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Revista Appai Educar

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Evitando a síndrome

Como o Burnout advém do estresse crônico

no trabalho, o ideal é partir para a criação

de estratégias de prevenção específicas.

Os empregadores têm que promover um

ambiente físico e organizacional adequados,

desenvolvendo ações de qualidade de vida,

estreitando as relações com os profissionais,

escutando suas sugestões, tentando agir de

forma a gerar um sentimento contínuo de

autoeficácia e valorização. “Sabemos que

esta síndrome vitimiza aqueles dedicados e

muito envolvidos com o seu ofício, investindo

toda a sua energia neste setor. O fato é que

essa atitude pode ser muito louvável, por

um lado, porém limita e pode gerar muitas

frustrações. Por isso o ideal é que o sujeito

tenha outras fontes prazerosas além do tra-

balho, como dançar, desenhar, etc. Podemos

também acrescentar medidas associadas a

estratégias que capacitem o professor a lidar

com o estresse em sala de aula, através, por

exemplo, de cursos de capacitação para lidar

com o

bullying

na escola. Tanto o apoio dos

colegas, quanto institucional são bem-vindos.

A escola pode minimizar problemas estruturais

e a troca de vivências e de questões comuns

entre os colegas, favorecendo a criação de

novas expectativas e de possíveis maneiras de lidar com seus

desafios cotidianos, frustrações e os ideais inalcançáveis”,

sugere Gisele.

O Benefício Educação Continuada da Appai também ofere-

ce um curso de ensino a distância com o tema “Síndrome de

Burnout: Adoecimento docente”. Para conhecer esse e outros

cursos de formação do professor, acesse o Portal do Associado.

Gisele Cristine Tenório de Machado Levy

é

doutora em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH

– Uerj), Mestre em Educação (Proped – Uerj), Psicóloga e

Bióloga.

Site

:

www.vivasemstress.blogspot.com

/

E-mail

:

giseletlevy@hotmail.com

Lucia Novaes

é doutora em Ciências na área do estresse

pela Uerj, tem Pós-doutorado em Psicologia também na área

do estresse e mestrado em Psicologia Clínica, ambos pela

PUC-Campinas. Professora da Graduação e do Programa de

Pós-Graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

da psicoterapia. “É importante ressaltar a necessidade de

uma boa alimentação, a prática de exercícios físicos, dormir

o suficiente, cultivar

hobbies

,

enfim, tudo que promova

bem-estar e, o mais importante, eleve a autoestima deste

profissional. Lucia acredita ainda que algumas estratégias

podem ser úteis para prevenir a síndrome. Ela sugere que

o profissional crie um grupo de apoio com seus colegas

para discutir temas relacionados ao trabalho, de modo a

buscar na coletividade o apoio social, através do compar-

tilhamento de ideias e frustrações.

Além disso é interessante que o profissional lembre-

-se de por que escolheu a sua profissão e da importância

de sua atividade para a sociedade, de modo a buscar o

sentido do trabalho e reestruturar crenças negativas que

foram surgindo a partir das frustrações. Recomenda-se

também focalizar nos aspectos positivos da sua situação

laboral, buscar uma melhor organização do tempo e es-

tabelecer prioridades, assim como procurar um aumento

do senso de competência por meio da observação dos

resultados positivos que tem obtido no trabalho.