Uma Nova Educação para um Novo Mundo, Centrado no Capital Humano

 

 

Ednaldo Carvalho
Editor

A Economia, a Ciência e a Tecnologia encontram-se em estágios de desenvolvimento que possibilitam às sociedades de todo o mundo o acesso à informação e ao conhecimento, de forma diversificada, em tempo virtual e amplitude global.

Já vivemos um novo tempo, inaugurado por uma onda tecnotrônica que se apressa em suplantar o modelo civilizatório iniciado, há 300 anos, com a chamada Revolução Industrial.

Hoje, o motor do desenvolvimento encontra-se não mais impulsionando o boom do industrialismo, nem mesmo este desenvolvimento sustenta-se na concentração de capital fixo, mas sim, na acumulação do conhecimento. A competição entre as pessoas e os países tem como trunfo o aperfeiçoamento do chamado “capital humano”, que ganha nova dimensão segundo a capacidade de as nações potencializarem este capital, criarem estratégias governamentais materializadas em ações de alcance social e políticas econômicas visando à hegemonia no mercado globalizado.

O fenômeno está reorganizando as relações humanas sobre o planeta e alterando, veloz e profundamente, o cotidiano social. O final do século XX e o alvorecer do Terceiro Milênio requerem, igualmente, um novo paradigma para a Educação. Responder a uma demanda substancialmente nova, de uma dimensão espetacular, na escalada acelerativa da evolução humana, implica um vertiginoso investimento na qualificação do ensino como meta da escola do século XXI.

O dimensionamento da luta pela Educação assume medidas proporcionais à velocidade das mudanças. Precisamos migrar da dicotomia da discussão sobre o nível da qualidade, boa ou não, da Educação para a concepção de uma Educação de qualidade, capaz de construir o conhecimento, acumular e disponibilizar informações, provocar o aprimoramento da dimensão multifacetada do homem.

Os conflitos presentes e os que ainda advirão de tais mudanças serão acomodados mais rapidamente e os seus traumas diminuídos se as atenções, os esforços, os recursos e as ações forem direcionados para a construgral. Questões como mais escolas, mais professores, maior tecnologia, melhores salários para o magistério não deixam de ser importantes e fazem parte do processo de tais conquistas, mas deixam de ser centrais. O que devemos fazer, no entanto, é promover o debate para visualizarmos o essencial e viabilizar a escola da Pedagogia integral, possibilitando ao aluno não só assimilar conhecimento, mas também reunir informações e poder ser o agente de transformação do seu próprio meio e destino, aprimorando-se como ser solidário, cidadão, e conscientizando-se sobre os valores da natureza criativa e evolutiva do homem.

 

Editorial Appai