Revista Appai Educar
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Síndrome de Burnout
A psicóloga e doutora em Ciências na área
do estresse Lucia Novaes explica que a síndrome se
refere a um quadro decorrente de um desgaste crônico
na área ocupacional, mas que afeta as diversas áreas da
vida da pessoa. Inclui comportamentos negativos direcio-
nados aos clientes, à organização e ao trabalho e envolve
sentimentos de insatisfação, decepção, falta de realização,
distanciamento emocional, impotência e apatia. Tais senti-
mentos e atitudes trazem dificuldades para o dia a dia do
trabalhador assim como para a organização. Gisele Levy,
psicóloga e doutora em Políticas Públicas, completa afir-
mando que o sujeito acometido por ela é consumido pela
exaustão física e emocional. “Por mais incrível que pareça,
esta síndrome opera como um mecanismo de defesa do
organismo, pois quando todos os recursos, tanto fisiológicos
quanto cognitivos, não são mais eficazes para enfrentar o
estresse crônico, o Burnout entra em ação, impondo, de
forma lenta e gradual, um padrão de comportamento, ca-
racterizado por atitudes frias e cada vez mais indiferentes
por parte do sujeito frente a sua rotina de trabalho, mais
tarde se estendendo a todos os aspectos relacionados a sua
vida”, explica Gisele.
Principais sintomas
Gisele Levy relata que a síndrome pode ser evidenciada
a partir de um conjunto de sinais físicos, de conduta e psi-
cológicos. Os sintomas físicos são similares aos do estresse
ocupacional, caracterizando-se por fadiga, sensação de
exaustão (cansaço crônico), indiferença ou frieza, impressão
de baixo rendimento profissional, frequentes dores de cabeça,
distúrbios gastrintestinais, alterações do sono (insônia) e di-
ficuldades respiratórias. Os sintomas de conduta se revelam
sob a forma de graves alterações no comportamento que,
usualmente, afetam os colegas, alunos, clientes e inclusive
os próprios familiares. Já os sintomas psicológicos ficam evi-
dentes através de mudanças de comportamento, tais como:
trabalhar de forma mais intensa, sensação de impotência
diante de situações da rotina, irritabilidade, falta de atenção,
aumento do absenteísmo, sentimento de responsabilidade
exagerado, atitude negativa, rigidez, baixo nível de entusias-
mo, consumo de álcool e drogas como forma de minimizar
os efeitos do cansaço e do esgotamento.