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Como essamanifestação começou a fazer parte da nossa história? De acordo com a historiadora, a literatura de cordel entrou para a nossa história ainda no século XII. “Ele tem sua origem em Portugal contando situações através de rimas para as pessoas que não sabiam ler. A transcrição em folhetins vinha depois, para que assim os letrados, mas que não estiveram na presença do cordelista, pudessem ter acesso”, afirma Alice. Ainda segundo a historiadora, já no século XVIII começou a se popularizar aqui no Brasil usando o folclore e os acontecimentos cotidianos para encantar quem ouvia. Com o tempo, os cordéis passaram a servir como forma de divulgação de outra expressão artística e cultural tipicamente brasileira: a xilogravura, usada para ilustrar as poesias, conforme veremos mais à frente. Os rappers e o cordel brasileiro Há quem diga que os rappers atuais, com suas letras em cima de um discurso rítmico com rimas e poesias, representem um viés do cordel brasileiro. Para a historiadora, não seria necessariamente algo desse tipo, mas pode haver uma influência, ainda que sem a intenção. Isso porque o rap é caracterizado pelas letras de rua, que falam de problemas sociais e trazem críticas contundentes à realidade de quem está falando. O cordel também carrega essa bagagem cultural e social, mas vem com a intenção de entreter e narrar histórias antes de apresentar críticas à sociedade. “Ambos usam da rima e do caráter popular para alcançar o público que desejam, mas seguem caminhos diferentes quanto à sua construção”, explica Alice. As docentes do Cesf, Juliana Sandy e Tatiane Vasconcelos, traçam um paralelo entre os gêneros musicais. “Como os cordéis, o rap tem a musicalidade como um dos elementos básicos de seus textos. Os dois gêneros atraemmuito o público por serem de fácil absorção, no entanto não podem ser considerados derivados um do outro”, esclarece Juliana. Compartilhando dessa mesma premissa, a professora Tatiane também afirma que tanto um quanto outro trabalham seus discursos carregados de críticas sociais através de um ritmo cadente que facilita a assimilação da letra. “Nas minhas aulas, eu costumo fazer um paralelo entre o rap e a poesia, e isso funciona bem”, garante a docente, afirmando que é importante mostrar que a arte é um veículo de expressão transformador do indivíduo e da sociedade, uma vez que a literatura cria cidadãos críticos.

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