A Importância da Bienal do Livro para o Aperfeiçoamento dos Educadores

 

 


É importante salientar que existe um programa de simples aplicação, desenvolvido em Israel, há cinqüenta anos, pelo psicólogo romeno Reuven Fluerstein, para melhorar o desempenho cognitivo de crianças e jovens sobreviventes dos campos de concentração da 2ª Guerra Mundial. As crianças em questão eram órfãs que haviam passado por traumas, desestruturação familiar e privações culturais . "Muitas não sabiam ler e eram consideradas retardadas", diz Fluerstein, que esteve em Salvador para explicar os fundamentos de seu programa, que será aplicado, a partir de agosto, na rede pública estadual, para 30 mil alunos. Se a experiência der certo, será expandida para 150 mil alunos do 1º ano do Ensino Médio, no ano 2000.

O Programa de Enriquecimento Instrumental - PEI, vem sendo utilizado em cerca de 40 países, para melhorar a perfomance de crianças com dificuldades de aprendizagem, inclusive as portadoras de deficiências como a síndrome de Down. A semelhança do modo de vida de boa parte das crianças fluminenses com o daquelas acima citadas nos leva a pensar na possibilidade de estudarmos tal programa para uma conceitual aplicação no Rio de Janeiro.

 

O principal objetivo do programa é tornar os alunos mais abertos a estímulos, mais adaptados às experiências escolares coditianas. Os exercícios do programa são realizados para desenvolver a capacidade de análise, síntese, organização, orientação espacial, dedução, comparação e raciocínio lógico. Divididos em 14 blocos, eles são simples, como ligar pontos, achar desenhos correspondentes ou identificar quais figuras geométricas formam um mosaico desenhado no papel. A grande vantagem é que se utilizam apenas lápis e as apostilas de Fluerstein como instrumentos necessários a sua aplicação. Ou seja, o custo é reduzido. Segundo Fluerstein, o ideal é que os alunos sejam submetidos a três horas semanais de imersão, durante, pelo menos, dois anos, em turmas de, no máximo, 15 pessoas. No Brasil, o Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo começou, em 97, a adotar o programa fora do horário regular, para alunos interessados em melhorar a aprendizagem. Vale a pena ficar de olho nesta proposta.

Júlio Cesar da Costa
Diretor-Presidente

 

Jornal Educar