Trabalhando há vários anos no mercado editorial didático do país, em contato estreito com a área da Educação, é natural que os dois editores entrevistados tenham opinião formada acerca do atual momento brasileiro. Geraldo, da Editora Moderna, acredita que, mesmo em meio a uma crise recessiva, a Educação vive um período de importantes mudanças: "A sociedade está exigindo uma Educação voltada para a formação da cidadania", diz ele, para quem a democratização do ensino é fato recente no Brasil. "Mas estamos trabalhando para cumprir nossa missão", finaliza.

Para Guizzo, falta tudo na política nacional de Educação. Segundo ele, algumas tarefas básicas deveriam receber prioridade governamental: a garantia de escolas e livros para todos, a capacitação dos professores e a garantia de salários justos para estes profissionais e da alimentação para os alunos da rede pública. "Uma vez que este trabalho básico seja completado, será possível pensar em reformas de currículo e novas metodologias, preocupações que surgirão naturalmente", diz ele. Guizzo finaliza citando o economista Eduardo Gianetti que, referindo-se à condição em que vive a maioria da população brasileira, foi taxativo: "A situação que vemos hoje é tão vergonhosa quanto a escravidão, no século passado".

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