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Revista Appai Educar 12 “Narrar esses episódios evita que eu perca situações de aprendizagem para mim e para as crianças” – Tamara Pina Mas para que esse material seja uma ferramenta reflexiva é preciso debruçar-se sobre ele, estudá-lo e colocá-lo em discussão, quando possível. Depois, narrar esse processo emum texto. “A escrita organiza o pensamento e faz comque a reflexão não se perca”, diz Renata Cristina Oliveira Barrichelo Cunha, docente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). “Outro ponto importante é que para este processo não há um modelo definido”, é o que diz Mônica Matie Fujikawa, mestre em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo. “As redações devem fazer sentido para o educador e podem ter a forma que ele achar mais funcional”, completa. Trocar ideia teórica é fundamental Demodo geral, a condição de trabalho dos professores, compouco tempo para a educação continuada, tem sido um grande obstáculo para incorporar essa estratégia à rotina, assim como a ausência de interlocutores, diz Renata. “Não é em toda escola que o docente encontra colegas e gestores dispostos a compartilhar suas reflexões, a fimde ter subsídios paradiscutir o trabalho em sala. Então, ele acaba não vendo sentido nisso”. Para André Carrieri, fotógrafo e mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), há escolas que costumam tirar fotos dos alunos, mas apenas usam isso como arquivo ou para divulgação do que é realizado emsala, semaprofundar a compreensão a um nível crítico e apurado. “Para que o trabalho reflexivo não permaneça no plano do achismo, sem aprofundamento pedagógico, os referenciais teóricos são essenciais”, ratifica. Tamara Pina, da Escola Maple Bear, em Macaé, litoral do estado do Rio de Janeiro, não abremão de escrever sobre o que ocorre com sua turma de pré-escola e as reflexões que isso gera. “Narrar esses episódios evita que eu perca situações de aprendizagem para mim e para as crianças. Meus saberes como professora estão na relação coma turma”, conta. Os registros de Tamara são textos pessoais, escritos à mão num caderno. Para realizá-los, ela se baseia emfalas das crianças ou em algo que chamou a atenção dela em classe, procurando compreender o que os indícios revelam. “É como se eu estivesse pensando com o papel”, diz. “Como reverter o que não deu certo?” e “Que autores ou pesquisas falamsobre o que vivi em sala e podem me ajudar?” são alguns questionamentos feitos por ela durante a reflexão. Quando há parceria com colegas e gestores, o processo formativo se amplia, mas Tamara crê que o ato de escrever já contribui para seu aperfeiçoamento. “O registro faz com que o momento não fique para trás eoaprendizado se consolide”, afirma. A escuta sensível e o olhar para o que as crianças dizem e pensamtêmsidoo caminhopara melhorar sua prática e se fortalecer como professora. Por Richard Günter Fontes: Nova Escola | Escola Maple Bear | MEC

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