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Revista Appai Educar

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da graduação, o profissional receba formação em teorias

pedagógicas sobre a juventude e a vida adulta, a fim de

conhecer e perceber o seu aluno como sujeito de direitos,

respeitando seus saberes e sua realidade”.

Ressalta-se ainda que na formação é necessária uma

constante reflexão sobre a prática, proporcionada pelo

estágio supervisionado. Este não deve ser suprimido na

formação inicial, pois é um espaço privilegiado de troca

entre aqueles que ensinam e os que aprendem. É um local

de formação, construção e criação. Na EJA é também onde

se pode entrar em contato com uma modalidade diferen-

ciada e, portanto, permeada de significados distintos. É a

partir do estágio supervisionado que a própria Educação de

Jovens e Adultos pode ser repensada.

Uma formação permanente possibilita novas reflexões

sobre a prática, garantindo que os educadores transformem

não só o seu discurso, mas também o seu fazer. “A pesqui-

sa na área da EJA tem se expandido ao longo dos últimos

anos. Temos visto muitas dissertações e teses que estudam,

analisam, questionam e interpelam a EJA, ampliando o olhar

sobre a área e aprimorando a prática”, finaliza Jaqueline.

Colaboração: Richard Günter

de aprendizagem dos alunos. Também é bom esclarecer

aos estudantes sobre o caminho pedagógico adotado pelo

professor e, algumas vezes, discutir suas escolhas para que

eles possam compreender por que atua de determinada

maneira e não de outra, por exemplo. Uma relação pautada

no diálogo permite que os alunos se abram, demonstrando

suas dificuldades e desenvolvendo sua capacidade de se

autoavaliar. Nessa relação dialógica, é possível conhecer

cada estudante, suas habilidades, dificuldades e vivências,

estabelecendo com eles uma relação afetiva, que dissipe

o temor de errar ou de não saber, e permita mudanças na

prática de acordo com as necessidades dos alunos. Acredito

que sem essa relação dificilmente haverá aprendizagem”,

ratifica.

Quando se trata de resultados, pode-se dizer que ine-

gavelmente a Educação de Jovens e Adultos trouxe um

impacto positivo para o mundo acadêmico, principalmente

na formação dos professores. Hoje tem-se aberto mais

espaço à discussão sobre a EJA nos cursos de graduação e

pós-graduação, além da formação via cursos de extensão e

ampliação de estudos e pesquisas sobre a área. “A formação

de professores precisa se debruçar sobre diversos aspectos.

Entre eles o aprofundamento de conceitos educacionais,

sem visão superficial dos conteúdos. Muitas vezes não há

um mergulho nas questões pedagógicas fundamentais, que

muitas vezes são trabalhadas de maneira rápida e insufi-

ciente”, explica Jaqueline. Outra discussão importante é o

estímulo à visão crítica e curiosa. É necessário que a forma-

ção docente garanta a construção de ferramentas eficazes

para que o professor continue pesquisando e aprendendo

durante a ação docente.

Jaqueline ainda pondera: “com relação à

formação de professores para atuarem nesse

segmento, é imprescindível que conheçam a

história da EJA, seus fundamentos teóricos

e legais e os sujeitos atendidos por ela.

É necessário que o educador, ainda na

formação inicial, tome consciência da

situação atual dessa modalidade,

como política pública e dever do

Estado. E que, no momento