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Cordel: Literatura doBrasil Umcordel comcriatividade transversal No Colégio Cesf (Centro Educacional Silva Florêncio), localizado em Bonsucesso, Zona Norte do Rio, por exemplo, a professora de Literatura Juliana Sandy, bacharela, licenciada e especialista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, coloca de maneira bem objetiva a importância da literatura de cordel no Sudeste, por ser tratar de uma manifestação literária do Norte e do Nordeste brasileiro. Segundo ela, como todo texto literário, permite-se que o aluno conheça, através dos olhos do artista, uma realidade que muitas vezes não lhe pertence. “Com isso, esse educando irá ter a curiosidade de pesquisar mais não só sobre o gênero textual, mas também a respeito de uma nova cultura. Partilhando do mesmo contexto, a professora de língua portuguesa, literatura e língua espanhola Tatiane Vasconcelos, que também leciona no Cesf, e é formada pela Faculdade de Educação, enfatiza o valor histórico-cultural desse gênero textual originado em Portugal pelos trovadores medievais, entre os séculos XII e XIII, e trazido pra cá pelos colonizadores. “A literatura de cordel é patrimônio cultural imaterial do Brasil, então tem importância em todo e qualquer cantinho do país”, aponta Tatiane, reafirmando o valor indelével desse gênero textual em qualquer região. Essa presença de norte a sul do país da literatura de cordel ganha ainda mais força no Sudeste, sobretudo nas feiras e centros culturais, entre elas o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, localizado no Rio de Janeiro, também chamado de Feira de São Cristóvão ou dos Nordestinos. Mantendo acesa a entrega da literatura de cordel há mais de cinco décadas, o espaço oferece aos visitantes ummuseu com as memórias múltiplas desse gênero literário, além da presença diária de repentistas e trovadores com suas cordas e livretos carregados de poemas, alegria e musicalidade. Mesmo fazendo uso de toda a musicalidade que cerca os estudantes, aguçar ou despertar a poesia métrica entre os educandos nos dias atuais ainda requer bastante criatividade entre os professores de todas as áreas, sobretudo na inserção de elementos da cultura brasileira, principalmente nordestina, seus costumes e tradições, conforme explica Tatiane. “Com exceção de bem poucos alunos, eles não costumam se interessar pelo modelo poético tradicional. Uma tática que costuma funcionar é fazer associações commúsicas e com a atualidade, ou seja, encaixar nossas propostas aos gêneros musicais dos quais eles gostam”, sugere a professora. Para Juliana, ainda se pode fazer mais para que o movimento da literatura de cordel esteja ainda mais presente no convívio da sociedade, e não somente em áreas muito restritas, como feiras culturais e datas temáticas. “Ao encaixá-lo nos conteúdos ministrados em sala de aula, através de projetos interdisciplinares, é possível trazer e expandir esse conhecimento. É necessário que esse gênero seja trabalhado emHistória e em Educação Física, além das matérias que abrangem linguagens”, sentencia. Ao som de repentistas e violeiros o cordel ecoa a sua história Embalada e crescida em berço baiano, aqui no Brasil a literatura de cordel se popularizou por meio de repentistas e violeiros, que se assemelham muito aos trovadores. E partindo da condição de que atualmente os jovens são bastantes musicais, as professoras do Cesf Tatiane e Juliana destacam essa aproximação e influência através da musicalidade.

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