Adobe Photoshop PDF

Revista Appai Educar 54 O Vários são os fatores que contribuem para que os impactos da pobreza menstrual sigam em alto fluxo na sociedade. Mas um deles, o tabu criado e alimentado há milênios acerca desse ciclo natural reprodutivo feminino, faz com que uma entre quatro jovens não se sinta à vontade para sequer dialogar sobre o assunto. Com o objetivo de trazer à luz um tema tão presente no cotidiano feminino e, sobretudo, expandir o conhecimento a respeito do que é pobreza menstrual, Maryana Gonçalves Eiras, professora de Biologia do Colégio Fecap, em São Paulo, idealizou entre as suas turmas do Ensino Médio, principalmente com os estudantes do 2º ano, o projeto Fluxo da Empatia. Desmistificar tabus e gerar empatia na comunidade escolar Uma recente pesquisa apontou que, no Brasil, 25% das meninas faltaram às aulas por não ter acesso a absorventes. Num primeiro momento, essa afirmativa parece estar muito longe, essencialmente, da realidade urbana. Mas quando, em uma conversa em sala de aula sobre medicamentos, o remédio “para aliviar a cólica” gerou algumas risadinhas, sobretudo entre os meninos, imediatamente a professora perguntou: Meninos, vocês sabem o que realmente é a cólica? A resposta foi: “Ah, prô uma dorzinha lá…”. A partir daquela resposta o assunto entrou na pauta da turma, explica Maryana. “Com todo o respeito e curiosidade trouxemos este assunto para a aula, com alunos e alunas se mobilizando e aprendendo, trocando informações e experiências. Então propus algo fora do padrão, fora da sala de aula, uma campanha para melhorar o conhecimento, criar conteúdo e ajudar outras mulheres”, relata Maryana, relembrando que a aceitação foi geral, sobretudo da coordenação, que prontamente apoiou o desafio.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTA5NTc=