

Revista Appai Educar
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E. M. Prof.ª Marisa Vargas Menezes
Estrada de Jacarepaguá, 5.011
Rio das Pedras – Rio de Janeiro/RJ
CEP: 22753-045
Tel.: (2
1) 3415-5026:
emmarisavargas@rioeduca.net
Diretora: Walquina Seda Mascarenhas
Coordenadora do projeto: Aurea Sakamoto Pais
Fotos cedidas pela escola
corpo onde o toque é válido. Cada luta dura três períodos de
três minutos ou até que um atleta toque 15 vezes o oponente.
Quando a disputa é por equipe, dois trios competem durante
nove períodos de três minutos.
A aula coordenada pela professora de Educação Física
Aurea Sakamoto Pais foi fragmentada em três partes, tendo
em média 1h40m de conteúdo por dia. Na primeira, foi apre-
sentado um vídeo explicativo sobre os elementos da esgrima,
suas categorias e algumas regras. A partir deste conhecimento
prévio, atividades de equilíbrio, agilidade, tomada de decisão
e concentração foram trabalhadas na quadra. Na segunda,
os alunos confeccionaram espadas com jornais e fitas adesi-
vas, auxiliando seus colegas que não estavam conseguindo
produzir de forma satisfatória. Os elementos técnicos do
esporte desenvolvidos nesta aula foram: a postura básica
(Guarda), os deslocamentos para frente e para trás (Marchar
e Romper) e um movimento de ataque (Afundo). Para este
último, as espadas confeccionadas foram usadas, assim como
alvos previamente construídos pela educadora. Já na etapa
final, habilidades desenvolvidas foram colocadas à prova em
combates que, além da técnica adquirida, exigiram iniciativa
e, podemos dizer, coragem dos alunos.
Cada combate aconteceu entre dois participantes vestindo
coletes de papelão revestidos de fita adesiva e amarrados ao
corpo, óculos de proteção, suas espadas e guache de 2 cores
que representavam as equipes. Antes de iniciar a competição,
cada um molhava a ponta de sua espada no guache de sua
cor e, a cada marca feita no colete do adversário, um ponto
era marcado para o time que acertou a pontaria. Cada dupla
teve 40 segundos para pontuar a sua equipe.
As lutas trazem consigo variadas formas de conhecimen-
to da cultura humana que foram historicamente produzidas
pela sociedade, repletas de simbologias e valores culturais.
Ensinar esse conteúdo nas aulas é importante para os alunos
conhecerem e aprenderem as diferentes culturas, princípios
existentes em algumas modalidades. Entende-se que a luta
é uma manifestação de cultura de movimento que não pode
ser negada, e seu ensino na escola não exige que o docente
seja treinador ou professor de artes marciais, já que não se
pretende formar um atleta/lutador, mas sim que os alunos
apreciem as lutas como cultura corporal. Para Carlos Eduardo
Novaes, formado em Direito pela Universidade Federal da
Bahia, jornalista e escritor com 44 obras publicadas, o pro-
fessor que propõe projetos sobre lutas deve inserir um debate
sobre a violência para poder “separar o joio do trigo”. “Essa
palavra foi banalizada ao extremo. Por definição, ela é um
tipo de constrangimento (físico ou moral) que se exerce sobre
alguém. Na luta, como prática esportiva, isso não existe. Nas
lutas o que prevalece é um espírito de competição que limita
o comportamento dos contendores com regras bem definidas,
até para que o embate não descambe para os excessos que
caracterizariam uma violência gratuita”, explica Novaes.
Dentre os benefícios da prática da esgrima, pode-se listar:
aumento da autoconfiança; desenvolvimento da criatividade;
maior resistência muscular e força; agilidade de raciocínio e
estimulação de reflexos rápidos; ganho na concentração e no
equilíbrio; facilidade na coordenação de movimentos.
Para Sakamoto, o projeto foi um sucesso. “Os alunos
responderam muito bem às novas vivências e pude perceber
desempenhos acima das expectativas. Acredito que foi uma
experiência única e positiva, de maneira que posso finalizar
o relato deste projeto com a clássica expressão da esgrima:
Touché!”, ratifica.
A palavra
“touché”
significa “tocado” e era a expres-
são usada pelo esgrimista quando a ponta da espada
do adversário tocava seu corpo. Depois passou a ser
empregada por aquele que golpeia o adversário e
conquista o ponto.
Colaboração: Richard Günter
Para os combates, foram utilizados
entre os alunos coletes de papelão
revestidos de fita adesiva, óculos
de proteção e espadas feitas com
folhas de jornais