| O Livro Didático
é Descartável?
Os saudosistas dizem que, "antigamente, os livros duravam mais, ao passo que, hoje em dia, eles mudam todo ano". Por outro lado, há os inquietos, que dizem que "o livro didático não consegue acompanhar as mudanças geopolíticas do mundo nem a renovação dos processos educacionais". Os editores se defendem. João Guizzo não aceita a expressão pejorativa 'livro descartável'. Para ele, o livro didático de décadas atrás estava inserido em outra realidade pedagógica e, por isto, tinha outra conformação: capa dura, material mais durável e, conseqüentemente, custo mais alto. "Atualmente, o processo educacional é mais dinâmico", diz ele, "e uma grande mudança neste sentido é o fato de o aluno poder intervir, escrever no próprio livro". Assim, segundo o editor da Ática, o estudo torna-se mais criativo e interessante para o aluno, além de facilitar enormemente o trabalho do professor. Os livros de alfabetização
e os adotados na primeira série são renovados todos os anos na rede pública,
porque os alunos estudam escrevendo no próprio livro. A partir da segunda
série, o livro é usado por três anos, passando de aluno para aluno, e
depois é reposto. Geraldo rebate as críticas quanto à atualização dos
livros afirmando que um livro didático não é somente conjuntural. Por
isto, a informação deve ser um pouco mais duradoura. "Não podemos fazer
atualizações anuais, porque dificilmente temos obras que se paguem em
menos de dois anos", completa. Replicando aos que dizem
que as editoras atualizam desnecessariamente suas obras, o diretor-editorial
da Moderna afirma que apenas erros ou mudanças geopolíticas importantes
são alvos destas atualizações, e que elas são feitas rapidamente. Ele
acrescenta que a editora procura até mesmo atenuar possíveis desatualizações
através de informações diretamente enviadas ao professor, por meio de
CD-Roms, Internet ou via cabo. Guizzo lembra, ainda, que os processos
tecnológicos e industriais de hoje tornam possível a atualização necessária
ao ensino, sem muito custo adicional. "A unificação da Alemanha foi incorporada
em nossos livros no mesmo ano em que aconteceu", diz ele.
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