns poucos restaurantes de frutos do mar, destinados ao turismo de fim de semana. Arquivo Pessoal - Camila Lima

19 Revista Appai Educar Com a crescente expansão imobiliária da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, o local foi ganhando pouco a pouco a presença dos novos moradores. Mas o boom que permitiu a acessibilidade da grande maioria se deu através da implementação do BRT com o corredor Transoeste, em meados de 2012. Hoje é um dos destinos mais cogitados entre os moradores e visitantes do Rio. A escolha se dá justamente pela calmaria que o local pode proporcionar, como as praias de Barra de Guaratiba, incluindo as trilhas da Pedra do Telégrafo e da Pedra da Tartaruga (aqui ainda é possível acampar). Há quem busque um pouco mais de aventura, então os visitantes se entregam à adrenalina com stand up paddle ou um passeio de bugre na imensa restinga da Marambaia. No campo histórico-cultural não podemos deixar de recomendar uma visita à charmosa Igreja de Nossa Senhora do Desterro, que é a terceira mais antiga da cidade. Construídaàbeira-mar, em 1628, teve sua fachada alterada ao ser revestida de azulejos no século XIX e, no século posterior, sofreu inúmeras vezes reformas, tendo sido tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938. No bairro ainda podem ser encontrados sítios históricos e arqueológicos e dois sambaquis (Embratel, com idade estimada em 2.260 anos, e Zé Espinho, com cerca de 1.180 anos).

Revista Appai Educar 20 “Em Guaratiba todo lugar tem uma história muito forte desde a colonização do Brasil.” A vista oferece um cenário paradisíaco e inspirador. É fácil se sentir cativado a repousar e contemplar toda a beleza com que a natureza nos presenteia em toda a vasta nuance de sua diversidade. O bairro conta também como Centro de Estudos, Pesquisas e Ações de Guartiba (Cepag), uma ONG sem fins lucrativos voltada à reflexão sobre temas contemporâneos. Seu objetivo é trazer desenvolvimento cultural, econômico, artístico, social e político para a região de Guaratiba. Carla Merencio, funcionária e colaboradora do Cepag, diz que em Guaratiba todo lugar tem uma história muito forte desde a colonização do Brasil, como em Ilha de Guaratiba. “Temos as bicas que representam o ciclo da política da água das décadas de 1940 e 50; os marcos que delimitavam a prefeitura do distrito federal; as ruínas dos castelos do Guaratiba Noah\Cred - Richard Gunter- Pedra da Tartaruga

21 Revista Appai Educar período escravocrata; os nomes dos logradouros que remetem à história da região [toponímia]; além da primeira estrada construída por concorrência pública em 1881 e das matas e cachoeiras no portal sul do maciço da Pedra Branca”, conta. Um dos locais que só de bater o olho você já sabe que se trata de Barra de Guaratiba é a ponte Eurico Gaspar Dutra que é a referência do bairro. “Como parte do polígono do tiro, ela foi construída para proteção da costa brasileira contra os nazistas na Segunda Guerramundial. No entorno há uma bela paisagem natural, como as praias desertas, a Pedra da Tartaruga e omanguezal”, explica. Carla tambémpontua os píeres de Pedra deGuaratibaeBrisaonde se recebemmuitos turistas. “Opôr do sol é o mais lindo do Rio de Janeiro, temos a Pedra da Pacadeondese temavisãodoespelhodomarde todaa Baía de Sepetiba. A APA (área de proteção ambiental) na Praia da Brisa, que é um lugar encantador, possui uma biodiversidade incrível, temumgrandeberçário, fauna e flora diversos, mas não é tão visitado por quem vem de fora”, acentuouacolaboradoradoCepag. O mangue de volta à vida Umdos projetos mais interessantes do bairro tem sido coordenado por Carla Merencio, do Cepag. Batizado como “Mangue Limpo”, a intenção da ação é reavivar a biodiversidade do local despoluído, principalmente os mangues, que tiveram uma forte presença de adversidades de ordem humana por conta da expansão urbana desenfreada.

Revista Appai Educar 22 “O objetivo é chamar a atenção do poder público e da população para a necessidade de preservação do local, que se estende entre a Pedra de Guaratiba e a Brisa. A extensão é imensa e como não é devidamente fiscalizada observamos desmatamento, atividades irregulares de pessoas que fazem o arrasto de mariscos, presença humana na área do grande berçário, objetos descartados que poluem, degradam e desestabilizam o nosso ecossistema”, esclarece Carla, acrescentando que o projeto não busca apoio de nenhum governo vigente, apenas participação voluntária dos moradores e interessados. Nos últimos meses de 2021, o Cepag participou ativamente do planejamento municipal orBatizado como “Mangue Limpo”, a intenção da ação é reavivar a biodiversidade do local despoluído

23 Revista Appai Educar çamentário de Guaratiba, que foi realizado com a participação popular levantando informações necessárias para poder listar o que de fato será preciso para reestruturar os locais públicos, Patrimôniomundial da Unesco, o Sítio de Roberto Burle Marx é um lugar único que reúne o mais completo registro da vida e obra de um dos maiores arquitetos e paisagistas do século XX. A atração localizada em Barra de Guaratiba está presente em peso nas redes sociais. Com poucos cliques pelas hashtags no instagram, encontramos a designer Camila Lima, que visitou recentemente o local e ficou encantada. “Desde minha infância ouço falar do espaço e há muito temcomo reparo dos píeres, pavimentação de ruas, melhoria de praças e logradouros públicos etc. “Além disso estamos planejando projetos de desenvolvimento social que incluem cursos profissionalizantes e oficinas para a população, além da nossa proposta de que ela participe ativamente aumentando assim a estima de ser guaratibano”, enaltece Carla Merencio. Sítio Roberto Burle Marx: o queridinho da vez po estava me programando para conhecer, mas só agora morando mais próximo consegui”, disse Carla. A antiga residência de Roberto Burle Marx abriga uma das mais significativas coleções de vegetais tropicais e subtropicais domundo. Este grande conjunto de plantas vivas adaptou-se perfeitamente à natureza habitual do sítio, composta por manguezal, restinga e Mata Atlântica. Moradora do Recreio, Camila viu a oportunidade de fazer um passeio diferente no final de semana, há poucos minutos de casa. “Eu esperava encontrar um lugar predominantemente verde, Oscar Liberal - Sitio Roberto Burle Marx - Imprensa 2 Oscar Liberal - Sitio Roberto Burle Marx - Imprensa 2

Revista Appai Educar 24 Agende sua visita acessando aqui com muitas plantas e árvores, e de repente alguns animais, mas foi muito além disso, porque o paisagismo e a arquitetura das casas no sítio são surpreendentes”, revelou a carioca. Indagada sobre as atividades realizadas no sítio durante a visitação, Camila é enfática. “O zelo que todos têm pelo espaço deixa intrínseco nosso papel em relação ao meio ambiente. O local é riquíssimo para fazer passeios escolares, pois traz mensagens muito importantes que devem ser repassadas às crianças. Quando eu era pequena fazia passeios escolares em jardins botânicos e sempre me marcou muito”, lembrou com tom alegre. Camila se recorda também que há outros projetos assinados pela essência Burle Marx, como a nova sede do Museu do Pontal na Barra da Tijuca e o Instituto Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho. Vale ressaltar que, recentemente, a reinauguração do Hotel Nacional, em São Conrado, também possui jardins assinados por Burle Marx. As visitas guiadas ao parque são acompanhadas por profissionais do sítio, que apresentam aos visitantes as espécies que o habitam e contam a história deste importante brasileiro. Além de um passeio pela parte botânica do espaço, os visitantes descobrem também a arquitetura, o atelier de pinturas e as coleções pessoais de plantas do arquiteto e paisagista. Há ainda o Museu Casa de Burle Max, que preserva mais de três mil peças, entre raros objetos de arte e artesanato reunidos ao longo de sua vida.

25 Revista Appai Educar Minivacas, patos, lhamas, cisne negro, mais de 20 espécies de galinhas, ganso, coelho, porquinho-da-índia, peixes, serpentes e até a maior pomba do mundo… Ali cabe muito bicho! São mais de 500 animais na Arca do Noah, um recanto ecológico de Guaratiba, que faz parte dos roteiros do benefício Passeio Cultural da Appai. Arca do Noah O espaço é perfeito para a contemplação da fauna e da flora, além de oferecer às crianças a observação da exuberância da natureza, da convivência com os bichos e o valor da biodiversidade. A iniciativa faz parte de um projeto de educação ambiental criado por pessoas que amam e respeitam os animais, a natureza e o meio ambiente. Veja mais sobre a Arca do Noah PRÓXIMO DESTINO: NITERÓI E SÃO GONÇALO Atrações naturais, culturais e arquitetônicas de Niterói S ituada a 13 km do Rio de Janeiro, Niterói encanta milhares de visitantes todos os anos. Além de oferecer uma linda vista da Cidade Maravilhosa, conta também com as mais belas praias e lugares turísticos para visitar. E quem passa ou mora por aqui não pode deixar de conhecer o Caminho Niemeyer. Com 11 km de extensão ao longo da orla da cidade, o conjunto arquitetônico e cultural foi projetado por Oscar Niemeyer, o arquiteto brasileiro mais consagrado no mundo. Superada apenas por Brasília, Niterói é a segunda cidade do mundo com a maior quantidade de obras suas. https://arcadonoah.com.br/

Revista Appai Educar 26 O complexo é composto por sete equipamentos urbanos e tem como objetivo promover a arte e a cultura aos moradores e visitantes da cidade. O primeiro deles é o Memorial Roberto Silveira, uma cúpula de concreto aparente que parece emergir do chão. O local abriga um vasto e importante acervo histórico fluminense, com pouco mais de 200 mil obras digitalizadas, um auditório para eventos e um painel do artista plástico Claudio Valério Teixeira. O Museu da Ciência e Criatividade também faz parte do Caminho Niemeyer. A construção é dividida em dois blocos e foi erguida sobre um espelho d’água. A cúpula tem o formato de caracol e a rampa principal dá acesso ao mezanino que é reservado para exposições. No interior do museu o eco é forte, Oscar Niemeyer gostava de brincar com os sons em suas obras. Já o segundo bloco temuma forma demeia-lua emistura vidro e concreto. Com capacidade para 460 pessoas, o Teatro Popular Oscar Niemeyer possui uma forma ondulada na cobertura, que, vista de cima, lembra o formato das ondas do mar. O local, que também faz parte do Caminho Niemeyer, possui uma inovação do arquiteto: em uma infraestrutura única de palco, camarins e recursos técnicos, há um palco reversível, que pode ser utilizado por uma plateia interna ou aberto para uma praça, abrigando espetáculos ao ar livre para até 10 mil pessoas. A fachada do prédio “É possível ver o Museu de Arte Contemporânea. O maior ponto turístico de Niterói, que parece um disco voador.” MAC - Niterói - Crédito da foto - Stefwithaf - Flickr

27 Revista Appai Educar exibe cerâmicas com desenhos de Niemeyer, que mostram formas femininas e fazem uma analogia às curvas do próprio teatro. O Caminho continua pela orla da Baía de Guanabara, passando pela Praça Juscelino Kubitschek. Nela, estão representados em estátua o arquiteto Oscar Niemeyer e o presidente Bossa Nova. Seguindo pela orla marítima, chega-se ao Centro Petrobras de Cinema. Em formato de um rolo de filme, o espaço conta com cinco salas de cinema, café, livraria, galeria de artes e costuma sediar muitos eventos do setor audiovisual que acontecem todos os anos em Niterói. Continuando o passeio pela orla, é possível ver o Museu de Arte Contemporânea. O maior ponto turístico de Niterói, que parece umdisco voador, mas na verdade é inspirado em uma flor. Uma grande e imponente rampa externa de concreto vermelho leva o visitante às entradas dos pavimentos superiores. No salão central de exposições, envolto por uma varanda circular envidraçada, o visitante pode admirar a paisagem panorâmica da Baía de Guanabara. Seguindo pela orla, se tem acesso a outra importante obra do arquiteto: a Estação Hidroviária de Charitas. Um dos destaques do edifício é o recuo da estação em relação à linha d'água e a construção de um píer sobre estacas onde atracam os catamarãs. O prédio possui 2 mil metros quadrados e 700 metros quadrados de vidro para compor o salão panorâmico de embarque de passageiros. A estação conta também com um restaurante com vista panorâmica em seu terraço. Caminho Niemeyer - Niterói - Crédito da foto - Gibro Walker - manipulada

Revista Appai Educar 28 Um pedaço verde em plena área urbana de Niterói Após conhecer e se encantar com as obras de Niemeyer, que tal curtir o dia cercado de natureza? Para isso, você tem a opção visitar o Campo de São Bento. Um local onde o visitante pode caminhar à vontade, curtindo os lagos com peixes, canteiros de flores, pistas de caminhadas e parquinhos. O espaço conta também com um pequeno parque de diversões e feiras de produtos orgânicos nos finais de semana. Outra opção de passeio ao ar livre é o Jardim Botânico de Niterói, também conhecido como Horto Botânico ou Horto do Fonseca. Com cerca de 8 mil metros quadrados, o espaço conta com pistas de patins, skate (considerada a terceira maior da América Latina), área para caminhada, playground para crianças, local de convivência, quiosques, banheiros, bicicletários, coreto, duas academias (uma delas para a terceira idade) e rotas de acessibilidade para portadores de deficiência. Um espaço perfeito para um piquenique ou caminhadas ao redor dos lagos artificiais. E quem curte uma vista de tirar o fôlego precisa conhecer o Parque da Cidade. Localizado no bairro de São Francisco, tem uma vista privilegiada para a Lagoa de Piratininga, Itaipu, São Francisco, Charitas, Baía de Guanabara e Cristo Redentor. No alto dos 270 metros, o visitante tem acesso ao pôr do sol mais incrível de Niterói e é um local muito procurado para quem gosta de voo livre. Além de poder aproveitar para tomar um café, açaí ou escolher um drink no bistrô que há por lá. O Campo de São Bento é um local onde o visitante pode caminhar à vontade, curtindo os lagos com peixes, canteiros de flores, pistas de caminhadas e parquinhos. Crédito da foto - Mario Howat

29 Revista Appai Educar História e cultura no mesmo lugar! Depois de passar o dia cercado de natureza, você pode conhecer outros pontos turísticos e históricos da cidade. Cenário de um dos filmes de Paulo Gustavo, a Ilha da Boa Viagem está localizada próxima ao MAC. Por lá, o visitante encontra a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, uma igrejinha construída no século XVII. O templo atraíamarinheiros e pescadores a Niterói em busca de bênçãos antes de suas viagens. Além da igreja, as ruínas de um antigo forte também podem ser vistas na ilha. O acesso se dá pelo Mirante da Boa Viagem e para entrar é preciso caminhar até a ponte que faz a ligação do continente com a ilha. No bairro vizinho, você pode visitar o Museu Janete Costa de Arte Popular. Sediado num casarão de 1892, o espaço está situado em dois sobrados, com fachadas tipicamente neoclássicas e tem como objetivo ampliar a divulgação da cultura popular brasileira. O museu recebe o nome de uma das maiores pesquisadoras e especialistas em arte popular brasileira, Janete Costa, que viveu parte de sua vida na cidade. Perto dali, você também pode conhecer o Solar do Jambeiro ou Palacete Bartholdy. Ele foi construído em 1872 e está localizado no bairro de São Domingos. Atualmente, funciona como um centro cultural, abrigando exposições de artes plásticas, seminários, cursos sobre preservação e restauração de bens culturais, exibições de peças de teatro e de música. A fachada principal e as laterais do espaço cultural são revestidas por azulejos portugueses, considerados como um dos mais importantes do século XIX no Brasil. Uma das coisas que mais chamam atenção dos visitantes é o tapete cor de rosa formado pelas flores dos jambeiros, além da beleza do local. Solar do Jambeiro - Niterói - Crédito da foto - Fabiano Caetano - Flickr

Revista Appai Educar 30 Pontos turísticos e históricos em São Gonçalo Depois de conhecer os pontos turísticos e históricos de Niterói, chegou a hora de descobrir o que tem de mais legal no segundo município mais populoso do estado e o 16º do país. Se você mora ou está visitando São Gonçalo, conheça algumas opções de cultura e lazer para toda a família! Desconhecida por boa parte dos moradores da região, a Ilha das Flores é um dos marcos históricos da imigração para o Brasil do século XIX. Lá funcionou a primeira hospedaria de imigrantes de todo o país. Nos últimos dois séculos, a ilha também abrigou um importante engenho de mandioca, foi espaço para uma pioneira experiência de criação intensiva de peixes, funcionou como presídio e depois como sede da Tropa de Reforço da Força de Fuzileiros da Esquadra do Corpo de Fuzileiros Navais, da Marinha do Brasil. Por lá, o visitante pode conhecer um pouco mais da sua história no Museu da Imigração. E por falar em história, São Gonçalo também abriga uma das propriedades coloniais mais importantes do Brasil, a Fazenda Columbandê. Sua história começou no século XVII quando foi comprada por Duarte Ramires de Leão, tornando a propriedade uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar da região. O casarão foi construído em estilo barroco e conta com 38 cômodos, incluindo quatro no subsolo, onde ficavam as senzalas que abrigavam os escravizados. Ali também se encontra a Capela de Monserrate, erguida originalmente para o batizado do filho de Leão, em 1618. Diante de toda a sua importância histórica, cultural e arquitetônica, a fazenda foi tombada pela União em 1939. Agora se você gosta de um cenário de lendas e ditos locais, precisa conhecer a Fazenda de Itaitindiba. Ela teve sua origem da sesmaria doada a um padre jesuíta em 1687. No terreno encontra-se a Capela de São José, construída foto - Site São Gonçalo Turismo

31 Revista Appai Educar por escravizados no fim do século XVII e reconhecida pelo Vaticano em 1780. Tanto a casa sede quanto a capela passaram por diversas reformas de conservação. Em escavações, foram encontradas máquinas do antigo engenho de farinha que havia no local e que hoje adornam a varanda da casa. Agora me diz: já imaginou conhecer o único relógio de sol vertical, com duas faces, do mundo? Ele está localizado em São Gonçalo e foi construído ao ar livre pelo historiador e escritor Décio Machado. O relógio foi inspirado em uma criação chinesa exposta há cinco mil anos e foi inaugurado em setembro de 1990, em homenagem ao centenário da emancipação do município. Arte e cultura através da dança E não para por aí. São infinitas as opções de lazer e cultura em Niterói e São Gonçalo. A dança, por exemplo, também se faz presente quando o assunto é arte. Na Appai, o benefício Dança disponibiliza turmas de charme, ritmos quentes, danças do ventre, cigana, de salão e sensuais femininas. São espaços em diversos bairros e municípios nas regiões Oeste, Norte, Centro, Baixada e em todo o Grande Rio. Acesse o nosso site e escolha o local mais próximo de você! Além de estimular a arte e a cultura, a dança traz uma série de benefícios para a saúde física e mental de quem pratica, como a melhora do sistema cardiovascular, o aumento do fluxo sanguíneo, favorece a respiração correta e também ajuda nas defesas do organismo. Sem contar que os movimentos aprendidos trazem uma série de vantagens para o cérebro. Decorar coreografias ou a simples sequência de passos e movimentos trabalha a memória. Algumas modalidades, como a dança de salão, são indicadas também para a melhoria da coordenação motora e para a concentração. Para os idosos, a prática é sugerida para preservar a função cognitiva. foto - Site São Gonçalo Turismo

Revista Appai Educar 32 PRÓXIMO DESTINO: MARICÁ Um bioma natural bem pertinho de você! O desbravar desse destino é o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset), localizado entre Niterói e Maricá, comquase 3.500 hectares, distribuídos em19 bairros dos quais quatro estão localizados emMaricá, no Recanto de Itaipuaçu, Morada das Águias, Itaocaia e Calaboca. Isso sem falar na abrangência marinha, com seus mais de 1.700 metros de avanço sobre o mar, que alvorece na ponta de Itaipuaçu e se esparrama até a Praia de Itacoatiara, na parte colada ao costão, incluindo três ilhas costeiras. Gruta - Parque Estadual da Serra da Tiririca - foto pagina facebook Peset

33 Revista Appai Educar De acordo como Instituto Estadual do Ambiente (Inea-RJ), em seu Resumo Executivo do Plano de Manejo Parque Estadual da Serra da Tiririca, cerca de 30,7%da extensão total do Peset encontra-se inserido no município, representando 2,35% da sua área total. Com sua sede administrativa localizada em Maricá, o parque tem nesse reduto o bairro de Itacoatiara, sendo o local demaior visitação. Lá, além do posto de recepção ao turista, destinado à orientação, ao monitoramento e ao controle da visitação, encontra-se também um setor destinado a ações de uso múltiplo, que vão desde explicações como, por exemplo, se tornar um voluntariado nas ações do parque a participar de exposições, mutirões e troca de saberes sobre a gestão da prática do montanhismo, por ser uma área cercada de relevos. Cerca de 30,7% da área total do Peset encontra-se em Maricá Atividades turísticas, esportivas e culturais Caminhando com a natureza A natureza viva embeleza o cenário - foto página facebook Peset Além da beleza cenográfica da região, o que não faltam são opções esportivas, de lazer e culturais nas áreas da Serra da Tiririca, cujo eixo principal centra-se na ressignificação da vida, do sentido de existência a partir daquilo que a natureza proporciona ao humano e aos seus visitantes. As tradicionais caminhadas do Peset, sejam as leves, moderadas ou desafiadoras, são uma atração à parte para crianças, jovens, adultos e a todos que curtem essa atividade e de quebra querem agregar conhecimento. Entre as muitas possibilidades disponibilizadas pelo parque, a histórica Trilha Estrada de Ferro Maricá – de aproximadamente 2 km de extensão – é uma caminhada considerada de nível baixo de dificuldade com um roteiro voltado, mais especificamente, para o lazer, a educação ambiental e a apreciação. Mirante de Itaipuaçu Crédito: Mirante de Itaipuaçu - Maricá - foto página facebook Peset

Revista Appai Educar 34 Mirante da Serrinha em Itaipuaçu Mas se você não é um adepto de caminhar a pé, ou por qualquer outro motivo, não precisa ficar triste, pois o parque oferece opções de locais adoráveis que podem ser visitados usando o carro, como é o caso do Mirante de Itaipuaçu, com sua vista esplendorosa da baixada litorânea de Maricá e de Itaipuaçu. O acesso por automóvel se torna ideal para famílias e pessoas com dificuldade de locomoção. A outra opção é a Estrada do Chibante com sua paisagem cercada por um vale densamente florestado no setor Darcy Ribeiro ou o Túnel Ferroviário remanescente de uma das mais importantes ferrovias da região. Mas tudo isso, sem esquecer dessa opção histórica que é a trilha percorrida por Charles Darwin, em 1832, conhecida hoje por Caminho Darwin. São aproximadamente 2 km de estrada em terreno praticamente plano, que corta o parque entre o Engenho do Mato (Niterói) e Itaocaia (Maricá). Crédito: https://www.marica.rj.gov.br/2019/08/09/mirante-da-serrinha-de-itaipuacu-vai-ter-area-de-convivencia/

35 Revista Appai Educar Uma aula a céu aberto em Maricá e seu entorno Foto: Manoel Moraes Jr. – Poço do Córrego dos Colibris - Câmera: Nikon D800E De volta ao parque, para professores, estudantes e apreciadores da história, vários roteiros fascinantes compartilham suas memórias que podem ser usadas como uma surpreendente sala de aula ao ar livre, entre eles a conhecida Trilha do Córrego dos Colibris, uma caminhada de nível leve, com 300 metros de extensão, que pode ter seu roteiro do ciclo das águas utilizado como conteúdo ambiental nas aulas de ciências, biologia e afins. Para que os registros acerca dos saberes e vislumbres do parque não fiquem somente no pensamento e nos cliques dos visitantes, uma equipe interdisciplinar do Peset realiza palestras, para grupos de alunos, com temas tão interessantes quanto diversificados, acerca da fauna, flora e história local, bem como dicas de conservação. Esse trabalho é realizado junto às escolas das redes públicas e particulares, inclusive nas datas comemorativas.

Revista Appai Educar 36 O mar mostra a sua beleza Seus mares abrem seus portais aos turistas, banhistas, velejadores, canoístas, surfistas, mergulhadores, biólogos e admiradores dos mais belos cenários das águas claras da região, a fim de que explorem ilhas, mirantes, picos, cavernas, enseadas e montanhas. Nesse oásis verde de picos e relevos, os mais aventureiros encontrarão nas formações rochosas locais, desde divertidos campos-escola até vias de extrema dificuldade técnica. Conheça mais sobre os principais atrativos da riqueza cultural e ambiental do Peset, eixo Maricá, durante o ano inteiro, desde que haja condições climáticas favoráveis. Acesse a listagem completa no site do Inea. Achou que acabou? Nada disso! Bem pertinho da praia do Leme, o Passeio Forte Duque de Caxias (Forte do Leme), oferecido pela Appai, é um dos roteiros que reúne beleza, história e encantamento. Por conta da pandemia, o local está temporariamente com a entrada gratuita, mas é sempre bom checar antes de ir, caso o associado não esteja indo pelo benefício Appai. Outro ponto imperdível é a Trilha do Alto Catumbi/Pedreira de Inoã, com seus 1.400 metros de extensão, indicada para caminhada de nível moderado de dificuldade, lazer, contemplação, educação ambiental e práticas esportivas. Nesse mesmo trajeto, encontra-se o Caminho do Parapente, muito percorrido por motociclistas e caminhantes nos seus mais de 2 mil km. A subida pela Estrada do Cassorotiba, também em Inoã, primeiro Distrito de Maricá, é cercada pela vegetação nativa e uma diversificada espécie de pássaros, que com seus cantos embalam a subida. Mas para aqueles que queiram levar suas famílias, a sugestão é ir de carro pela Rodovia Amaral Peixoto, RJ-106, sentido Região dos Lagos. No local do salto, o visitante além de contemplar a beleza do mirante, com vista para todo o litoral de Maricá, também tem a opção de almoçar, lanchar e passar a noite numa pequena pousada no local.

37 Revista Appai Educar Para quem curte aquele arzinho mais fresco, mais friozinho, o benefício Passeio Cultural lembra que Petrópolis e Teresópolis são excelentes opções de passeio, realizados em um único dia, tipo bate e volta, mas com uma bagagem de conhecimento e alegria que não cabe na mala. Outra dica que não pode ficar de fora é o “Passeio Forte de Copacabana”, umroteiro já conhecidodoassociadoAppai, eque tambémestá temporariamente coma entrada gratuita a todos nas terças-feiras. OBondinho do Pão de Açúcar com seu visual apaixonante também faz parte dos roteiros da Appai e bem ali pertinho, fica a dica, a famosa Mureta da Urca - paredão à beira-mar na Baía de Guanabara, famosa pelas vistas para o poente e a estátua do Cristo Redentor.

Revista Appai Educar 38 PRÓXIMO DESTINO: ZONAOESTE ENILÓPOLIS Parques ecológicos em plena área urbana T odo mundo já conhece os belos monumentos naturais que a cidade do Rio de Janeiro apresenta, trechos preservados de Mata Atlântica em meio a lugares altamente urbanizados. A maior parte deles está situada na Zona Sul da Cidade e já se consagrou como locais de alto apelo turístico. Mas pouca gente sabe que, mais distante do Centro ou das áreas nobres da cidade, a região metropolitana do Rio de Janeiro também possui seus reservatórios de beleza natural e de fauna e flora exuberantes, prontos pra deixar os amantes da natureza encantados. Um deles está situado na Zona Oeste da cidade, encravado em uma das áreas de maior densidade urbana da cidade. Estamos falando do Parque Municipal do Mendanha. Com uma área de mais de 1.400 hectares, a reserva fica entre os dois bairros mais populosos da Zona Oeste, Bangu e Campo Grande, e recebe entre mil e dois mil visitantes nos finais de semana de tempo bom. O parque se desenvolve em torno do maciço do Mendanha, uma formação natural da região, que já no século XVII abrigava muitos cafezais, de modo que ali, além das belezas naturais, há importantes vestígios históricos remanescentes das Gericinó - pt.m.wikipedia.org

39 Revista Appai Educar fazendas, como o prédio principal, já em ruínas, mas também traços de outras instalações, como a senzala e os locais onde ficavam os animais da criação. Mas sem dúvida o grande atrativo do parque é a exuberante natureza, com a mata em estágio de regeneração após ações para conter o desmatamento. Por isso, o local é habitado por várias espécies de pássaros, insetos e animais típicos da Mata Atlântica, como macacos, capivaras e répteis. A relativa proximidade com a área urbana da Zona Oeste, somada às belezas de tirar o fôlego do parque, têm levado um número cada vez maior de pessoas a buscar esse pequeno paraíso como opção de lazer, principalmente nos dias mais quentes, seduzidos pelas belas cachoeiras e piscinas naturais, além das trilhas e espaços criados para a diversão da garotada, como alguns playgrounds que estão espalhados pelo parque. É verdade que as pessoas que frequentam o parque têm feito algumas reclamações quanto ao estado de alguns equipamentos instalados no local, além da questão do transporte, que tem sido um grande problema para toda a Zona Oeste e também torna mais difícil o acesso a essa diversão em espaço natural. Foto: artrio.com

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