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Revista Appai Educar
Primeiros indícios da
doença
A síndrome, em geral, se dá a partir de
uma percepção de que as metas e objetivos
da pessoa não poderão ser atingidos em fun-
ção de obstáculos, como pressão excessiva,
prazos irreais, condições de trabalho inade-
quadas, autoritarismo, assédio moral, falta
de reconhecimento, dentre outros. A pessoa
começa a perceber que suas aspirações e
ideais não são realistas, passa a experimentar
frustração, não se sente recompensado, tra-
balha mais ainda em busca de realização mas
fica cansado e desiludido, o que acaba gerando
um questionamento sobre sua competência.
A partir daí ele começa a ficar estagnado e
frustrado, ou seja, em “quase
burnout”
. Todo
o entusiasmo que a pessoa sentia no início vai
se transformando em fadiga crônica, dando
lugar a situações como irritabilidade, fuga dos
contatos, atrasos e faltas. A seguir, a pessoa
pode entrar em apatia e “
burnout
total”.
“Nesse momento o profissional já experimenta
desespero, sua autoestima está corroída, ele
pode ficar deprimido e sem sentido profissional
e até de vida. Surge aí o desejo de abandono
do trabalho”, explica Lucia.
Professores: uma das carreiras mais
afetadas
Segundo Gisele, os professores fazem parte de uma
categoria profissional que exerce uma função assistencial,
fator crucial para o desenvolvimento da síndrome. Este
profissional atua em tempo integral junto a pessoas, cuidan-
do e estabelecendo vínculos de afeto com o seu trabalho,
colegas, alunos e familiares. Tudo isso gera uma tensão
emocional constante e, na medida em que essa relação
não se estabelece de forma gratificante, seja por questões
institucionais, políticas, violência em sala de aula ou outros
fatores, o professor se desgasta ao extremo, acabando por
não mais resistir e entrar no processo de Burnout. “Parece
que o envolvimento afetivo é um importante fator no de-
senvolvimento da síndrome. A dificuldade de lidar com o
sofrimento do outro pode levar o profissional a um distan-
ciamento emocional como uma defesa para se proteger do
próprio sofrimento. A necessidade de estabelecimento de
um vínculo afetivo e a incapacidade de efetivá-lo pode gerar
tensão nos profissionais envolvidos em cuidar do outro”,
completa Lucia.
Quando suspeitar da doença…
Procure ajuda de um especialista, podendo ser um psicó-
logo e/ou psiquiatra. Lucia ressalta que, em alguns casos, a
pessoa consegue identificar o que está acontecendo e pode
implementar algumas mudanças na área profissional, de modo
a prevenir o agravamento do quadro e até revertê-lo. “Para
isso é necessário que a pessoa faça uma reflexão sobre como
está lidando com o trabalho e com as demais áreas de sua vida.
Verificar se pode mudar algo externamente e internamente
para evitar o avanço para fases mais agudas e prejudiciais.
Caso isso não resolva ou amenize o problema, a pessoa deve
procurar imediatamente um especialista”, recomenda.
Tratamento
Gisele explica que normalmente o tratamento da síndro-
me é realizado através da combinação de medicamentos e