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Revista Appai Educar
Uma das dúvidas mais frequentes é: por que alguns
jovens de 15 a 17 anos também fazem EJA? Jaqueline Luzia
esclarece. “Por lei, os adolescentes nessa faixa etária têm
direito a estar na Educação de Jovens e Adultos cursando o
Ensino Fundamental (Diretrizes Operacionais da EJA – Re-
solução CNE/CEB 03/2010), da mesma forma que também
podem cursar no sistema regular, pois não há nada que os
obrigue a ir para o EJA ao completarem 15 anos. O que tem
sido recomendado pelos sistemas de ensino é que os casos
de alunos menores de 18 anos na EJA sejam a exceção e
não a regra. Por isso, pais e diretores precisam analisar
cada caso e avaliar se realmente há necessidade de que o
adolescente seja matriculado, pois ela é vista por muitos
como uma espécie de aligeiramento dos estudos ou como
correção de fluxo e não a partir das características próprias
da modalidade”, enfatiza.
O educador que deseja trabalhar com EJA necessita
considerar as diferenças etárias e culturais do corpo dis-
cente, sem que isso implique a redução dos seus direitos,
garantindo uma aprendizagem eficaz para a permanência
na escola e continuidade dos estudos. É importante também
que os educadores se questionem sobre o que seus alunos
precisam aprender, quais objetivos os trazem para a escola,
que contribuições ela pode lhes dar. Da mesma forma, torna-
-se imprescindível o respeito ao saber dos educandos. Cabe
ao professor o papel de compreender sua realidade e prin-
cipalmente reconhecê-los em seu saber, fazendo com que
o ambiente escolar reflita a complexidade das experiências
vividas pelos jovens e adultos, facilitando sua aprendizagem.
Jaqueline acrescenta ainda que é preciso pensar no plane-
jamento sistemático das aulas, que considere a diversidade
da condição do aluno de EJA, atendendo às dimensões do
desenvolvimento, acompanhando e facilitando um projeto
de vida.
Além disso, é necessário um engajamento no trabalho,
com fóruns, encontros, discussões, para atualização, parti-
cipação efetiva e compromisso com a educação. “Realizar o
diagnóstico da turma e observar o dia a dia da sala de aula
podem auxiliar na adaptação, criação e alteração do que
acontece nas classes de modo a satisfazer as necessidades