Analfabetismo e Ensino Deficiente:
Reverter a Situação Depende de Nós

A Comunidade Solidária atua em duas frentes. Uma é gerenciada pelo Governo Federal. Coordena o combate à miséria e à exclusão social e atua em mais de 1.300 cidades pobres do país, escolhidas através de critérios técnicos, com base em índices de analfabetismo medidos pelo IBGE. Outra é encabeçada pelo conselho do programa, do qual participam personalidades de grande atuação na sociedade civil, além da primeira-dama, Ruth Cardoso, que o preside. Sua função básica é implementar programas em parceria com empresas privadas, especialmente na área de educação. Chama-nos a atenção, entretanto, mais do que tudo, seu programa de Alfabetização Solidária.

Em 3 anos, 800 mil jovens e adultos já passaram pelas salas de aula, apesar de haver 20% de evasão escolar. Cada aluno custa apenas R$34,00 por mês. Metade deste valor é custeada pelo Ministério da Educação, sob forma de material didático ou treinamento de professores. A outra metade é obtida através de parcerias com empresas e pessoas físicas. Há, também, 173 universidades apoiando o projeto.

Os resultados são excelentes. A taxa de alfabetização de adultos passou de 67%, em 1970, para 85%, em 1996. Daí nossa certeza de que ações deste tipo precisam ser ampliadas. Governos estaduais, municipais e outros segmentos da sociedade precisam compreendê-las melhor e tomá-las como exemplo. Só o engajamento de todos nesta causa, buscando reduzir os índices de analfabetismo e estender a oferta do Ensino Básico a todos pode reverter o triste quadro da Educação em nosso país. Depende de nós!

Júlio César da Costa
Diretor-Presidente da Appai

Jornal Educar

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