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Revista Appai Educar

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nuvens empurradas pelos ventos e que se precipitam em

forma de chuva até caírem novamente no solo e encontran-

do outras águas. “Assim começa tudo de novo”, afiançou

a menina sob o olhar cúmplice de suas professoras Valéria

Assis e Gesana Barcelos, orgulhosas das apresentações

realizadas pelas crianças, que afirmaram que os textos dos

cartazes foram produzidos por eles mesmos. Eles entende-

ram e descreveram o processo do ecossistema com suas

próprias palavras.

De acordo com a diretora-geral Milena Rodriguez Maia,

a 3ª Mostra de Ciências foi contemplada com recursos do

projeto

Instituinte

, organizado pela Fundação Municipal de

Educação, criado com o objetivo de fazer com que todas as

escolas do município focalizassem os temas mais diferentes,

com exposições e apresentações realizadas pela comunidade

escolar. A coesão do grupo foi fundamental para que o pro-

cesso fosse desencadeado e conseguissem alcançar as metas

planejadas. Na ocasião, a docente de Biologia Patrícia Soares

abraçou o projeto pedagógico trabalhando com os demais

professores de forma que cada um pudesse encontrar seus

próprios caminhos e explorasse suas potencialidades.

Patrícia afirmou que a escola já vinha trabalhando as

culturas negras a partir da Lei 10.639/2003. E, com o pro-

jeto da feira, puderam propor abordagens sobre as culturas

e história indígenas conforme preconiza a Lei 11.645/2008,

que, nos moldes da lei anterior, alterou o artigo 26 A da Lei

de Diretrizes e Bases incluindo este tema no currículo escolar.

Numa perspectiva geral, das 11 turmas de Educação

Infantil até o 5º ano, o primeiro ciclo trabalhou os estados

físicos da água e contou com o auxílio do vaporizador (por

sinal um sucesso entre os alunos, segundo a professora Maria

das Graças, do 1º ano), enquanto o segundo ciclo se debruçou

sobre o surgimento do dia e da noite e o terceiro tratou do

terrário, observando a germinação. Na metodologia, conta-

ram com contação de histórias das variadas nações indígenas

brasileiras, vídeos, tecnologia de informação, palestra com

a mestre e professora Sandra Benites, da nação Guarani,

que, entre vários temas, tratou da associação entre o saber

indígena e o uso das plantas medicinais e da fitoterapia.

Cada professora, em sua disciplina, desenvolveu suas

discussões a partir do tema gerador, recebendo apoio de

Patrícia com relação ao material que poderiam utilizar. Este,

na realidade, seria o papel da coordenadora pedagógica

Paula Campos, que esteve afastada por licença maternida-

de, mas ajudava no que podia, mesmo a distância. Em seu

retorno à unidade escolar, abraçou o projeto integrando-se

completamente ao processo.

Paula conta que um dos temores do grupo era com relação

à

logística que chegaram a montar, pois esta versão da feira

teve como especificidade ser realizada fora do ambiente da sala,

ou seja, no pátio da escola. Todas as turmas do mesmo turno

estariam interagindo aomesmo tempo, semque os professores

pudessem ter o controle sobre eles. Uma prova de fogo para

as crianças e para toda a equipe pedagógica e de apoio.

As experiências

realizadas pelos

alunos transmitiram

todo o conteúdo do

estudo praticado

em sala de aula. A

integração do grupo

fez com que o projeto

se tornasse um

sucesso na escola