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Revista Appai Educar

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Pais e professores precisam

aceitar e organizar rotinas

diversificadas para que

sejam respeitadas as

diferenças e todos possam

efetivamente aprender

isolados, crianças e adolescentes contemporâneos correm o

risco de saírem das férias mais estressados do que quando

estavam no período letivo.

Relax total também pode trazer problemas no retorno es-

colar. Por isso, durante as férias, a família deve reservar uma

hora do dia para leituras, atividades de concentração, jogos de

tabuleiro e atividades em grupo. Já nos dias mais próximos da

chegada do início ou reinício do ano letivo, torna-se essencial

organizar a rotina para que o corpo se acostume com os novos

horários e necessidades. Entretanto, estabelecer o momento

de dormir, das refeições e a organização do espaço de estudo

são atividades fundamentais para que tudo ocorra de maneira

menos conflituosa. Existem escolas que propõem atividades

de reforço

on-line

e também grupos de estudos semanais,

como rodas de leitura, exibição de filmes com debates, ciclo

de palestras, que podem ajudar na reestruturação da rotina

que antecede o retorno ao ano letivo.

Ritmos diferentes estão presentes até entre irmãos.

Ninguém é igual a ninguém. Por isso, pais e professores

precisam aceitar e organizar rotinas diversificadas para

que sejam respeitadas as diferenças e todos possam efe-

tivamente aprender. Mas, na escola, no ensino formal, no

fazer docente cotidiano, isso fica mais evidenciado, pois

nem sempre aquilo que é ensinado é apreendido por todos

da mesma forma. Trabalhar focado nas teorias da aprendi-

zagem pode ajudar a entender melhor essas necessidades

e alavancar soluções viáveis para as questões.

A Teoria de Vygotsky fala sobre a Zona de Desenvol-

vimento Proximal e o papel do mediador, o “par mais for-

te” neste contexto. Desta forma, para que o aluno possa

transpor tais obstáculos, por vezes invisíveis, mas reais, o

professor deverá ficar atento às potencialidades e necessi-

dades discentes, buscando atividades variadas que possam,

ao longo do ano letivo, favorecer a superação dos desafios.

Assim, oferecer momentos para tarefas diversificadas é

importante e deve ser considerado uma estratégia eficaz.

“Trabalhos em grupos ou em duplas ajudam a quebrar a

rotina e fortalecem a necessidade de interação entre os

pares. Variar a arrumação das carteiras escolares é uma

atitude simples, que também traz benefícios. Atividades

em laboratórios são fundamentais para criar um clima de

ensino e pesquisa, que privilegiam os diferentes ritmos.

Visitas técnicas, palestras com profissionais de variadas

áreas, exibição de filmes, gincanas, exposições de trabalhos,

criação de feiras de ciências, festivais de poesia e música

podem amenizar a rotina, possibilitando diferentes formas

de aprendizagem”, ratifica Tinoco.

Embora a família seja uma instituição social milenar,

percebê-la como integrante do processo de aprendizagem es-

colar de crianças e jovens é um fenômeno novo, que demanda

aceitação, diálogo e muito estudo. Por um lado, as escolas

fantasiam com tipos de famílias que não existem, pelo menos

não no contexto social contemporâneo. Isso faz com que dei-

xem de fora a maioria das pessoas que podem contribuir com

o processo de aprendizagem dos alunos, durante o período

escolar. Por outro lado, os pais, por vezes sobrecarregados com

a rotina dura pela sobrevivência, se acomodam e se omitem

na tarefa de educar ao lado da escola. Eles podem ajudar